"As cidades" são a peça fundamental do jogo da prosperidade”,
define Marc Weiss, do Instituto de Praga para o desenvolvimento
Urbano Global. [...] “Há uma estranha noção de que a maneira
de lidar com os problemas de uma cidade é manter as pessoas
longe dela”, prossegue Weiss. “Mas os problemas da vida rural
são ainda mais sérios.” [...]Para descobrir como as pessoas estão lidando com o
crescimento urbano drástico, o fotógrafo Stuart Franklin e eu
fomos a São Paulo, Bangcoc [Tailândia], Lagos [Nigéria] e
Hiderabad [Índia]. Preparei-me para levar um choque — e levei.
Mas o que mais me impressionou não foram o tumulto informe,
o ar irrespirável, as favelas superpovoadas e os arranha-céus
insensatos. Foram a tenacidade, a fineza e as esperanças do
povo. Essas cidades massivas não são cargueiros lotados
sem leme e com um rombo no casco. Nas anônimas vastidões
das periferias urbanas, descobri o que parece ser o maior
fardo de cada cidade — tanta gente — é na verdade seu
maior patrimônio. O problema é como torná-lo operacional.
(ZWINGLE; LUCCI, 2019).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o processo
de urbanização mundial e suas implicações e fenômenos
climáticos, pode-se concluir:
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa D
Tema central: processo de urbanização acelerada em países em desenvolvimento, seus efeitos sobre morfologia urbana (expansão horizontal/desordenada) e implicações socioespaciais (favelização, baixa infraestrutura e desafios climáticos locais).
Resumo teórico: Em muitas cidades pobres ou em rápido crescimento o aumento populacional não se traduz em maior densidade centralizada; ocorre expansão horizontal e ocupação de periferias com loteamentos informais. Esse padrão produz baixa densidade média, infraestrutura precária e segregação socioespacial. Fontes úteis: ONU/UN‑Habitat (relatórios sobre urbanização) e dados do IBGE sobre dinâmica urbana brasileira.
Por que D é correta? A alternativa afirma que cidades mais pobres apresentam crescimento populacional elevado sem aumento correspondente da densidade, devido à expansão desordenada e horizontalização — descrição que corresponde ao fenômeno das periferias e favelas: população crescente dispersa em áreas de baixa altura e grande extensão, reduzindo densidade média e gerando urban sprawl. O texto de apoio enfatiza periferias massivas e o desafio de torná‑las “operacionais”, o que corrobora essa leitura.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Nem todas as grandes cidades dos países subdesenvolvidos dispõem da infraestrutura típica de cidades globais; muitas carecem de infraestrutura adequada e têm setores informais expressivos. Mistura equivocada entre “grandes cidades” e “cidades globais”.
B — Incorreta. A urbanização rápida e ligada ao setor informal é típica dos países em desenvolvimento; nos países desenvolvidos a urbanização é mais estabilizada e a economia terciária é formalizada. A alternativa confunde contexto (desenvolvidos vs. em desenvolvimento) e vínculo com informalidade.
C — Incorreta. Movimentos pendulares (deslocamentos casa‑trabalho) tendem a aumentar com a conurbação e a expansão metropolitana, pois mais pessoas vivem em áreas periféricas e viajam para polos de emprego — não diminuem necessariamente.
E — Incorreta. Ilhas de calor urbanas se acentuam principalmente em períodos quentes e durante a noite (retendo calor), não tipicamente "nos meses de inverno" por perda de calor por irradiação — afirmação equivocada sobre o fenômeno.
Dica de prova: Procure palavras-chave (por ex. “expansão desordenada”, “horizontalizada”, “setor informal”, “densidade”) e relacione ao contexto (países desenvolvidos x em desenvolvimento). Perguntas sobre urbanização costumam testar essa leitura contextual.
Fontes e leituras recomendadas: UN‑Habitat (relatórios sobre urbanização mundial), IBGE (dados e análises sobre urbanização no Brasil), literatura sobre urban sprawl e segregação socioespacial.
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