Tendo como referência o texto acima, julgue o item a seguir.
De acordo com as informações do texto, o parasitismo não
deve estar relacionado com o mecanismo de coevolução, já que
apenas uma das espécies afeta a evolução da outra.
Tendo como referência o texto acima, julgue o item a seguir.
De acordo com as informações do texto, o parasitismo não
deve estar relacionado com o mecanismo de coevolução, já que
apenas uma das espécies afeta a evolução da outra.
Os hábitos dos parasitoides, insetos diminutos, são bastante
peculiares: suas larvas se desenvolvem dentro do corpo de outros
organismos ou sobre estes. Em geral, cada parasitoide ataca
hospedeiros de determinada espécie e, por isso, esses organismos
vêm sendo amplamente usados no controle biológico de pragas
agrícolas, o que traz benefícios econômicos aos humanos e diminui
a necessidade de aplicação de inseticidas tóxicos.
A diversidade de parasitoides é enorme. Há 150 mil
espécies descritas, um décimo dos insetos conhecidos. A maioria
dos insetos desse tipo (78%) está distribuída em diversas famílias
da ordem dos himenópteros — vespas de tamanho corporal
reduzido, em geral, com alguns milímetros de comprimento. Outros
(cerca de 20%) pertencem à ordem dos dípteros (moscas) e são
representados principalmente por espécies da família dos
taquinídeos. Além desses, besouros da família dos estafilinídeos
também apresentam a estratégia de vida parasitoide.
Os insetos endoparasitoides (parasitoides cujas larvas
crescem dentro do hospedeiro) apresentam relação fisiológica muito
estreita com seus hospedeiros, controlando o metabolismo destes de
maneira bastante sofisticada. As substâncias liberadas por esses
insetos dentro do organismo atacado alteram muitos processos,
desde funções hormonais e mecanismos de defesa até taxa
metabólica, composição da hemolinfa (o sangue dos insetos),
excreção e desenvolvimento de estruturas reprodutivas.
M. M. do Espírito Santo et al. Parasitoses — insetos benéficos e
cruéis. In: Ciência Hoje, vol. 49, 2014, p. 291 (com adaptações).
Os hábitos dos parasitoides, insetos diminutos, são bastante peculiares: suas larvas se desenvolvem dentro do corpo de outros organismos ou sobre estes. Em geral, cada parasitoide ataca hospedeiros de determinada espécie e, por isso, esses organismos vêm sendo amplamente usados no controle biológico de pragas agrícolas, o que traz benefícios econômicos aos humanos e diminui a necessidade de aplicação de inseticidas tóxicos.
A diversidade de parasitoides é enorme. Há 150 mil espécies descritas, um décimo dos insetos conhecidos. A maioria dos insetos desse tipo (78%) está distribuída em diversas famílias da ordem dos himenópteros — vespas de tamanho corporal reduzido, em geral, com alguns milímetros de comprimento. Outros (cerca de 20%) pertencem à ordem dos dípteros (moscas) e são representados principalmente por espécies da família dos taquinídeos. Além desses, besouros da família dos estafilinídeos também apresentam a estratégia de vida parasitoide.
Os insetos endoparasitoides (parasitoides cujas larvas crescem dentro do hospedeiro) apresentam relação fisiológica muito estreita com seus hospedeiros, controlando o metabolismo destes de maneira bastante sofisticada. As substâncias liberadas por esses insetos dentro do organismo atacado alteram muitos processos, desde funções hormonais e mecanismos de defesa até taxa metabólica, composição da hemolinfa (o sangue dos insetos), excreção e desenvolvimento de estruturas reprodutivas.
M. M. do Espírito Santo et al. Parasitoses — insetos benéficos e cruéis. In: Ciência Hoje, vol. 49, 2014, p. 291 (com adaptações).
Gabarito comentado
Gabarito: E — errado
Tema central: interações parasitismo–hospedeiro e coevolução. Entender se uma relação ecológica pode gerar mudança evolutiva recíproca é essencial em Ecologia e Evolução, especialmente em controle biológico.
Resumo teórico objetivo: Coevolução = mudanças evolutivas recíprocas entre duas (ou mais) espécies que interagem (Thompson, 2005). No parasitismo, o parasita impõe seleção sobre o hospedeiro (p.ex., resistência imune, comportamento), e o hospedeiro impõe seleção sobre o parasita (p.ex., virulência, mecanismos de supressão). Esse processo é clássico em “braço-de-ferro” evolutivo (arms race) e em dinâmicas de frequência dependente (Begon et al., 2006).
Por que a alternativa E é correta: a afirmação do enunciado («apenas uma das espécies afeta a evolução da outra») é falsa. Na maioria dos sistemas parasita–hospedeiro há seleção recíproca: hospedeiros evoluem defesas; parasitas evoluem contra‑defesas. No texto de apoio, por exemplo, endoparasitoides liberam substâncias que alteram fisiologia do hospedeiro — isso gera pressão seletiva sobre o hospedeiro para contramedidas, e sobre o parasitoide para melhorar sua eficácia, caracterizando coevolução (Thompson, 2005).
Dica de interpretação de enunciados (estratégia): desconfie de termos absolutos como “apenas”, “sempre” ou “nunca”. Pergunte-se: existe evidência de reciprocidade na interação? Se sim, coevolução é plausível. Aqui, a descrição de alterações fisiológicas no hospedeiro torna a reciprocidade evidente.
Referências úteis: Thompson, J. N. (2005). The Geographic Mosaic of Coevolution; Begon, Townsend & Harper (2006). Ecology: From Individuals to Ecosystems.
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