Amartya Sen, 78 anos, cresceu em uma Índia imersa na ruína econômica. Filho de um professor universitário, conviveu com a miséria extrema, a sangrenta guerra separatista do Paquistão, o desmonte do Império Britânico e viu a fome matar pelo menos 3 milhões de pessoas em Bengala. Em 1998, ele recebeu o Nobel de Economia por sua formulação original sobre o desenvolvimento, processo que passou a ser visto como uma extensão das liberdades para trabalhar, consumir, dispor de saúde e educação de qualidade e expressar livremente os pensamentos. Graças a Sen, um dos criadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o avanço dos países não é mais medido apenas pelo crescimento da economia.

Disponível em: http://planetasustentavel.abril.com.br. Acesso em: 10 set. 2014 (adaptado).

Uma consequência dessa nova abordagem sobre o desenvolvimento é a

Resposta correta: D - reestruturação das políticas públicas

Tema central: A questão aborda a mudança de paradigma no conceito de desenvolvimento proposta por Amartya Sen — do crescimento econômico puro para a ampliação das liberdades e capacidades humanas — e suas implicações práticas para a atuação do Estado.

Resumo teórico: Sen (Desenvolvimento como Liberdade, 1999) propõe que desenvolvimento é a expansão das capacidades reais das pessoas (saúde, educação, participação, segurança). O Índice de Desenvolvimento Humano (PNUD) traduz essa visão, incorporando indicadores sociais além do PIB. Isso exige políticas públicas que garantam serviços, proteção social e participação democrática.

Por que a alternativa D está correta: A mudança conceitual de Sen implica que o Estado e suas políticas devem ser reorientados para promover liberdades concretas (saúde, educação, renda mínima, participação). Logo, uma consequência direta é a reestruturação das políticas públicas — isto é, formular e implementar medidas integradas voltadas ao bem-estar e às capacidades humanas, não apenas ao crescimento econômico.

Análise das alternativas incorretas:

A – exploração das riquezas naturais: refere-se a um modelo tradicional de extração e crescimento econômico; não é consequência direta da ênfase de Sen em liberdades e capacidades.

B – incorporação de novas tecnologias: pode contribuir para o desenvolvimento, mas não é a consequência conceitual central do enfoque em liberdades; é um meio possível, não o propósito político-estrutural exigido por Sen.

C – formação de blocos supranacionais: trata de integração geopolítica/econômica; não decorre necessariamente da mudança de métricas e prioridades proposta por Sen.

Estratégia de prova: Ao ler “consequência dessa nova abordagem”, relacione imediatamente a ideia-chave do texto (ampliar liberdades/capacidades). Procure alternativas que indiquem mudança institucional ou de políticas. Elimine opções que tratem de meios (tecnologia) ou temas distintos (geopolítica, extração).

Fontes: Amartya Sen, Desenvolvimento como Liberdade (1999); Relatórios de Desenvolvimento Humano (PNUD).

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