Palmas, por ser uma cidade planejada para ser a capital do estado do Tocantins, apresenta-se como um espaço urbano diferenciado, no que diz respeito às suas funções: admistrativas, econômicas e políticas; e suas formas de planejamento arquitetônico e geoespaciais.
No plano administrativo é considerada como um espaço organizador de políticas públicas para o Estado; do ponto de vista econômico é o lócus de decisões que visam descentralizar o poder econômico dos outros centros urbanos e de regiões geoeconômicas mais ricas, já com dinâmicas próprias. Em relação à política Palmas é o centro de poder onde se constituiu como um novo território de ações de Partidos, Sindicatos, Movimentos Sociais, Federações e Associações. No entanto, sobre as relações geoespaciais imbricadas nas lutas pela ocupação dos espaços habitacionais da cidade e nas contradições de seu planejamento. É CORRETO afirmar que:

Resposta correta: C

Tema central: relações entre cidade planejada e movimentos sociais urbanos — como pressões sociais podem alterar o desenho e as funções de um espaço urbano pensado originalmente de forma técnica.

Resumo teórico: cidades planejadas (como Palmas) apresentam um projeto urbano inicial elaborado por arquitetos e órgãos públicos, mas não ficam imunes às dinâmicas sociais. O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) e a Constituição Federal (art. 182) reconhecem o Plano Diretor e a participação popular como instrumentos de gestão urbana. Movimentos sociais organizados podem reivindicar moradia, regularização fundiária e mudanças de uso do solo, influenciando revisões do Plano Diretor e a reconfiguração espacial.

Justificativa da alternativa C: a alternativa descreve corretamente que movimentos sociais conseguiram se organizar em Palmas e apresentar bandeiras por moradia, resultando em alterações em áreas de uso específico e interferindo no desenho inicial. Isso está de acordo com a lógica do processo político-urbano e com práticas observadas em cidades planejadas, onde a participação social e a pressão por moradia promovem revisões no plano municipal (instrumentos previstos pelo Estatuto da Cidade).

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta: generaliza que leis de posturas impossibilitaram intervenções. Ao contrário, instrumentos legais (Plano Diretor, leis municipais) podem ser objeto de revisão via processos participativos; as leis não garantem imutabilidade.

B — incorreta: sugere unanimidade entre arquitetos contra modificações. Projetos técnicos são pontos de partida, mas não vetos imutáveis; profissionais e gestores às vezes admitem revisões diante de demandas sociais.

D — incorreta: afirma título de “capital ecológica do país” e preservação completa do cerrado; é afirmação exagerada. A construção impactou biomas locais e não há título nacional oficial que confirme a afirmação.

E — incorreta: exagera o poder da capital a ponto de anular identidades locais. Palmas influencia, mas não domina totalmente as relações socioculturais e não elimina identidades tradicionais.

Dica de prova: procure palavras absolutas (sempre, nunca, todas) — normalmente indicam alternativa errada. Relacione termos do enunciado (planejada, lutas por moradia, contradições) com instrumentos legais (Plano Diretor, participação) para identificar a resposta coerente.

Fontes úteis: Constituição Federal (art.182), Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), manuais de planejamento urbano e estudos sobre Palmas.

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