O Rio era “túmulo dos estrangeiros”, uma cidade com cerca de 700 mil
habitantes e graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, toneladas de
lixo nas ruas, cortiços superpovoados. Um ambiente propício à proliferação de várias
doenças, como tuberculose, hanseníase, tifo, sarampo, escarlatina, difteria, coqueluche,
febre amarela e peste bubônica. Com o propósito de modernizar a capital, o presidente da
República, o prefeito Pereira Passos e o médico sanitarista e diretor da Saúde
Pública, Oswaldo Cruz, puseram em prática um grande projeto urbano, que se expandiu ao
longo de três eixos: melhoramento do porto do Rio de Janeiro, remodelação urbana e
saneamento. Cortiços e prédios velhos foram demolidos e, em seu lugar, surgiram grandes
avenidas, modernos edifícios, praças e jardins.(http://bndigital.bn.br/redememoria/revacina.html. Acesso: 11/09/2011. Adaptado.)
Quais foram os impactos da modernização no Rio de Janeiro sobre a população?
Gabarito comentado
Gabarito: B
Tema central: trata-se das reformas urbanas e sanitárias no Rio de Janeiro (início do século XX) — ação de Pereira Passos e Oswaldo Cruz visando modernização, saneamento e abertura de avenidas, com impacto social e espacial na população.
Resumo teórico: a chamada “modernização” combinou obras de infraestrutura, batalha contra epidemias e remodelação urbana (demolição de cortiços, ganho do “asfalto” e do espaço para o comércio e elite). Essas intervenções melhoraram aspectos sanitários, mas produziram deslocamento socioespacial: os mais pobres foram removidos para periferias e morros, gerando segregação urbana (fenômeno conhecido como retirada ou “bota-abaixo”). Fontes: Biblioteca Nacional (RedeMemória) e estudos da Fiocruz sobre Oswaldo Cruz.
Por que a alternativa B está correta? Porque reconhece a dupla face das reformas: melhoras sanitárias e de infraestrutura beneficiaram parte da população e a imagem da cidade, porém expulsaram moradores de cortiços e áreas centrais, empurrando-os para periferia e morros. Esse processo é documentado nas obras de reurbanização e nas políticas de saneamento da época.
Análise das alternativas incorretas
A — Errada. A afirmação é simplista: as camadas baixas raramente receberam moradias dignas; muitas foram removidas sem real reassentamento adequado.
C — Errada. A expressão “túmulo dos estrangeiros” descreve um período anterior às reformas; as obras e campanhas sanitárias visavam reduzir doenças, não aumentá‑las. Logo, a modernização não teve como efeito primário aumentar a transmissão.
D — Errada. Também simplifica: houve benefícios (avenidas, praças), mas não foram para toda a população — houve custos sociais significativos (deslocamentos e exclusão).
Dica de interpretação. Procure palavras-chave: “beneficiou”, “expulsou”, “todas/uma parcela”. Se o enunciado fala de demolição de cortiços, desconfie de alternativas que afirmam benefício universal.
Leituras e fontes recomendadas: acesse materiais da Biblioteca Nacional (RedeMemória) sobre o período e os arquivos da Fiocruz sobre Oswaldo Cruz e as campanhas sanitárias.
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