No período colonial, o Ceará se destacou como importante produtor de carne seca. Sobre esta produção, é correto afirmar:

Alternativa correta: B

Tema central: produção de carne seca (charque/car­ne‑de‑sol) no Ceará colonial e sua organização espacial. É importante saber o que eram as charqueadas, onde funcionavam (sertão vs. litoral/portos) e o papel de cidades como Aracati e Fortaleza no comércio regional.

Resumo teórico

Charque/charqueada = técnica de salga e secagem da carne bovina para conservação. No período colonial nordestino, essa produção abastecia vilas, engenhos de açúcar e mercados regionais. A economia do Ceará combinava a criação extensiva no interior (sertão) com centros comerciais portuários no litoral, que concentravam o embarque e o comércio.

Por que B é correta

Aracati, por sua posição no litoral com acesso ao rio Jaguaribe, tornou‑se o principal entreposto do Ceará para a comercialização da carne seca produzida no sertão. Ou seja, a cidade funcionava como polo produtor/comercializador importante para o estado naquele período, justificando a alternativa B.

Análise das alternativas incorretas

A (Aracati exportava carne seca para os EUA) — incorreta: o comércio colonial de charque do Ceará era primariamente regional (Nordeste e mercados internos). Não há suporte histórico para afirmar exportações diretas significativas para os EUA no período colonial; o fluxo era interno ou interprovincial.

C (Fortaleza, como capital, promovia a festa das charqueadas) — incorreta: charqueadas são unidades de produção de carne seca no campo. Fortaleza era um centro administrativo e militar em formação; a ideia de “festa das charqueadas” é anacrônica e não corresponde à dinâmica econômica (as charqueadas eram atividades produtivas, não festas promovidas pela capital).

D (Fortaleza se torna capital por causa da sua produção de carne seca) — incorreta: a ascensão de Fortaleza como núcleo urbano e capital relacionou‑se a fatores militares (fortificações), estratégicos e ao desenvolvimento portuário, não exclusivamente à produção de carne seca.

E (em Fortaleza, as charqueadas se relacionam com a produção de algodão e carne seca) — incorreta: Fortaleza não era o principal local de charqueadas — estas ficavam no interior; a produção de algodão também tinha circuitos distintos. A alternativa confunde locais de produção e funções econômicas.

Dica de interpretação: procure termos absolutos (“principal”, “exportava para os EUA”, “por causa de”) e relacione produção (sertão) com entreposto/comércio (porto). Muitas pegadinhas vêm de confundir cidade pólo comercial com local de produção.

Fontes gerais: estudos de história regional do Ceará e obras sobre economia colonial nordestina (manuais acadêmicos e sínteses sobre charque e pecuária no Brasil colonial) — consulte bibliografia de História do Ceará e textos sobre economia sertaneja para aprofundar.

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