Em meados dos anos 1960, a ciência geográfica foi premiada com a obra “Geografia do Subdesenvolvimento: geopolítica de uma crise”, produzida pelo geógrafo francês Ives Lacoste, na qual as ambiguidades da noção de subdesenvolvimento são analisadas a partir da perspectiva da geografia crítica.
No que se refere às origens e aos aspectos estruturantes do “subdesenvolvimento” no espaço globalizado, analise as afirmativas que seguem:
I. As origens históricas do subdesenvolvimento se definem a partir da lógica do desenvolvimento desigual do capitalismo, em curso desde a acumulação mercantil do capital nas “grandes navegações”.
II. A descolonização da África, em meados do século XX, significou a libertação da condição histórica de exploração do continente pelos países desenvolvidos, o que tornou possível o crescimento econômico da África do Sul.
III. O subdesenvolvimento é mantido em alguns países do Oriente Médio através do autoritarismo e militarização dos Estados nacionais, com o apoio de países desenvolvidos, contexto no qual se evidenciam protestos sociais como na “Primavera Árabe”.
IV. A industrialização dos países subdesenvolvidos na América Latina agravou a dependência das economias nacionais ao capital internacional, pois acentuou a necessidade de acesso às novas tecnologias e fez crescer o endividamento externo.
V. Em geral, os países subdesenvolvidos (ou “em desenvolvimento”) ainda se inserem na tradicional Divisão Internacional do Trabalho (DIT), exportando matérias-primas e alimentos a preços baixos.
Estão corretas as afirmações contidas em
No que se refere às origens e aos aspectos estruturantes do “subdesenvolvimento” no espaço globalizado, analise as afirmativas que seguem:
I. As origens históricas do subdesenvolvimento se definem a partir da lógica do desenvolvimento desigual do capitalismo, em curso desde a acumulação mercantil do capital nas “grandes navegações”.
II. A descolonização da África, em meados do século XX, significou a libertação da condição histórica de exploração do continente pelos países desenvolvidos, o que tornou possível o crescimento econômico da África do Sul.
III. O subdesenvolvimento é mantido em alguns países do Oriente Médio através do autoritarismo e militarização dos Estados nacionais, com o apoio de países desenvolvidos, contexto no qual se evidenciam protestos sociais como na “Primavera Árabe”.
IV. A industrialização dos países subdesenvolvidos na América Latina agravou a dependência das economias nacionais ao capital internacional, pois acentuou a necessidade de acesso às novas tecnologias e fez crescer o endividamento externo.
V. Em geral, os países subdesenvolvidos (ou “em desenvolvimento”) ainda se inserem na tradicional Divisão Internacional do Trabalho (DIT), exportando matérias-primas e alimentos a preços baixos.
Estão corretas as afirmações contidas em
Gabarito comentado
Alternativa correta: D (I, III, IV e V)
Tema central: entende-se aqui a noção de subdesenvolvimento pela perspectiva da geografia crítica e da teoria da dependência — isto é, como resultado histórico e espacial do desenvolvimento desigual do capitalismo global (Lacoste, 1966; Wallerstein; Frank).
Resumo teórico: o subdesenvolvimento não é um atraso natural, mas uma condição produzida por relações assimétricas entre centros e periferias. Autores-chave: Yves Lacoste (Geografia do Subdesenvolvimento), Raúl Prebisch (CEPAL — Prebisch-Singer), André Gunder Frank (teoria da dependência) e Immanuel Wallerstein (sistema-mundo).
Por que D está certa:
- I — Correta: origens históricas ligadas ao processo de acumulação mercantil e colonização, que iniciaram o desenvolvimento desigual.
- III — Correta: regimes autoritários e militarização, muitas vezes apoiados por potências externas, mantêm estruturas de dependência; as revoltas da Primavera Árabe mostram reação popular a essa configuração.
- IV — Correta: a industrialização por substituição de importações na América Latina exigiu tecnologia e crédito estrangeiro, aumentando dependência e endividamento (décadas seguintes, crise da dívida).
- V — Correta: muitos países periféricos continuam exportando primários a preços baixos — padrão descrito por Prebisch-Singer e pela DIT.
Análise das alternativas incorretas:
- A (I e V): embora I e V estejam corretas, falta III e IV que também são verdadeiros — opção incompleta.
- B (II e III): inclui II, que é falsa. A descolonização não garantiu libertação econômica geral; a menção exclusiva à África do Sul é enganosa (África do Sul teve trajetória particular e o crescimento não foi fruto da descolonização africana como processo uniforme).
- C (I, II, III e V): contém II (falsa), portanto a combinação está errada.
- E (I, II, IV e V): também inclui II equivocada; por isso inválida.
Dicas de interpretação: desconfie de afirmações absolutas sobre libertação econômica após a descolonização; busque relações históricas entre política, economia e dependência; associe autores (Prebisch, Frank, Wallerstein, Lacoste) para validar enunciados.
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