A agricultura brasileira, ao introduzir os modos de produção
capitalista, combinou o trabalho assalariado com relações
camponesas de produção, através do trabalho familiar.
Nesse contexto, transformou a organização do espaço
geográfico e modificou os padrões de comportamento da
sociedade.
Analisando-se as informações e associando-as aos
conhecimentos sobre a questão agrícola no Brasil, é correto
afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: transformação da agricultura brasileira com a introdução do modo de produção capitalista — combinação de trabalho assalariado e trabalho familiar — e suas implicações espaciais e socioeconômicas. É preciso entender conceitos como agroindústria, concentração de capital e territorialização do capital.
Resumo teórico: O avanço do capitalismo no campo não significou apenas tecnologia; implicou a incorporação do espaço rural pelo capital através de investimentos em infraestrutura, integração vertical (produção — beneficiamento — comercialização) e atuação de grandes empresas e monopólios (insumos, sementes, frigoríficos, trading). Esse processo é chamado de territorialização do capital: o capital organiza o território conforme suas necessidades, concentrando poder econômico e redeslogísticas (fonte: IBGE; Embrapa; FAO).
Por que a alternativa E é correta: ela identifica a principal marca do processo: o capital, especialmente de grandes grupos e monopólios, territorializa a atividade agrícola — controlando cadeias produtivas, mercados e territórios rurais. Isso explica modernização técnica acompanhada de concentração e reestruturação do espaço agrícola.
Análise das alternativas incorretas:
A: afirma democratização da posse da terra e melhoria significativa do padrão de vida — desconsidera a persistente concentração fundiária e desigualdades no meio rural (realidade documentada por IBGE e estudos agrários).
B: diz que novos cultivos visaram autossuficiência de matéria‑prima — na prática, muitas inovações atenderam mercados externos e industriais, priorizando exportação e lucro, não necessariamente autossuficiência.
C: generaliza melhoria nutricional em todas as regiões — o aumento de culturas comerciais (soja, cana) nem sempre melhora dieta local; há regionalização desigual do abastecimento e problemas nutricionais persistentes.
D: restringe industrialização do campo ao Centro‑Sul — embora essa região seja destaque, processos de indústria agroalimentar e territorialização do capital atuam em outras regiões via investimentos e cadeias exportadoras.
Dica de prova: desconfie de termos absolutos (sempre, todos, significativamente) e busque compreender se a alternativa trata de tendência estrutural (mais provável) ou de efeito absoluto e universal (geralmente incorreto).
Fontes úteis: IBGE (Censo Agropecuário), Embrapa — estudos sobre agroindústria e territórios rurais; FAO — relatórios sobre cadeias produtivas.
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