Questão 224b04a3-a6
Prova:UECE 2010
Disciplina:Geografia
Assunto:Amazônia

Toca Tocantins - Composição: Nilson Chaves e Jamil Damous

Toca Tocantins
Tuas águas para o mar
Os meios não são os fins
Por que vão te matar?

Por que te transformar
Em águas assassinas
E nelas afogar a vida?


Os versos acima apresentados exprimem

A
a condição de rio de fronteira, por onde pistoleiros de aluguel conseguem escapar após resolverem, à bala, conflitos pela posse da terra no Pará.
B
a devastação da biodiversidade da Amazônia, sem nenhum respeito com as práticas conservacionistas e a riqueza da cultura local.
C
a concentração de indústrias químicas às margens do rio Tocantins, essenciais para a produção de adubos e fertilizantes necessários ao Centro-Oeste.
D
as disputas entre o Estado do Pará e Tocantins pelas riquezas naturais das regiões em suas margens, ricas em ouro e solos agricultáveis.

Gabarito comentado

J
Jair CaldeiraMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: B

Tema central: o texto poético denuncia a transformação das águas em agentes que matam — imagem clara de poluição e devastação da biodiversidade na Amazônia. Para responder é preciso reconhecer metáforas ambientais e relacioná‑las a processos reais (desmatamento, mineração, lançamento de agrotóxicos, barramentos).

Resumo teórico rápido: a integridade de ecossistemas aquáticos depende da qualidade da água e da continuidade ecológica. Na Amazônia, atividades como desmatamento, garimpo e uso intensivo de agrotóxicos provocam assoreamento, contaminação por mercúrio e perda de espécies — fenômenos descritos por órgãos como IBAMA e pesquisas do ISA e WWF Brasil. A Lei nº 12.651/2012 (Código Florestal) e normas ambientais visam mitigar esses impactos, mas a pressão antrópica persiste.

Justificativa da alternativa B: o verso “transformar / Em águas assassinas / E nelas afogar a vida” é metáfora direta da contaminação e destruição da fauna/flora aquática — isto é, devastação da biodiversidade. Não há referência a disputas políticas ou fronteiras; o foco é ambiental e ético (“os meios não são os fins”), crítica típica a práticas predatórias contra a natureza.

Análise das alternativas incorretas:

A — fala de rios de fronteira e pistoleiros: temática de violência armada e fuga, não expressa nos versos que tratam da água como agente que mata a vida por degradação ambiental.

C — menciona concentração de indústrias químicas para fertilizantes: é uma hipótese muito específica e econômica; o poema não indica atividade industrial localizada nem foco em produção agrícola, mas em dano ecológico amplo.

D — refere‑se a disputas entre estados por riquezas naturais: trata de conflito político‑territorial, distinto da crítica ambiental e moral presente nos versos.

Dica de interpretação para provas: ao ler enunciados poéticos, destaque verbos e imagens fortes (ex.: “assassinas”, “afogar a vida”). Pergunte: isso aponta para processo ambiental, social ou político? Elimine alternativas que introduzam detalhes não sugeridos pelo texto.

Fontes e leituras recomendadas: IBAMA, Ministério do Meio Ambiente; Instituto Socioambiental (ISA); WWF Brasil; Lei nº 12.651/2012 (Código Florestal).

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