Na década de 1980, a Eletronorte construiu no rio
Uatumã a Usina Hidrelétrica de Balbina (UHB). Esse
empreendimento, que fazia parte da política dos
“grandes projetos desenvolvimentistas” do Governo
Federal, atingiu, com a construção da barragem para
formar o lago, cerca de 30.000 ha de uma reserva
indígena Waimiri-Atoari.
Sobre a Usina Hidrelétrica de Balbina, assinale a
alternativa CORRETA:
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa D
Tema central: impactos socioambientais da Usina Hidrelétrica de Balbina (UHB) sobre a Terra Indígena Waimiri‑Atroari e a população indígena. Questões desse tipo exigem conhecimento da história dos “grandes projetos” na Amazônia, das consequências ambientais de hidrelétricas e das violações aos direitos indígenas (FUNAI, estudos acadêmicos como Fearnside).
Resumo teórico (sintético): grandes barragens na Amazônia provocam alagamento de áreas florestais, perda de habitat, emissões de gases de efeito estufa por matéria orgânica em decomposição e impactos humanos (deslocamento, doenças, violência). No caso de Balbina (construída pela Eletronorte nos anos 1980), isso incluiu alagamento de parte da reserva Waimiri‑Atroari e graves consequências sociais e culturais (ver: P.M. Fearnside; relatórios da FUNAI e TCU).
Por que a alternativa D é correta: A afirmação resume adequadamente a dimensão humana da operação: Balbina integra o conjunto de empreendimentos que causaram sofrimento, perda territorial e ruptura sociocultural para povos indígenas na segunda metade do século XX. Ou seja, o impacto da UHB é representação clara dessa “tragédia humana” vivida por povos indígenas amazônicos.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta: Balbina não “criou” o município de Presidente Figueiredo nem solucionou definitivamente o problema energético de Manaus; a usina teve baixo fator de utilização e é criticada por ineficiência e altos custos ambientais.
B — Incorreta: A BR‑174 teve impactos e atravessou áreas indígenas em diferentes períodos, mas afirmar que a construção da UHB provocou o desvio da rodovia para dentro da TI é uma relação causal incorreta ou imprecisa na sequência dos fatos.
C — Incorreta: Não existe pagamento formal de “royalties” da UHB ao Programa Waimiri‑Atroari; houve indenizações, programas de compensação e ações judiciais/administrativas, mas não royalties na acepção usual (como em petróleo/mineração).
E — Incorreta: O episódio mencionado não corresponde à construção da UHB; mistura eventos históricos distintos e nomes que não caracterizam corretamente a tragédia associada a Balbina.
Estratégias para resolver provas: verifique temporalidade (o que veio antes/depois), procure relação de causa e efeito bem documentada, desconfie de alternativas que misturam termos técnicos fora de contexto (ex.: “royalties” para usina) e elimine opções com afirmações factuais registradamente contestadas por fontes como FUNAI, TCU ou literatura científica.
Principais referências sugeridas: relatórios da FUNAI e TCU sobre Balbina; artigos de P. M. Fearnside sobre hidrelétricas na Amazônia.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!



