Chiclete com banana
Eu só ponho bip-bopNo meu sambaQuando Tio Sam pegar o tamborimQuando ele pegar no pandeiroE no zabumbaQuando ele aprenderQue o samba não é rumbaAí eu vou misturarMiami com CopacabanaChicletes eu misturo com bananaE o meu samba vai ficar assim(...)GORDURINHA E ALMIRA CASTILHO
Coleção Folha Raízes da MPB, nº 15
No final da década de 1950, a sociedade brasileira passava por transformações marcantes em
diferentes áreas.
A letra da canção “Chiclete com banana” enfoca o seguinte elemento da conjuntura desse momento:
Gabarito comentado
Gabarito: A — difusão da cultura estrangeira
Tema central: a letra de "Chiclete com banana" ironiza e registra a presença crescente da cultura norte‑americana no Brasil dos anos 1950 — a chamada americanização do consumo, dos gostos musicais e dos produtos culturais.
Resumo teórico: a partir da década de 1950 intensificaram‑se fluxos culturais transnacionais (música, moda, mídia). Conceitos úteis: difusão cultural (como inovações e formas culturais se espalham — Rogers) e imperialismo cultural (influência massiva de potências culturais, cf. Schiller). No Brasil, a cena musical viveu hibridizações (samba + influências do jazz/rock), visíveis em letras que mencionam "Tio Sam", "Miami" e termos como "bip‑bop" (ver Ruy Castro sobre transformações musicais).
Por que a alternativa A é correta: a letra destaca símbolos explícitos da cultura estrangeira (Tio Sam, Miami, sons norte‑americanos) e a ideia de misturar esses elementos ao samba — isto é um comentário sobre a difusão e penetração cultural externa na sociedade brasileira daquela época.
Análise das alternativas incorretas:
B — diversificação da identidade étnica: a canção trata de influências culturais/estilísticas, não de mudanças na composição étnica da população; não há referência a grupos étnicos nem migrações.
C — valorização da pluralidade artística: embora haja mistura musical, o tom da letra é crítica/irônica diante da entrada massiva de modelos estrangeiros — não celebra genericamente a pluralidade artística.
D — expansão da dependência econômica: a letra fala de cultura e música; nada aborda explicitamente relações econômicas, comércio ou dependência financeira.
Dica de interpretação: busque no enunciado/trecho palavras‑chave que indiquem contexto (ex.: "Tio Sam", "Miami", onomatopeias estrangeiras). Se o foco for símbolos culturais, pense em difusão/americanização; se houver termos econômicos, avaliar dependência econômica.
Fontes sugeridas: Ruy Castro, Bossa Nova: A história; Herbert Schiller, Communication and Cultural Domination; Everett Rogers, Diffusion of Innovations.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






