Élisée Reclus, renomado geógrafo da atualidade, foi o criador da chamada Geografia da Percepção e do Comportamento, que visa à compreensão do homem no ambiente trabalhando com duas variáveis, a Fenomenologia e a Geografia Crítica, que proporcionam novas abordagens aos temas geográficos.

Gabarito: E — Errado

Por que o enunciado está errado (tema central): a questão mistura tradições teóricas de épocas diferentes. Élisée Reclus (1830–1905) foi um geógrafo francês importante, mas não criou a "Geografia da Percepção e do Comportamento" nem utilizou as categorias modernas de Fenomenologia e Geografia Crítica tal como conhecemos hoje.

Resumo teórico claro e progressivo:

- Élisée Reclus: autor de obras clássicas como La Nouvelle Géographie universelle, contribuiu à geografia social e descritiva do século XIX, integrando natureza e sociedade e defendendo ideias anarquistas aplicadas ao espaço.

- Geografia da Percepção / Humanística (fenomenologia): surgem no século XX, com autores como Yi‑Fu Tuan e Edward Relph, que estudaram a experiência, sentido de lugar e percepção humana do espaço (ex.: Relph, Place and Placelessness).

- Geografia Crítica: desenvolvida a partir das décadas de 1970–1980 por geógrafos influenciados pelo marxismo e pela teoria crítica (ex.: David Harvey), foca poder, desigualdade e produção social do espaço.

Justificativa objetiva: afirmar que Reclus "foi o criador" dessas correntes é um anacronismo e uma atribuição conceitual incorreta. Reclus inaugurou importantes reflexões sobre sociedade e espaço no século XIX, mas as abordagens fenomenológica/humanista e a corrente crítica surgiram posteriormente, com outros autores e contextos intelectuais.

Estratégia para identificar esse tipo de pegadinha: verifique datas e autores: se um autor do século XIX é creditado com correntes claramente formuladas no século XX, há forte chance de erro. Procure palavras‑chave como "fenomenologia", "humanística" e "crítica" e relacione com os nomes clássicos (Tuan, Relph, Harvey, Massey) antes de aceitar a afirmação.

Fontes recomendadas para estudo: obras de Élisée Reclus (La Nouvelle Géographie universelle), Yi‑Fu Tuan (Topophilia), Edward Relph (Place and Placelessness) e David Harvey (The Limits to Capital; Social Justice and the City) para compreender a genealogia dessas correntes.

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