Texto V
A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e
as redes sociais
não estão ajudando
A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo
inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando
que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.
Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente
falha".
Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a
raiva, a esperança ou o amor".
A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes
inatingível".
Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma,
não é o melhor caminho. [...]
Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que
"nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".
"Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no
Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente
'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não
estão ajudando".
"Sentimentos desafiadores"
Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e
nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado.
"Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes.
Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão,
ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.
Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes".
Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações
tumultuados, desafiadores e difíceis".
"Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é
contraintuitivo e contraproducente".
Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também
acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos –
quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida.
Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado).
Os sufixos, elementos mórficos, atribuem novos sentidos aos radicais a que são agregados.
Considerando o contexto em que se insere e as afirmações que seguem, julgue a opção
CORRETA em relação ao termo destacado no trecho:
"E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física
espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o
anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".
Texto V
A busca pela felicidade está nos tornando infelizes e
as redes sociais não estão ajudando
A opinião é do pianista James Rhodes, "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes.
Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha".
Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor".
A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível".
Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. [...]
Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável".
"Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".
"Sentimentos desafiadores"
Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado.
"Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção a depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.
Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes".
Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis".
"Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente".
Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos – quando resolveu contar em livro problemas que enfrentou ao longo da vida.
Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542. Acesso em: 06 abr. 2018 (adaptado).
Os sufixos, elementos mórficos, atribuem novos sentidos aos radicais a que são agregados. Considerando o contexto em que se insere e as afirmações que seguem, julgue a opção CORRETA em relação ao termo destacado no trecho:
"E as selfies cuidadosamente escolhidas e postadas no Instagram; a perfeição física
espalhada por todas as mídias – inalcançável e extremamente 'photoshopada' – e o
anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".
Gabarito comentado
TEMA CENTRAL: Morfologia – Derivação sufixal e formação de adjetivos
Nesta questão, exige-se conhecimento aprofundado sobre os sufixos da Língua Portuguesa, com foco especial no sufixo -ada e sua função morfológica. O candidato precisa analisar a formação da palavra "photoshopada" e interpretar corretamente o papel do sufixo em seu contexto.
ALTERNATIVA CORRETA (C):
O sufixo -ada, em “photoshopada”, atua como formador de adjetivo. Ele traz ao radical a ideia de "provido de" ou "cheio de". Assim, ao dizer “imagem photoshopada”, estamos descrevendo algo dotado de edição pelo Photoshop. Segundo a "Nova Gramática do Português Contemporâneo", de Cunha & Cintra (2019), certos sufixos, como -ado/-ada, podem dar ao substantivo valor de adjetivo, reforçando essa interpretação. Exemplo paralelo: barbado = “cheio de barba”.
ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS INCORRETAS:
A) "O sufixo '-ada' é formador de substantivo a partir de outro."
Incorrreto. O sufixo -ada pode sim formar substantivos (ex: boiada), mas em “photoshopada” ele forma um adjetivo qualificando o estado da imagem.
B) "O sufixo '-ada' agrega a ideia de ação a partir de um substantivo."
Errado. Embora haja casos em que -ada indica ação (ex: caminhada), em “photoshopada” o foco é a qualidade (provido de edição), não a ação em si.
D) "A partir de photoshop, acrescentou-se '-ada' para formação de termo nomeador."
Errado. Não se trata de substantivo (termo nomeador), mas de adjetivo: qualifica algo que sofreu ação do Photoshop.
E) "A formação do termo 'photoshopada' se realiza por composição por justaposição."
Incorreto. O termo é resultado de derivação sufixal, e não composição. Justaposição ocorre, por exemplo, em “passatempo”.
ESTRATÉGIAS E DICAS:
Fique atento à classe gramatical da palavra formada! Palavras como “carregada”, “armada”, “photoshopada” geralmente expressam qualidades (adjetivos) com sentido de "dotado de". Ler o trecho e identificar se a palavra qualifica (adjetivo) ou nomeia (substantivo) é essencial. Evite ser induzido por exemplos comuns de substantivação com -ada — aqui, o contexto indica adjetivo.
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