A conquista sobre o meio ambiente não se faz apenas em nome da sobrevivência, mas na busca de lucros e acúmulo de dividendos. O corte de árvores, a caçada de animais e a busca de minerais resultam mais da cobiça do que da sobrevivência. A natureza já não é tanto uma dádiva de Deus, mas uma mercadoria.

RAMINELLI, R. A natureza na colonização do Brasil. In: REIGOTA, M. (Org.).

Verde cotidiano: o meio ambiente em discussão. Petrópolis: Mauad, 2008.

A análise do texto demonstra que, na transição de sua relação com os recursos naturais, o homem abandonou o princípio da

Alternativa correta: C — produção para subsistência

Tema central: relações entre homem e natureza — passagem de uma lógica de subsistência para uma lógica de mercadoria e acumulação de lucros. A questão exige identificar qual princípio foi abandonado pelo texto: a ideia de produzir só o necessário para viver (subsistência).

Resumo teórico: Produção para subsistência refere‑se ao uso dos recursos naturais para atender necessidades imediatas de reprodução social (alimento, abrigo, ferramentas). Com o avanço do capitalismo e da colonização, houve a transformação da natureza em mercadoria — isto é, exploração voltada ao lucro e ao acúmulo de capital. Autores e organizadores como Raminelli e Reigota discutem essa mercantilização. Para referência legal sobre a proteção ambiental, veja a Constituição Federal, art. 225.

Por que C é correta: o texto afirma que o corte de árvores, caça e mineração decorrem "mais da cobiça" e da busca de "lucros e acúmulo de dividendos", indicando que o objetivo deixou de ser a sobrevivência. Logo, o princípio abandonado foi a produção para subsistência.

Análise das demais alternativas:

A — apropriação da natureza: incorreta. A apropriação sempre existiu; o texto não diz que a apropriação foi abandonada, mas que sua finalidade mudou (de subsistência para lucro).

B — exploração para acúmulo: incorreta. É exatamente o elemento que o texto critica como predominante atualmente — não foi abandonado, foi adotado.

D — satisfação das necessidades: incorreta. Embora relacionada, é vaga; o texto contrapõe a satisfação de necessidades imediatas (subsistência) à cobiça por lucro. A alternativa C é mais precisa.

Dica de interpretação: procure palavras-chave no enunciado — "cobiça", "lucros", "mercadoria" indicam mudança de finalidade. Em provas, descarte sinônimos imprecisos e escolha a alternativa que exprima exatamente o contraste pedido.

Referências: Raminelli (2008, in Reigota) e Constituição Federal, art. 225/1988.

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