¿Que quiere decir Paz cuando escribe “pavor indecible”?
Para Rodolfo Otto la presencia de lo Otro – y podríamos añadir, la sensación de "otredad" – se manifiesta "como un
misterio tremendum, un misterio que hace temblar." Al analizar el contenido de lo tremendo, el pensador alemán encuentra tres
elementos. En primer término el terror sagrado, esto es, "un terror especial," que sería vano comparar con el miedo que nos produce
un peligro conocido. El terror sagrado es pavor indecible, precisamente por ser experiencia de lo indecible. El segundo elemento es
la majestad de la Presencia o Aparición: «tremenda majestad». Finalmente, al poder majestuoso se alía la noción de «energía de lo
numinoso» y así la idea de un Dios vivo, activo, todopoderoso, es el tercer elemento. Ahora bien, las dos últimas notas son atributos
de la presencia divina y más bien parecen derivarse de la experiencia que constituir su núcleo original. Por tanto, podemos excluirlas
y quedarnos con la nota esencial: «misterio que hace temblar».
Octavio Paz, «El arco y la lira» (Disponível em https://www.passeidireto.com/arquivo/5560869/el-arco-y-la-lira---octavio-paz/32.
Acesso em 21.08.2017)
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: compreensão de uma expressão no contexto do texto — aqui, o sentido de “pavor indecible” segundo a explicação de Octavio Paz sobre a noção do tremendum (conceito ligado ao numinoso em Rudolf Otto).
Resumo teórico breve: Rudolf Otto descreve o numinoso como experiência religiosa que combina o fascínio e o temor (mysterium tremendum et fascinans). Octavio Paz retoma essa ideia e diz que o “terror sagrado” é um “pavor indecible”, porque se trata de uma experiência do que é indeceible/inefável — ou seja, algo que não pode ser plenamente expresso em palavras (ver: Rudolf Otto, The Idea of the Holy; Octavio Paz, El arco y la lira).
Justificativa da alternativa D: No trecho citado Paz afirma explicitamente que o “terror sagrado es pavor indecible, precisamente por ser experiencia de lo indecible.” A interpretação correta é que o que é indecível é a experiência (o conteúdo vivido), não uma simples dificuldade em explicar o medo. Logo, a opção D — “La experiencia es indecible” — reproduz fielmente a relação causal e a ênfase do texto.
Análise das alternativas incorretas:
A — “Es un pavo que tiene miedo”: resposta absurda/jocosa; erro evidente por falta de sentido contextual.
B — “Es un miedo que no se puedo explicar”: próxima, mas imprecisa. O texto não afirma apenas que o medo “não se pode explicar”; afirma que o medo decorre de uma experiência do indecível. B elimina a nuance causal indicada por “precisamente por ser experiencia de lo indecible”.
C — “El terror es algo sagrado”: corresponde a parte da ideia (“terror sagrado”), mas não responde ao que significa “pavor indecible” — portanto não responde à pergunta central.
E — “Es el miedo de Dios”: interpretação não sustentada pelo texto; o autor fala de atributos que podem derivar da presença divina, mas o “pavor indecible” refere-se à experiência do indecível, não ao “medo de Deus” especificamente.
Estratégia de prova: busque no enunciado palavras-chave (aqui: “precisamente por ser experiencia de lo indecible”) e siga a relação lógica que elas estabelecem. Elimine alternativas que são verdadeiras em parte, mas não respondem com precisão ao que o texto afirma.
Referências rápidas: Rudolf Otto, The Idea of the Holy; Octavio Paz, El arco y la lira.
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