Questão 40c58238-df
Prova:UNIR 2008
Disciplina:Geografia
Assunto:História da Geografia

[...] as principais correntes de pensamento geográfico ou paradigmas da geografia são o determinismo ambiental, o possibilismo, o método regional, a nova geografia e a geografia crítica.


(CORRÊA, R. L. Região e organização espacial. São Paulo: Ática, Série Princípios, 2003.)


Sobre o assunto, assinale a afirmativa INCORRETA.

A
No determinismo ambiental, afirma-se que as condições naturais determinam o comportamento do homem, interferindo na sua capacidade de progredir.
B
O possibilismo surgiu como contraponto ao determinismo ambiental ao afirmar a capacidade do homem de superar os desafios impostos pelo meio natural.
C
O método regional enfatiza a diferenciação de áreas a partir da integração de fenômenos heterogêneos em uma dada porção da superfície da Terra.
D
A nova geografia, geografia teorética ou geografia quantitativa, emprega técnicas estatísticas, dotadas de maior ou menor grau de sofisticação, geometria e modelos normativos.
E
A geografia crítica, que nasceu baseada em análises marxistas e no neo-positivismo, aliou-se ao discurso da nova geografia e defende um saber a serviço da transformação social.

Gabarito comentado

P
Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta (resposta da prova): E

Tema central: paradigmas na História da Geografia — determinismo ambiental, possibilismo, método regional, nova/geografia quantitativa e geografia crítica. É preciso entender origens, pressupostos sobre natureza vs. sociedade e métodos empregados.

Resumo teórico sucinto

Determinismo ambiental: tradição que atribui à natureza papel decisivo sobre a ação humana (ex.: Ratzel) — limitações naturais condicionam desenvolvimento.

Possibilismo: reação ao determinismo (ex.: Vidal de la Blache): natureza oferece possibilidades; o homem tem agência para escolher e transformar.

Método regional: ênfase na diferenciação espacial por integração de fenômenos heterogêneos em unidades regionais (Hartshorne e a geografia regional clássica).

Nova geografia / quantitativa: revolução dos anos 1950–60: uso intensivo de estatística, geometria, modelos e técnicas formais para explicar padrões espaciais (ex.: Brian Berry, Tobler).

Geografia crítica: surgimento a partir de referências marxistas e teoria social crítica (ex.: David Harvey); foca relações de poder, capital e desigualdade, defendendo produção do conhecimento para transformação social.

Por que a alternativa E está INCORRETA?

A afirmação E erra ao dizer que a geografia crítica "nasceu baseada em análises marxistas e no neo-positivismo" e que "aliou-se ao discurso da nova geografia". É contraditória: a geografia crítica tem raízes marxistas e critica explicitamente o neo‑positivismo e a nova geografia (quantitativa), não se aliou a elas. Sua proposta é opor-se ao enfoque técnico e ahistórico da nova geografia, buscando explicações sobre desigualdade e poder.

Análise das demais alternativas (por que NÃO são o gabarito)

A: Correta — sintetiza o determinismo ambiental ao afirmar que condições naturais condicionam o comportamento e o progresso humano.

B: Correta — possibilismo surge como contraponto, valorizando a capacidade humana de superar limites naturais.

C: Correta — método regional trabalha com integração de fenômenos distintos para caracterizar áreas/ regiões.

D: Correta — nova/geografia quantitativa utilizou estatística, geometria e modelos normativos no esforço de generalização e explicação espacial.

Dica de interpretação: desconfie de enunciados que unem tradições opostas (ex.: "marxismo e neo‑positivismo" como origem conjunta) — muitas vezes é armadilha.

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