A cidade é um fenômeno muito antigo na história da
humanidade. Existe há milhares de anos. Contudo, com a
emergência da sociedade capitalista, a cidade passa a ter
as características desta sociedade. Com base nisto,
considere o texto abaixo do filósofo Henri Lefebvre:
“Para apresentar e expor a problemática urbana,
impõe-se um ponto de partida: o processo de
industrialização. Sem possibilidade de contestação, esse
processo é, há um século e meio, o motor das
transformações na sociedade. Se distinguirmos o indutor
e o induzido, pode-se dizer que o processo de
industrialização é indutor e que se pode contar entre os
induzidos os problemas relativos ao crescimento e à
planificação, às questões referentes à cidade e ao
desenvolvimento da realidade urbana, sem omitir a
crescente importância dos fazeres e das questões
relativas à ´cultura`”
LEFEBVRE, Henri. A Revolução Urbana. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2001.
Considerando o texto sobre o fenômeno da
urbanização moderna, marque a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: urbanização capitalista vinculada ao processo de industrialização. É preciso entender como a industrialização reorganiza população, economia e espaço, gerando cidades maiores e novas formas urbanas (metrópoles, megalópoles).
Resumo teórico: Segundo Henri Lefebvre (A Revolução Urbana), a industrialização é o motor das transformações urbanas: ela induz concentração populacional, especialização produtiva e reestruturação do espaço. A urbanização capitalista tende a expandir núcleos urbanos em escala e complexidade, formando metrópoles (grandes centros regionais) e megalópoles (conurbações de várias metrópoles). Fontes úteis: Lefebvre (1970/2001), UN‑Habitat (relatórios sobre urbanização global) e manuais de geografia urbana.
Por que a alternativa C é correta?
A afirmação de que a urbanização capitalista aumenta o tamanho das cidades, produzindo metrópoles e megalópoles, está alinhada com a teoria clássica e contemporânea. O capitalismo, via industrialização e concentração de atividades econômicas, favorece aglomerações urbanas maiores e redes urbanas contínuas — fenômenos pouco presentes ou de outra natureza em sociedades pré‑capitalistas.
Análise das alternativas incorretas
A — Incorreta: nega a segregação social urbana. Na realidade, a divisão em classes sociais se manifesta espacialmente (bairros, periferias, guetos) no processo de urbanização capitalista.
B — Incorreta: exagera ao afirmar que o campo tende a desaparecer. A urbanização transforma o meio rural (ruralização de cidades e urbanização do campo), mas não elimina o campo; há fluxos e interdependência urbana‑rural.
D — Incorreta: atribui a Patrick Geddes uma definição equivocada. Geddes contribuiu para estudos regionais e cunhou conceitos como “conurbação”, mas não definiu “metrópole” como pequenas cidades inglesas do século XIX.
E — Incorreta: nega o papel do Estado, movimentos sociais e mercado imobiliário. Na produção do espaço urbano moderno, todos esses agentes são centrais (planejamento, políticas públicas, lutas sociais, especulação imobiliária).
Dica de prova: busque palavras‑chave no enunciado — “industrialização”, “sociedade capitalista”, “metrópoles/megalópoles” — e relacione com autores (Lefebvre, Marx, Geddes) e conceitos (conurbação, segregação). Evite alternativas absolutistas (sempre/nunca) e generalizações que contradizem evidências históricas.
Fontes recomendadas: Lefebvre, H. A Revolução Urbana; relatórios UN‑Habitat; manuais de geografia urbana (ex.: Cristóvam, F. ou livros didáticos de geografia humana).
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