A despeito da diversidade e das distâncias regionais, um fenômeno é sempre mencionado quando se trata do Brasil: uma única língua oficial, o português, é reconhecida em todo país. Mas não é a única falada. Estima-se que, antes da colonização pelos europeus, falavam-se cerca de 1.200 línguas indígenas no país. Hoje, restam 181 línguas faladas por povos indígenas.
A realidade sociolinguística no Brasil atual resultou de um conjunto variado de experiências históricas.
No contexto das heranças da colonização portuguesa, a situação atual das línguas indígenas, apresentada no texto, decorre diretamente do seguinte fator:
A realidade sociolinguística no Brasil atual resultou de um conjunto variado de experiências históricas.
No contexto das heranças da colonização portuguesa, a situação atual das línguas indígenas, apresentada no texto, decorre diretamente do seguinte fator:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C — assimilação cultural
Tema central: dinâmica histórica das línguas indígenas no Brasil e o processo de perda linguística. Para responder é preciso entender conceitos de sociolinguística (mudança linguística, language shift, morte de línguas) e as políticas coloniais e nacionais que impuseram a língua portuguesa.
Resumo teórico rápido: Assimilação cultural refere-se a processos em que um grupo adota a língua e costumes dominantes — por coerção (escolas, missões, legislação) ou por pressão socioeconômica — levando ao abandono progressivo da língua original. Estudos clássicos como Fishman (1991) sobre language shift e relatórios da UNESCO (Atlas of the World's Languages in Danger) explicam que políticas educacionais, missionárias e administrativas aceleram a perda linguística.
Justificativa da alternativa correta (C): historicamente, a colonização envolveu conversão religiosa, escolarização em português, proibição tácita ou explícita do uso de línguas indígenas em espaços públicos e a valorização da língua nacional. Esses mecanismos promovem a assimilação cultural, ou seja, a adoção do português pelas populações indígenas e o consequente desaparecimento de muitas línguas — explicação direta e causal para a redução de idiomas.
Análise das alternativas incorretas:
A — extensão territorial: o tamanho do país pode explicar diversidade regional, mas não é causa direta da perda de línguas; território amplo pode tanto preservar quanto fragmentar grupos.
B — miscigenação racial: a mistura biológica não implica necessariamente substituição linguística. A miscigenação é um fator social complexo e secundário; o determinante direto é a pressão cultural e institucional pela adoção do português.
D — dispersão populacional: dispersão (êxodos, deslocamentos) pode afetar línguas, mas não explica de forma direta o processo generalizado de substituição linguística imposto por políticas coloniais e nacionais. É um fator secundário, não a causa principal indicada pelo enunciado.
Dica de interpretação: ao ver expressões como “decorre diretamente”, busque o fator institucional/estrutural que impõe mudança (escolas, igrejas, leis). Diferencie causas diretas (políticas de assimilação) de efeitos ou contribuintes secundários (dispersão, miscigenação).
Fontes sugeridas: Constituição Federal (art. 231), Fishman J. (1991) Reversing Language Shift, UNESCO — Atlas of the World's Languages in Danger, Convenção 169 da OIT.
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