Questão 320136d4-60
Prova:UERJ 2010
Disciplina:Geografia
Assunto:Geografia Cultural

 Chiclete com banana

Eu só ponho bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim
(...)
GORDURINHA E ALMIRA CASTILHO
Coleção Folha Raízes da MPB, nº 15

No final da década de 1950, a sociedade brasileira passava por transformações marcantes em diferentes áreas.
A letra da canção “Chiclete com banana” enfoca o seguinte elemento da conjuntura desse momento:

A
difusão da cultura estrangeira
B
diversificação da identidade étnica
C
valorização da pluralidade artística
D
expansão da dependência econômica

Gabarito comentado

P
Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Gabarito: A — difusão da cultura estrangeira

Tema central: a letra de "Chiclete com banana" ironiza e registra a presença crescente da cultura norte‑americana no Brasil dos anos 1950 — a chamada americanização do consumo, dos gostos musicais e dos produtos culturais.

Resumo teórico: a partir da década de 1950 intensificaram‑se fluxos culturais transnacionais (música, moda, mídia). Conceitos úteis: difusão cultural (como inovações e formas culturais se espalham — Rogers) e imperialismo cultural (influência massiva de potências culturais, cf. Schiller). No Brasil, a cena musical viveu hibridizações (samba + influências do jazz/rock), visíveis em letras que mencionam "Tio Sam", "Miami" e termos como "bip‑bop" (ver Ruy Castro sobre transformações musicais).

Por que a alternativa A é correta: a letra destaca símbolos explícitos da cultura estrangeira (Tio Sam, Miami, sons norte‑americanos) e a ideia de misturar esses elementos ao samba — isto é um comentário sobre a difusão e penetração cultural externa na sociedade brasileira daquela época.

Análise das alternativas incorretas:

B — diversificação da identidade étnica: a canção trata de influências culturais/estilísticas, não de mudanças na composição étnica da população; não há referência a grupos étnicos nem migrações.

C — valorização da pluralidade artística: embora haja mistura musical, o tom da letra é crítica/irônica diante da entrada massiva de modelos estrangeiros — não celebra genericamente a pluralidade artística.

D — expansão da dependência econômica: a letra fala de cultura e música; nada aborda explicitamente relações econômicas, comércio ou dependência financeira.

Dica de interpretação: busque no enunciado/trecho palavras‑chave que indiquem contexto (ex.: "Tio Sam", "Miami", onomatopeias estrangeiras). Se o foco for símbolos culturais, pense em difusão/americanização; se houver termos econômicos, avaliar dependência econômica.

Fontes sugeridas: Ruy Castro, Bossa Nova: A história; Herbert Schiller, Communication and Cultural Domination; Everett Rogers, Diffusion of Innovations.

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