Questão 29f38cf4-e6
Prova:Unimontes - MG 2019
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado de Minas Gerais

Acerca da formação social das Minas Gerais no século XVIII, pode-se afirmar que:

A
Verifica-se a existência de uma camada superior que era bem extensa, formada por muitos homens ricos e poderosos que se dedicavam à extração do ouro e aos grandes negócios que giravam em torno da mineração.
B
Em função da elevada taxa de monetarização e da grande mobilidade da sociedade mineradora setecentista, existia uma pequena camada de escravos na região já que as alforrias foram uma constante, principalmente nas primeiras décadas do século XVIII.
C
Existia uma ampla camada da população que era formada por pessoas livres, constituída em sua maioria por gente pobre, mas cuja composição abarcava também pequenos empreendedores e comerciantes, além de pequenos funcionários.
D
Entre a numerosa classe proprietária e a pequena parcela da população livre pobre, existia uma grande camada intermediária formada por artesãos, artistas e outros profissionais que viviam sem nenhuma dificuldade.

Gabarito comentado

M
Monica Lima Monitor do Qconcursos

Gabarito: C

Tema central: formação social das Minas Gerais no século XVIII — aula sobre a estrutura social da sociedade mineradora: elites, camadas médias, população livre pobre e escravizada, e as dinâmicas de mobilidade e monetarização. Conhecer esse quadro ajuda a interpretar alternativas que exageram tamanhos de grupos ou atribuem características incomuns ao período.

Resumo teórico conciso: a descoberta do ouro atraiu um grande contingente de migrantes e acelerou a monetarização. Surgiu uma elite reduzida e poderosa (proprietários, comerciantes ligados à mineração e funcionários), uma multidão de homens livres pobres (pequenos comerciantes, artesãos, trabalhadores temporários e funcionários de baixa renda) e um número expressivo de escravizados usados tanto no trabalho doméstico quanto na lavra. Havia mobilidade social relativa, mas a desigualdade era acentuada. (Referências gerais: Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Boris Fausto, História do Brasil.)

Por que a alternativa C está correta: ela descreve uma ampla camada de pessoas livres, majoritariamente pobres, mas incluindo pequenos empreendedores, comerciantes e funcionários — quadro que condensa a diversidade e a precariedade da maioria na sociedade mineradora. Esse perfil é compatível com estudos sobre a composição social das vilas mineradoras, onde a maioria era livre e economicamente vulnerável, com atividades urbanas e rurais complementares ao garimpo.

Análise das alternativas incorretas

A (errada): afirma que havia uma camada superior extensa de muitos homens ricos. Na realidade, a elite era numericamente pequena e concentrada; riqueza e poder eram marcados pela desigualdade, não por uma grande massa de ricos.

B (errada): apesar da monetarização e de casos de alforria, a escravidão foi relevante em Minas no século XVIII. Não houve redução a ponto de existir “uma pequena camada de escravos” — pelo contrário, havia um contingente considerável de escravizados. A mobilidade e as alforrias existem, mas não alteraram a presença expressiva da escravidão.

D (errada): supõe uma grande camada intermediária de artesãos e profissionais vivendo "sem nenhuma dificuldade". Na prática, a camada intermediária era limitada e muitas vezes precária; artesãos e profissionais urbanos frequentemente enfrentavam dificuldades econômicas e dependiam dos fluxos do mercado minerador.

Dica de interpretação para provas: busque palavras absolutas ou superlativas ("extensa", "grande camada", "sem nenhuma dificuldade") — elas costumam indicar alternativas incorretas em temas sociais. Compare a afirmação com o quadro geral conhecido: elite pequena, maioria livre pobre, escravidão significativa e mobilidade limitada.

Resumo-final: a alternativa C retrata de forma equilibrada a composição social das Minas setecentistas e por isso é a correta.

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