“AS VARIAÇÕES DO TEMPO ATMOSFÉRICO E O HOMEM”

“No dia de ano-novo de 1978 uma onda de frio varreu a Europa [...] com paralisação de rodovias e ferrovias [...] além de outros transtornos na vida dos habitantes dessa importante região do mundo. [...] O oposto também ocorreu (na) região mediterrânea [...] em julho de 1987 [...] a temperatura subiu a alturas impressionantes. [...] Os extremos de pluviosidade acarretam, da mesma forma, verdadeiras calamidades. Em Cherrapundki (Bangladesh) [...] já registrou num só ano, 26 461 mm de chuva [...] Por outro lado [...] na região desértica do norte do Chile, houve uma série de 53 anos [...] que só foram recolhidos 0,8 mm de chuva...”.

(ROSS, Jurandi L. Shanches. Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995. p. 84.)

De acordo com o fragmento do texto acima podemos perceber que

Resposta correta: Alternativa D

Tema central: o trecho explora a relação entre variações do tempo atmosférico (fenômenos meteorológicos extremos) e os impactos sobre a sociedade. A ideia-chave é a vulnerabilidade humana diante da natureza, mesmo em sociedades tecnologicamente avançadas.

Resumo teórico: distingue-se tempo (condição atmosférica momentânea: chuva, frio, calor) de clima (padrões estatísticos ao longo do tempo). Eventos extremos do tempo podem causar calamidades locais e mostram a exposição e vulnerabilidade das sociedades. Fontes científicas de referência: IPCC (relatórios de avaliação) sobre impactos e vulnerabilidade; textos de geografia física e de clima (p.ex. Ross, 1995, citado no enunciado).

Por que a alternativa D é correta: o enunciado traz exemplos (onda de frio, calor extremo, chuvas muito intensas, seca extrema) que mostram como a sociedade — inclusive regiões desenvolvidas — sofre consequências desses eventos. A alternativa D resume corretamente essa ideia: mesmo com avanço tecnológico, a sociedade continua sujeita aos efeitos da natureza. O foco do texto é a relação impacto-natureza/ser humano, não a causa desses eventos.

Análise das alternativas incorretas:

A — afirma que "as recentes alterações climáticas têm provocado catástrofes". O texto apresenta exemplos de extremos, mas não afirma que são efeitos de "recentes alterações climáticas"; mistura tempo e clima. Logo, é conclusão indevida.

B — diz que "o aquecimento global é consequência da forma como o homem vem tratando a natureza". Essa é uma afirmação sobre causa (antropogênica) do aquecimento global. O texto não discute causas do aquecimento global; trata de eventos extremos e seus impactos. Portanto, é fora do alcance do fragmento.

C — afirma que "a natureza reage de forma violenta às agressões sofridas pela ação humana". Isso pressupõe uma relação causal direta (retaliação da natureza). O texto descreve eventos naturais e seus impactos, sem atribuí‑los a agressões humanas; é uma interpretação incorreta do enunciado.

E — diz que "os danos provocados pelo homem ao planeta não são recentes, porém só agora a população global se dá conta". Novamente, atribui ao texto reflexões sobre consciência histórica e danos antropogênicos; não é tema do fragmento, que foca em variações do tempo e efeitos sobre a sociedade.

Dicas de interpretação para provas:

• Identifique o foco do texto: causa, efeito, comparação ou descrição? Responda apenas ao que está explicitado.
• Cuidado com alternativas que extrapolam (introduzem causas, intenção, cronologia) — geralmente são pegadinhas.
• Procure palavras‑chave: “mesmo”, “apesar de”, “consequência de” — elas orientam a relação lógica buscada.

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