Foi aprovada este ano pelo governo de Honduras a criação de Regiões Especiais de
Desenvolvimento, que ficaram conhecidas como “cidades modelo” (“charter cities”,
em inglês), ou ainda, “cidades privadas”. Sobre esse projeto, é correto afirmar que:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: trata‑se do conceito de “charter cities” (cidades modelo) aplicado em Honduras — iniciativas que propõem áreas com regras político‑jurídicas e administrativas diferenciadas para atrair investimento estrangeiro e promover desenvolvimento econômico.
Resumo teórico (rápido e progressivo): o conceito foi popularizado pelo economista Paul Romer (2009). A ideia básica: criar zonas com autonomia institucional — leis e regras distintas — para reduzir custos de governança e atrair capital, empresas e know‑how. Características comuns: possibilidade de gestão privada ou semi‑privada, incentivos regulatórios e fiscais, e dependência de investimento externo. Críticas centrais: riscos à soberania, desigualdade e legitimidade democrática (ver Romer e reportagens sobre ZEDEs na imprensa internacional).
Por que a alternativa A é correta: indica que o modelo segue proposta de um pesquisador estadunidense — referência clara a Paul Romer — e que envolverá financiamento/instalação de empresas transnacionais em áreas com grau de autonomia política/jurídica. Essa descrição sintetiza adequadamente o núcleo do projeto de “charter cities” e das ZEDEs hondurenhas: inspiração acadêmica externa + atração de capital privado estrangeiro para zonas com regras diferenciadas.
Análise das alternativas incorretas:
B — Errada. É verdade que um dos objetivos é atrair investidores e reduzir problemas que afastam capital (violência, instabilidade), mas a afirmação de que o governo pretende impor esse modelo em todas as demais cidades é uma extrapolação. O projeto visa zonas especiais, não uma aplicação automática e imediata em todo o território.
C — Errada. A alternativa contém erro factual sobre autoria: não foi concebido por “Miguel Zelaya” antes do golpe. O programa das ZEDEs decorre de iniciativas posteriores e do debate sobre charter cities; atribuir ao ex‑presidente deposto é impreciso.
D — Errada. Afirmação enganosa: organizações ambientais em geral criticaram riscos socioambientais e de governança; não houve ampla aprovação por grupos ecológicos por prever “modernos padrões de sustentabilidade”.
E — Errada. Teoria conspiratória e generalizadora: não há base factual que permita afirmar que será financiado pelas mesmas empresas que “apoiaram o golpe de 2009”, nem uma condenação uniforme de países asiáticos e sul‑americanos nesse sentido.
Dica de interpretação para provas: identifique nomes/autorias (p.ex. Paul Romer), procure expressões absolutas ou conspiratórias nas opções e distinga objetivos declarados (atrair investimento) de conclusões extrapoladas (imposição nacional, apoio geral de ONGs).
Fontes sugeridas: textos de Paul Romer (2009) sobre charter cities; reportagens analíticas da BBC e The Guardian sobre ZEDEs em Honduras.
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