Leia o texto a seguir:
Ontem à noite assisti a um espetáculo monstro, que
durou até o amanhecer. Não só as músicas me
empolgaram, mas também o espetacular guarda-roupa
do conjunto, verdadeiramente contestador, como deve
acontecer nos shows de rock. Ao terminar, ainda tive
ânimo para entrar num boteco. Realmente, foram horas
em que me vi livre da burocracia que é a minha vida.
Considerando o processo de formação de palavras,
relacione a coluna da esquerda, onde estão palavras em
destaque no texto, com a da direita. Assinale, depois, a
alternativa que apresenta a numeração em sequência
CORRETA, de cima para baixo:
( )monstro( )amanhecer( )guarda-roupa( )boteco( )burocracia
(1) derivação regressiva nominal(2) hibridismo(3) composição por justaposição(4) derivação parassintética(5) derivação imprópria
Gabarito comentado
Tema central: Morfologia – Processos de Formação de Palavras
Esta questão exige do candidato o domínio dos principais processos de formação de palavras que ocorrem na Língua Portuguesa, conforme tratado de forma detalhada em gramáticas como a de Bechara e Cunha & Cintra. O enunciado pede a associação entre cinco palavras e o respectivo processo formador.
Análise dos itens:
Monstro: Utilizada com valor de adjetivo atribuído a “espetáculo”, assume a forma de substantivo sem modificação morfológica, caracterizando derivação imprópria (ou conversão). Exemplo: “O monstro assustou a todos”.
Amanhecer: Formada pelo acréscimo simultâneo de prefixo a- e sufixo -ecer ao radical manhã. Assim, é derivação parassintética. Importante: não existe “*amanhãcer” ou “*amanhece”, a palavra só se forma com ambos.
Guarda-roupa: Junção de dois radicais, guarda + roupa, sem alteração fonética, compondo composição por justaposição.
Boteco: Originado do verbo “botar”, perde a terminação verbal por meio de derivação regressiva nominal (“botar” → “boteco”).
Burocracia: Combina elementos de línguas distintas: francês (bureau) e grego (kratos), sendo caso clássico de hibridismo.
Sequência correta (alternativa D): 5 – 4 – 3 – 1 – 2
Justificativa: O domínio das regras morfológicas permite ao candidato identificar, por exemplo, que “derivação imprópria” ocorre quando há mudança de classe gramatical sem alteração da palavra, enquanto “hibridismo” exige a mistura de radicais de línguas diferentes. Fique atento: confundir derivação regressiva (formação de substantivos a partir de verbos) com parassintética (prefixo e sufixo juntos) é equívoco comum.
Análise das alternativas incorretas: Todas as demais sequências apresentam, pelo menos, uma associação trocada – por exemplo, atribuem “amanhecer” à derivação regressiva, o que não condiz com a regra gramatical.
Estratégia: Leia atentamente cada palavra e lembre-se: sempre que o sentido da palavra exigir prefixo E sufixo simultaneamente, é parassíntese. Quando envolver diferentes línguas, é hibridismo.
Referência: Cunha & Cintra (2013), Bechara (2009).
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