As políticas de proteção do ambiente, em grande
escala, no Brasil, têm um curto período de existência,
mas o suficiente para gerar vários conflitos e
resistências. Tendo em vista esse cenário e o texto,
pode-se afirmar que
"Desde as décadas de 1960 e 1970, quando foi criada
boa parte das Unidades de Conservação (UCs) do país,
principalmente as indicadas para proteção integral,
instalaram-se conflitos diversos com as comunidades
[humanas] que originalmente ocupavam esses
territórios há 200, 300 ou mais anos atrás."
(SIMÕES, Eliane et al. Planejamento Ambiental da Bacia
Hidrográfica do Ubatumirim. Instrumento de justiça socioambiental.
São Paulo: Páginas & Letras, 2016. p. 15)
"Desde as décadas de 1960 e 1970, quando foi criada boa parte das Unidades de Conservação (UCs) do país, principalmente as indicadas para proteção integral, instalaram-se conflitos diversos com as comunidades [humanas] que originalmente ocupavam esses territórios há 200, 300 ou mais anos atrás."
(SIMÕES, Eliane et al. Planejamento Ambiental da Bacia
Hidrográfica do Ubatumirim. Instrumento de justiça socioambiental.
São Paulo: Páginas & Letras, 2016. p. 15)
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: conflitos entre Unidades de Conservação (UCs) e comunidades tradicionais. É importante entender a história da política ambiental no Brasil, as categorias de UCs (proteção integral vs uso sustentável) e o papel das populações locais na conservação da paisagem.
Resumo teórico: A Lei do SNUC (Lei nº 9.985/2000) distingue UCs de proteção integral (ex.: Parque Nacional, Estação Ecológica) e de uso sustentável (ex.: Reservas Extrativistas). O modelo tradicional de “fortress conservation” (conservação excludente) gerou expulsões e conflitos. Pesquisas e experiências mostram que comunidades tradicionais frequentemente mantêm práticas de manejo que preservam a vegetação nativa e a biodiversidade (ver estudos sobre manejo tradicional e conservação comunitária; IUCN e literatura brasileira).
Por que a alternativa C é correta: A assertiva reconhece que modos de vida tradicionais muitas vezes contribuíram para a manutenção da vegetação nativa. Assim, para alguns atores e estudos, a presença dessas comunidades não é incompatível com objetivos de conservação — especialmente quando se considera categorias e práticas de manejo que permitem coexistência. A alternativa alinha-se com evidências e debates atuais sobre conservação inclusiva.
Análise das alternativas incorretas
A — Incorreta. UCs não são exclusividade brasileira; há sistemas de áreas protegidas em todo o mundo e vasta literatura sobre sua eficácia. O problema não é a novidade da política, mas o modelo de implementação.
B — Incorreta e equivocada. Generaliza e criminaliza comunidades tradicionais, assumindo um “modo de vida predador” sem evidências. Estudos mostram o oposto em muitos casos: manejo sustentável e conservação in loco.
D — Incorreta. Embora haja evolução teórica (reconhecimento de que humanos e natureza se inter-relacionam), afirmar que UCs de proteção integral “não são incompatíveis” e que os conflitos irão diminuir é prematuro. Muitas UCs ainda impõem restrições severas e os conflitos persistem; a superação depende de políticas, reconhecimento legal e manejo participativo.
Dica de prova: busque termos-chave no enunciado ("modos de vida tradicionais", "mantiveram a vegetação") e relacione com a Lei do SNUC e debates sobre conservação excludente vs participativa. Alternativas que generalizam ou atribuem culpa social tendem a ser falsas.
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