Leia o texto a seguir:
Um estudo realizado por pesquisadores do Projeto Conservação Recifal, de Pernambuco, revelou
que os habitats artificiais estuarinos, como ancoradouros e pontes, abrigam diferentes populações de
peixes em comparação com habitats naturais, como raízes de mangues, localizadas no mesmo
estuário. Além disso, a estrutura trófica das comunidades de peixes nos habitats artificiais estuarinos
se assemelha aos recifes de coral adjacentes, em mar aberto. Raízes de mangue eram habitadas
principalmente por carnívoros juvenis, enquanto o habitat artificial era, em sua maioria, habitada por
comedores de invertebrados sésseis e herbívoros errantes.
Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: compreensão da função de habitats (manguezais, habitats artificiais e recifes) como refúgio e como moldam a estrutura trófica das comunidades de peixes — conceito fundamental em ecologia de ecossistemas costeiros e conservação.
Resumo teórico: Manguezais atuam frequentemente como berçários (nurseries), oferecendo abrigo e alimento para estágios juvenis de várias guildas tróficas (Nagelkerken et al. 2008). Recifes e estruturas artificiais concentram espécies associadas a alimentos sesséis e herbívoros errantes. Nível trófico refere‑se à posição na cadeia alimentar: produtores (primários), consumidores primários (herbívoros), secundários (carnívoros/omnívoros pequenos) etc. (Odum, Fundamentos de Ecologia).
Justificativa da alternativa E: A alternativa afirma que manguezais abrigam espécies de todos os níveis tróficos e que juvenis carnívoros se escondem nas raízes. Isso está de acordo com estudos que mostram diversidade trófica nos manguezais (produtores, herbívoros, carnívoros e detritívoros) e com a observação de que muitos juvenis carnívoros usam as raízes como refúgio contra predação e como local de alimentação. Logo, E sintetiza corretamente as funções tróficas e a ocupação das raízes por juvenis carnívoros.
Análise das alternativas incorretas:
A — afirma que habitats artificiais e recifes abrigam juvenis de consumidores primários e secundários: impreciso. O enunciado destaca invertívoros sésseis e herbívoros errantes nesses habitats, não predominância de juvenis primários/segundários.
B — diz que habitats artificiais reproduzem condições para peixes de níveis tróficos superiores. Errado: eles tendem a abrigar herbívoros e consumidores de invertebrados sésseis, não necessariamente níveis tróficos superiores (predadores topo).
C — "componentes estruturais heterotróficos": confunde terminologia. Habitats artificiais são estruturas físicas (abióticas) que abrigam biota; não são em si "componentes heterotróficos" (termo aplicado a organismos consumidores).
D — afirma que recifes possuem espécies predominantemente de níveis primário e secundário: generalização inadequada. Recifes têm variadas guildas, sendo comum a presença marcante de herbívoros e invertívoros; a alternativa não reflete a nuance do enunciado.
Dica para provas: Foque nas palavras-chave do enunciado (ex.: "principalmente", "juvenis", "semelhante a recifes") e relacione com conceitos tróficos básicos. Desconfie de alternativas que generalizam demais ou trocam categorias bióticas por termos abióticos.
Referências breves: Nagelkerken et al. 2008 (Marine Ecology Progress Series) — mangrove nursery role; Odum — fundamentos de estrutura trófica.
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