Obviamente, a antiga província de Mato Grosso
abrangia uma área muito maior que as atuais
fronteiras de Mato Grosso do Sul. No entanto, as
fronteiras administrativas, nacionais ou
interestaduais, não têm muito sentido quando se
trata de povos indígenas. Elas não refletem limites
culturais ou linguísticos, não correspondem a
antigos territórios étnicos.
CHAMORRO, Graciela; COMBÈS, Isabelle (Orgs.). Povos indígenas em Mato Grosso do
Sul: história, cultura e transformações sociais. Dourados, MS: Ed. UFGD, 2015, p. 20.
O estado de Mato Grosso do Sul possui a segunda
maior população indígena do Brasil. Nesse sentido,
pode-se argumentar que
Obviamente, a antiga província de Mato Grosso abrangia uma área muito maior que as atuais fronteiras de Mato Grosso do Sul. No entanto, as fronteiras administrativas, nacionais ou interestaduais, não têm muito sentido quando se trata de povos indígenas. Elas não refletem limites culturais ou linguísticos, não correspondem a antigos territórios étnicos.
CHAMORRO, Graciela; COMBÈS, Isabelle (Orgs.). Povos indígenas em Mato Grosso do Sul: história, cultura e transformações sociais. Dourados, MS: Ed. UFGD, 2015, p. 20.
O estado de Mato Grosso do Sul possui a segunda
maior população indígena do Brasil. Nesse sentido,
pode-se argumentar que
a população indígena no estado de Mato Grosso do Sul goza de uma condição favorável sem precedentes, por vezes, emperrando o desenvolvimento da sociedade.
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: A questão trata da distribuição étnica dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul e da necessidade de relacionar afirmações às fontes e ao contexto histórico/antropológico. É importante distinguir dados etnográficos (quantas etnias vivem no estado) de juízos de valor ou afirmações gerais sobre aculturação e políticas públicas.
Resumo teórico rápido: Povos indígenas não são definidos por fronteiras administrativas; estudos regionais (ex.: Chamorro & Combès, 2015) e dados de órgãos oficiais (FUNAI, IBGE) identificam múltiplos povos/etnias no estado. A fonte bibliográfica citada no enunciado é utilizada como referência direta para a contagem de povos.
Justificativa da alternativa E: A alternativa E afirma que existem onze povos indígenas assentados no estado — informação que corresponde ao levantamento apresentado por estudos regionais sobre Mato Grosso do Sul (ver Chamorro & Combès, 2015) e reconhecida em relatórios institucionais que tratam da composição étnica local. Por isso, E é a alternativa correta frente ao enunciado e à bibliografia indicada.
Análise das alternativas incorretas:
A – Incorreta: afirma aculturação total pelos não índios. Trata-se de uma generalização que contraria evidências de persistência cultural, resistência e rearticulação identitária dos povos indígenas em MS.
B – Incorreta: diz haver dezessete populações e que estariam sobretudo na fronteira com a Bolívia. O número não confere com a referência usada e a localização é incorreta; muitos grupos estão espalhados internamente e em fronteiras com Paraguai, por exemplo.
C – Incorreta: apresenta juízo de valor e afirma vantagem social sem precedentes, inclusive sugerindo “emperramento” do desenvolvimento — enunciado claramente tendencioso e não documentado por fontes acadêmicas.
D – Incorreta: atribui ao IBGE a afirmação de inexistência de terras disponíveis para assentamentos indígenas e de reforma agrária. O IBGE produz dados censitários e territoriais, mas não emite esse tipo de conclusão normativa; além disso, a afirmação é falsa e simplista.
Estratégia para provas: verifique qual fonte o enunciado indica; procure por termos absolutos (sempre, nunca, inexistente) que costumam sinalizar erro; diferencie dados (quantitativos/identificáveis) de opiniões/valores.
Fontes citáveis: Chamorro & Combès (orgs.), Povos indígenas em Mato Grosso do Sul: história, cultura e transformações sociais (UFGD, 2015); relatórios e mapas étnicos da FUNAI e dados do IBGE.
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