Os furacões que alcançam a categoria 5 na Escala Saffir-Simpson, cujos ventos atingem e até ultrapassam os 252 km/h,
são raros nas águas do Atlântico. Uma recente exceção foi o Irma, causador de profunda destruição em ilhas como
Anguilla e St. Martin, além de Antigua e Barbuda. A respeito das condições para produzir um furacão intenso como o
Irma no Atlântico, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: compreensão das condições físicas que permitem a formação e intensificação de furacões (ciclones tropicais) no Atlântico — especialmente o papel da temperatura da superfície do mar (TSM), cisalhamento vertical do vento, umidade e circulação atmosférica.
Resumo teórico (claro e progressivo):
- Furacões retiram energia do oceano através da evaporação; por isso são favorecidos por TSM quentes (≈ ≥ 26,5 °C) e por uma camada quente profunda que supre calor e vapor. (Fontes: NOAA/NHC, WMO).
- É necessária uma perturbação pré-existente (ex.: onda tropical africana), rotação suficiente (força de Coriolis) e baixa divergência de vento na troposfera média/baixa (ou seja, baixo cisalhamento vertical).
- Um bom escoamento para fora em altos níveis (outflow) ajuda a evacuar ar no topo da tempestade, sustentando convecção e intensificação.
Por que a alternativa B é correta?
A afirmação B diz que as temperaturas do mar sob o furacão costumam estar mais elevadas que a média por ocasião do fenômeno, intensificando-o. TSM anômalas positivas (águas mais quentes que a média) fornecem maior disponibilidade de energia e vapor, favorecendo intensificação rápida e manutenção de ventos muito fortes — exatamente o fator responsável por furacões categoria 5. Portanto, a relação entre TSM mais quente e intensificação está correta. (Referências: NOAA, WMO, relatórios do IPCC sobre ciclones tropicais).
Análise das alternativas incorretas:
A — interação com áreas continentais tende a enfraquecer o furacão por atrito e por diminuição do suprimento de calor e vapor; logo, não intensifica.
C — mudanças na velocidade e direção dos ventos com altura (cisalhamento vertical) geralmente desorganizam a estrutura convectiva e inibem a intensificação. Atenção: outflow em altos níveis é favorável, mas isso NÃO é o mesmo que cisalhamento.
D — a onda tropical é uma perturbação de baixa pressão/instabilidade que se desloca de leste para oeste; não é um sistema de alta pressão. Portanto a descrição está equivocada.
E — o contato com frente fria costuma desorganizar ciclones tropicais ou promover sua transição extratropical; raramente intensifica um furacão tropical clássico.
Dica de prova: identifique termos-chave: “temperaturas do mar” → pensa em energia/evaporação; “mudança de velocidade e direção” → cuidado: distingue-se cisalhamento (prejudicial) de outflow (benéfico).
Fontes recomendadas: NOAA/NHC — Tropical Cyclone Basics; WMO guidelines; relatórios do IPCC sobre clima e tempestades tropicais.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






