A bacia do rio São Francisco drena uma longa depressão encravada entre o Planalto Atlântico e as chapadas do Brasil Central. O rio principal – São Francisco– nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, com rumo sul-norte até a cidade de Barra. Nesse ponto volta-se para Nordeste até a cidade de Cabrobó, quando se dirige para sudeste até desembocar no oceano Atlântico. Todos os apelidos que recebeu ilustram a importância do São Francisco. A população, que habita o vale, porém, mostra seu respeito e carinho chamando-o de “Velho Chico”.
JAMES, Onnig Tamdji; MENDES, Ivan Lazzari. Geografia Geral e do Brasil : Estudo para a compreensão do espaço. Coleção Delta, São Paulo, 2014, p. 192.

Sobre a Bacia Hidrográfica do São Francisco, é correto afirmar que

é importante pelo volume de água que transporta em plena região semi-árida, inclusive durante os períodos de estiagem. Perene, ganhou o apelido de Nilo Brasileiro, como o rio africano que nasce em local de chuvas generosas, perto da linha do Equador.

devido à contribuição histórica, permitiu a fixação das populações indígenas e a criação de inúmeros núcleos urbanos. No século XV, serviu de via natural de penetração para o interior do Brasil.

tem a possibilidade de integrar, sob o ponto de vista socioeconômico, as duas regiões mais populosas do País, Centro-Oeste e Nordeste, e exonerar economicamente as duas regiões mais pobres do País, respectivamente, o Sul e o Sudeste.

em razão do seu potencial hídrico, é aproveitada para a irrigação dos solos férteis situados à sua margem, como é o caso da região de Dourados/Sinope, no estado do Mato Grosso do Sul, que atualmente destaca-se pela fruticultura irrigada com a água do rio São Francisco.

devido ao potencial hidrelétrico é explorada pelas usinas de Balbaína (BA), Três Marias (MG) e Paulo Afonso I , II e III (BA), responsáveis por fornecer energia às regiões mais produtivas do País, respectivamente, Nordeste e Sul.

Gabarito comentado

Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa A

Resumo do tema: A questão trata da bacia do rio São Francisco — sua origem, percurso e papel socioambiental. É preciso conhecer localização da nascente (Serra da Canastra/MG), caráter perene do rio em grande parte do seu curso, sua importância para regiões semiáridas do Nordeste (irrigação, navegação histórica, abastecimento) e apelidos populares (ex.: “Velho Chico”, “Nilo Brasileiro”). Fontes úteis: IBGE (bacias hidrográficas), ANA (Agência Nacional de Águas) e manuais de Geografia do Brasil.

Por que a alternativa A está correta: Afirma que o São Francisco é perene e trafega grande volume de água em áreas semiáridas, justificando o apelido de “Nilo Brasileiro”. Isso corresponde ao papel hídrico do rio que drena áreas úmidas de Minas Gerais e alimenta trechos do semiárido nordestino, sendo essencial em épocas de seca. A comparação com o Nilo refere-se ao destaque do rio como eixo vital para uma região seca — analogia consagrada na literatura geográfica.

Análise das alternativas incorretas:

B — Errada: traz erro cronológico e interpretação histórica. A colonização portuguesa iniciou no século XVI; o enunciado fala do século XV. Além disso, indígenas já eram fixos muito antes da chegada dos europeus — a frase mistura causas e efeitos historicamente.

C — Errada: afirma que integra Centro‑Oeste e Nordeste e “exonera economicamente” Sul e Sudeste (apontados como mais pobres). Informação invertida: Sul e Sudeste são as regiões mais ricas do país; a frase é incoerente economicamente.

D — Errada: cita Dourados/Sinope (MS) como áreas irrigadas com água do São Francisco — geograficamente incorreto; essas cidades estão fora da bacia do São Francisco e não dependem dela. As fruticulturas irrigadas famosas do São Francisco ficam no Vale do São Francisco (Petrolina–Juazeiro).

E — Errada: mistura usinas corretas e incorretas. Três Marias e Paulo Afonso pertencem ao São Francisco, mas Balbina fica no Amazonas (rio Uatumã) — não é aproveitamento do São Francisco. Além disso, a distribuição espacial da energia citada está equivocada.

Dica de prova: verifique nomes de usinas e cidades nas alternativas; desconfie de datas (séculos) e de afirmações que invertam a realidade socioeconômica das regiões. Cruzar conhecimento de localização (mapa) com fatos históricos geralmente elimina pegadinhas.

Fontes e referências sugeridas: IBGE – Atlas do Brasil; ANA – informações sobre bacias; James & Mendes (2014) para contextualização didática.

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