Podemos afirmar que o esgotamento da cultura cafeeira no Vale do Paraíba, mencionado no enunciado acima, deveu-se

ao desmatamento e ao cultivo em áreas de média e alta declividade, o que reduziu a infiltração de água no solo e diminuiu a disponibilidade de água no local, afetando o regime de chuvas; isso levou a uma queda na produtividade, com o endividamento dos fazendeiros da região, superada economicamente por regiões de cultivo cafeeiro mais recente, como o oeste paulista.

à falta de qualificação da mão de obra escrava, que empregava técnicas agrícolas atrasadas, como as queimadas, para dar lugar aos cafezais, provocando o aumento de emissão de CO ₂e intensificando o efeito estufa, o que reduziu as chuvas nessa área, tornando-a inadequada à cultura cafeeira e abrindo espaço à expansão da cultura canavieira, mais adaptada ao clima seco.

ao emprego de técnicas agrícolas atrasadas, como as queimadas, e ao cultivo nas planícies do rio Paraíba do Sul, fatores que reduziam a infiltração de água no solo, diminuindo a disponibilidade de água no local e afetando o regime de chuvas, o que levou a uma queda na produtividade da região.

ao desmatamento e ao uso de queimadas, para dar lugar aos cafezais, o que provocou o aumento de emissão de CO ₂, intensificando o efeito estufa; isso causou a redução das chuvas nessa área, tornando-a inadequada à cultura cafeeira, e levando ao endividamento dos fazendeiros da região, que acabariam se deslocando para regiões de cultivo mais recente, como o oeste paulista.

Gabarito comentado

Melina Campos LimaProfª de Direito Internacional da UFRJ, Mestra e Doutora em Economia Política Internacional - UFRJ

A questão certo descreve exatamente o que ocorreu com o cultivo de café na região do Vale do Paraíba no século XIX. As práticas insustentáveis dos cafeicultores da região conjugadas com o cultivo da planta em área extremamente fértil e que não estava comprometida pelas referidas práticas condenáveis permitiram o crescimento do Oeste Paulista como produtor de café e a decadência do tradicional Vale do Paraíba, que, em certa medida, sustentou o Império por longo tempo. A alternativa (A) está correta.

A decadência da produção cafeeira no Vale do Paraíba não decorreu da falta de qualificação da mão de obra escrava, mas sim das práticas degradantes do meio ambiente ordenadas pelos donos da terra. Além disso, é incorreto dizer que a cafeicultura foi substituída pelo cultivo da cana de açúcar. Esse produto é plantado atualmente em pequenas propriedades e nunca teve o peso que o café teve para a região do Vale do Paraíba. Voltando à história, percebe-se que a cana plantada no nordeste foi substituída economicamente pelo café do Vale da Paraíba, e não o contrário. Nos dias de hoje, há produção de cana em larga escala no Estado de São Paulo, principal produtor, e em Minas Gerais, Paraná e Goiás. A alternativa (B) está incorreta.

A plantação de café ocorria principalmente em áreas de média e alta declividade, e não em planícies, como afirma a assertiva. A alternativa (C) está incorreta.

A principal razão para a mudança no regime de chuvas foi a redução de infiltração de água no solo e a consequente diminuição de disponibilidade de água na região. No século XIX, com a industrialização nula no Brasil e inicial na maior parte do mundo mais desenvolvido, não havia problemas de efeito estufa. Esse é um problema ambiental relativamente recente. A alternativa (D) está incorreta.