Os conectivos destacados no segundo parágrafo
contribuem para a articulação das ideias no texto. Sobre
as relações semânticas produzidas por eles, é correto
afirmar que
Os dias 6 e 8 de agosto são datas que marcam dois dos
piores eventos que aconteceram no século 20 e talvez em
todos os tempos – um leitor mais antenado
provavelmente já sabe do que estamos falando. Há
exatos 70 anos, em 1945, a Segunda Guerra Mundial se
encaminhava para o fim quando os norte‐americanos
detonaram sobre as cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki duas bombas atômicas.
Na verdade, a Alemanha nazista havia sido derrotada e
o Japão também caminhava para perder a guerra que
travava no Pacífico contra os Estados Unidos e seus
aliados. Porém, como em todas as guerras, aos
vencedores coube contar a história. O que se relata, pois,
é que havia poucas chances de os japoneses se renderem
e, para vencer a disputa, milhões de soldados
americanos e japoneses morreriam. A bomba, diz‐se,
evitaria essa batalha sangrenta. Fato é que a ação
custou a vida de centenas de milhares de pessoas, não
somente no momento da destruição, como também ao
longo dos anos, devido aos efeitos da radiação.
Disponível em:. Acesso em: 20.09
Gabarito comentado
Tema central: A questão envolve relações semânticas de conectivos e suas funções na coesão textual. É fundamental reconhecer como conjunções, preposições e locuções prepositivas articulam ideias segundo a norma-padrão da Língua Portuguesa.
Alternativa correta: C
O conectivo "pois" foi destacado no trecho para analisar sua relação semântica. Segundo CUNHA & CINTRA e BECHARA, “pois” é uma conjunção explicativa: serve para introduzir uma explicação ou justificativa para o que foi afirmado antes. No texto, ele aparece em: “O que se relata, pois, é que havia poucas chances de os japoneses se renderem...”. Observe que a oração funciona como uma justificativa da frase anterior – a função de explicação:
Ou seja, C está correta ao afirmar que "pois" estabelece relação de explicação entre os períodos.
Análise das alternativas incorretas:
A) “para” indica direção ou destino ("caminhava para perder a guerra"), e não finalidade. Segundo CUNHA & CINTRA, é comum que a preposição "para" seja confundida nesse caso, mas finalidade pediria uma estrutura como "fazer algo para evitar a derrota".
B) “porém” é uma conjunção adversativa (oposição), mas a oposição não ocorre entre “o que é comum” e “a versão dos vencedores”, e sim entre a iminência da derrota japonesa e o direito de “contar a história”. Assim, a descrição do contraste está incorreta.
D) “não somente... como também” é uma correlação aditiva, indicando adição, não proporção. Traduz a ideia de acréscimo, pois há perdas imediatas e tardias. Segundo BECHARA, trata-se de adição e reforço.
E) “devido a” é locução prepositiva que indica causa ("devido aos efeitos da radiação"), sem relação com consequência. A expressão relaciona “os efeitos” (causa), não com o tempo (“ao longo dos anos”), mas com o motivo das mortes.
Resumo da estratégia: Leia cuidadosamente o trecho do conectivo no contexto; observe se ele introduz causa, finalidade, explicação, adição ou oposição. Esteja atento a pegadinhas — muitos erros ocorrem quando se confunde finalidade com direção (“para”), proporção com adição (“não somente... como também”) ou causa e consequência (“devido a”).
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