Questão 175a5090-b3
Prova:IF-MT 2017
Disciplina:Biologia
Assunto:Problemas ambientais e medidas de conservação, Ecologia e ciências ambientais

O acidente em Mariana (MG), em 2015, provocou uma série de impactos negativos no meio ambiente. O rompimento da barragem de rejeitos de mineração levou lama, por exemplo, aos rios, afetando diretamente a cadeia alimentar. Sobre esse assunto, marque a alternativa correta:

A
O acidente de Mariana, apesar de causar grandes danos a outras áreas, causou pouco prejuízo no que diz respeito ao ambiente aquático, uma vez que a lama liberada não possuía produtos tóxicos, não afetando a cadeia alimentar local.
B
A lama que chegou aos rios não provocou a morte de peixes, pois esses eram pulmonados.
C
A lama modificou os níveis tróficos da cadeia alimentar na região, pois causou a morte de várias espécies.
D
A lama alterou a turbidez da água do Rio Doce, causando diminuição da entrada de luz e consequente interferência nas taxas fotossíntéticas.
E
A lama causou o aumento das taxas de oxigênio dos rios atingidos, o que causou a morte dos organismos aquáticos.

Gabarito comentado

C
Carla CerqueiraMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa D

Tema central: impactos de rompimento de barragens em ecossistemas aquáticos — alteração da turbidez e efeitos sobre a fotossíntese, cadeia alimentar e qualidade da água. É importante saber como sedimentos e rejeitos afetam luz, oxigenação e organismos aquáticos.

Resumo teórico (claro e progressivo): a entrada massiva de lama aumenta a turbidez (suspensão de partículas), reduzindo a penetração de luz. Menos luz diminui a fotossíntese de fitoplâncton e macrófitas aquáticas, reduzindo produção primária e, consequentemente, recursos para níveis superiores na cadeia alimentar (E. Odum; Wetzel, Limnology). Sedimentos também podem assorear habitats e transportar metais/tóxicos (relatórios da ANA, IBAMA e da Fundação Renova sobre o desastre de Mariana).

Justificativa da alternativa correta (D): a alternativa D explica diretamente o mecanismo físico-ecológico: aumento da turbidez do Rio Doce reduziu entrada de luz e interferiu nas taxas fotossintéticas dos produtores primários. Isso é o efeito imediato e documentado após rompimentos de barragens (ANA/IBAMA, relatórios técnicos; literatura limnológica).

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta. A lama frequentemente contém partículas e metais pesados; além disso, a turbidez por si só prejudica organismos aquáticos. Afirmação de “pouco prejuízo” e “não tóxica” contradiz relatórios de impacto publicados.

B — incorreta. A maioria dos peixes usa brânquias (respiração gasosa aquática). Peixes “pulmonados” (ex.: alguns dipnoicos) são raros e não justificam a afirmação geral de que não houve mortalidade.

C — parcialmente verdadeira mas imprecisa para ser a melhor resposta. De fato houve mortalidade e efeitos na cadeia alimentar, porém a alternativa D apresenta o mecanismo direto (turbidez reduzindo fotossíntese). Questões de concurso favorecem a alternativa que explica o efeito principal observável.

E — incorreta. Lama e matéria orgânica geralmente reduzem o oxigênio dissolvido (pela decomposição microbiana), não aumentam; hipóxia/anóxia é causa comum de mortalidade aquática após grandes inputs orgânicos/sedimentares.

Dica de interpretação: procure palavras-chave que indiquem mecanismos (ex.: turbidez → luz → fotossíntese). Desconfie de alternativas muito absolutas (“não causou”, “não afetando”) e de explicações fisiológicas generalizadas que não se aplicam à maioria dos peixes.

Referências sugestivas: relatórios ANA/IBAMA sobre o desastre de Mariana; Wetzel, R. G., Limnology; Odum, E. P., Ecologia. Para leitura aplicada, consulte também os relatórios da Fundação Renova.

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