A Síndrome de Down é uma desordem relativamente comum em humanos, causada pela trissomia do cromossomo 21. Considerando o conceito de que o desequilíbrio gênico causado pelo cromossomo extranumerário pode ser corrigido pela manipulação de um único gene, o XIST (gene da inativação do cromossomo X), o grupo de cientistas liderado pela Dra. Jeanne Lawrence da Universidade de Massachusetts, usando a edição do genoma com o uso de nucleases de dedo de zinco (ZFNs), inseriu este gene em um determinado lócus do cromossomo 21 em células–tronco obtidas de uma pessoa com a síndrome de Down. O resultado foi a modificação do cromossomo extra em heterocromatina, configurando-se como um “corpúsculo de Barr do cromossomo 21". Como afirmam os autores do estudo, este resultado fornece um modelo para o estudo da inativação de cromossomos humanos e cria um sistema para investigar mudanças na expressão gênica em patologias celulares características da trissomia do 21. (JIANG et al., 2013, p. 1).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a organização dos genomas e expressão gênica, pode-se afirmar:
Enzimas de restrição, como as ZFNs, produzem cortes em pontos aleatórios da molécula de DNA,
comprometendo a precisão relativa às inserções do DNA translocado.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a organização dos genomas e expressão gênica, pode-se afirmar:
Enzimas de restrição, como as ZFNs, produzem cortes em pontos aleatórios da molécula de DNA, comprometendo a precisão relativa às inserções do DNA translocado.
Gabarito comentado
Resposta: E — Errado
Tema central: edição genética dirigida (ZFNs) aplicada para inserir o gene XIST no cromossomo 21. A questão exige distinguir entre cortes aleatórios e cortes direcionados no DNA.
Resumo teórico: ZFNs (nucleases de dedo-de-zinco) são nucleases programáveis formadas por módulos de reconhecimento de DNA (dedos de zinco) ligados ao domínio catalítico FokI. Cada dedo reconhece 3–4 bases; combinando dedos, cria‑se uma proteína capaz de reconhecer uma sequência específica. O FokI atua como dímero, portanto duas ZFNs se ligam em sítios adjacentes e promovem um corte duplo exatamente naquele local. Assim, ZFNs realizam cortes dirigidos a sequências pré‑escolhidas — não cortes aleatórios. (Ver: Urnov et al., 2010; Jiang et al., 2013).
Por que a alternativa é errada:
- As ZFNs não são "enzimas de restrição" no sentido clássico (enzimas bacterianas com reconhecimento fixo). Elas são nucleases engenheiradas para reconhecer sequências específicas do genoma alvo.
- O protocolo descrito (inserção do XIST em um lócus do cromossomo 21) depende justamente da especificidade das ZFNs para direcionar o corte e permitir a inserção controlada. Se os cortes fossem aleatórios, não seria possível direcionar a inserção a um locus definido.
- Importante nuance: nucleases programáveis podem apresentar off‑targets (cortes em sítios semelhantes), mas isso não as torna aleatórias; são efeitos indesejados que dependem da especificidade do projeto e da similaridade de sequência.
Dica de prova: ao ver comparações do tipo "como as ZFNs", cheque se o termo é tecnicamente equivalente. Procure palavras‑chave: "dirigido", "programável", "off‑target" vs "aleatório". Em questões de certo/errado, uma afirmação absoluta ("produzem cortes em pontos aleatórios") geralmente é falsa quando a tecnologia é projetada para especificidade.
Fontes sugeridas: Jiang et al., 2013 (estudo citado); Urnov et al., 2010, Nature Reviews Genetics (revisão sobre ZFNs).
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