Acerca da formação social das Minas Gerais no século XVIII, pode-se afirmar que:
Gabarito comentado
Gabarito: C
Tema central: formação social das Minas Gerais no século XVIII — aula sobre a estrutura social da sociedade mineradora: elites, camadas médias, população livre pobre e escravizada, e as dinâmicas de mobilidade e monetarização. Conhecer esse quadro ajuda a interpretar alternativas que exageram tamanhos de grupos ou atribuem características incomuns ao período.
Resumo teórico conciso: a descoberta do ouro atraiu um grande contingente de migrantes e acelerou a monetarização. Surgiu uma elite reduzida e poderosa (proprietários, comerciantes ligados à mineração e funcionários), uma multidão de homens livres pobres (pequenos comerciantes, artesãos, trabalhadores temporários e funcionários de baixa renda) e um número expressivo de escravizados usados tanto no trabalho doméstico quanto na lavra. Havia mobilidade social relativa, mas a desigualdade era acentuada. (Referências gerais: Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Boris Fausto, História do Brasil.)
Por que a alternativa C está correta: ela descreve uma ampla camada de pessoas livres, majoritariamente pobres, mas incluindo pequenos empreendedores, comerciantes e funcionários — quadro que condensa a diversidade e a precariedade da maioria na sociedade mineradora. Esse perfil é compatível com estudos sobre a composição social das vilas mineradoras, onde a maioria era livre e economicamente vulnerável, com atividades urbanas e rurais complementares ao garimpo.
Análise das alternativas incorretas
A (errada): afirma que havia uma camada superior extensa de muitos homens ricos. Na realidade, a elite era numericamente pequena e concentrada; riqueza e poder eram marcados pela desigualdade, não por uma grande massa de ricos.
B (errada): apesar da monetarização e de casos de alforria, a escravidão foi relevante em Minas no século XVIII. Não houve redução a ponto de existir “uma pequena camada de escravos” — pelo contrário, havia um contingente considerável de escravizados. A mobilidade e as alforrias existem, mas não alteraram a presença expressiva da escravidão.
D (errada): supõe uma grande camada intermediária de artesãos e profissionais vivendo "sem nenhuma dificuldade". Na prática, a camada intermediária era limitada e muitas vezes precária; artesãos e profissionais urbanos frequentemente enfrentavam dificuldades econômicas e dependiam dos fluxos do mercado minerador.
Dica de interpretação para provas: busque palavras absolutas ou superlativas ("extensa", "grande camada", "sem nenhuma dificuldade") — elas costumam indicar alternativas incorretas em temas sociais. Compare a afirmação com o quadro geral conhecido: elite pequena, maioria livre pobre, escravidão significativa e mobilidade limitada.
Resumo-final: a alternativa C retrata de forma equilibrada a composição social das Minas setecentistas e por isso é a correta.
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