“Que se venda a última joia de minha coroa, mas que não morra de fome um único cearense”.
Atribuída a D. Pedro II, a frase refere-se a um período da História do Ceará. Assinale a alternativa que
indica corretamente o momento histórico a que a sentença se refere.
Gabarito comentado
Alternativa correta: A - Seca de 1877.
Tema central: a frase atribuída a D. Pedro II remete à grande seca que atingiu o Ceará entre 1877–1879, evento marcante na história regional por seus efeitos demográficos, sociais e políticos. Para resolver a questão é preciso identificar sinais no enunciado — oferta pessoal de recursos para evitar a fome — que apontam para um desastre natural com crise alimentar.
Resumo teórico e contexto: a seca de 1877 foi uma das mais severas do Nordeste brasileiro. Causas: irregularidade pluviométrica prolongada e fragilidade das políticas públicas e infraestruturas hídricas da época. Efeitos: alta mortalidade, êxodo rural, colapso econômico e forte mobilização de caridade pública e privada. O imperador D. Pedro II participou simbolicamente das iniciativas de socorro, daí a citação famosa.
Por que a alternativa A é correta: o enunciado explicitamente fala de evitar que “não morra de fome um único cearense” — formulação típica de ações emergenciais diante de uma seca extrema. Registros históricos e relatórios imperiais documentam ajuda financeira e iniciativas pontuais do governo central e do próprio imperador durante 1877–1879, o que confirma a referência ao episódio da seca.
Análise das alternativas incorretas:
B - Escravidão no Ceará: embora o fim da escravidão no Ceará (lei provincial de 1884) seja tema importantíssimo, a frase sobre vender joias para evitar fome remete a uma emergência humanitária (seca), não ao processo abolicionista.
C - Confederação do Equador: movimento republicano de 1824, com caráter político-militar no Nordeste; não envolve declaração de auxílio humanitário do imperador ao povo cearense frente a fome.
D - Migração para os seringais: refere-se à migração para a Amazônia (final do século XIX / início do XX) ligada à borracha; não coincide com a ideia de calamidade local e intervenção imperial descrita pela frase.
E - Migração para os cafezais em São Paulo: fenômeno do final do século XIX e XX (trabalho migratório e imigração), também desconectado da imagem de D. Pedro II oferecendo bens pessoais para socorrer vítimas de seca.
Estratégia para provas: ao ler o enunciado, procure palavras-chave (fome, cearense, vender joia da coroa) que indiquem calamidade pública; associe imediatamente ao contexto regional (seca no Nordeste) e a datas/atos do Estado (no caso, 1877). Elimine alternativas que tratem de outros processos (movimentos políticos, migrações) por falta de relação direta com a emergência humanitária.
Fontes indicativas: estudos sobre a seca de 1877–79 (relatórios imperiais e pesquisas sobre história do Ceará); FUNCEME e obras de história regional que tratam das secas do Nordeste.
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