A expansão das atividades humanas afeta os ambientes naturais e a biodiversidade, ocasionando a fragmentação de hábitats em florestas tropicais. Acredita-se que, por conta da intervenção humana, restem apenas 7% da Mata Atlântica original.

Com relação aos efeitos da ação humana sobre a Mata Atlântica, analise as alternativas a seguir, identificando com V as verdadeiras e com F, as falsas.

( ) Os pequenos fragmentos florestais gerados a partir da intervenção humana sobre o ambiente florestal tornam-se, cada vez mais, internamente homogêneos quanto à composição de espécies e grupos ecológicos.

( ) Nas bordas dos fragmentos florestais, ocorre a redução da variedade de espécies de árvores, sendo que as árvores pioneiras proliferam e as típicas de florestas entram em declínio.

( ) As alterações microclimáticas decorrentes da formação de fragmentos florestais são insuficientes para intervir na taxa reprodutiva dos animais e desequilíbrio populacional.

( ) Um dos principais problemas da formação de fragmentos florestais advém da total incapacidade de regeneração de florestas tropicais, após a perturbação humana.

A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a

Gabarito: Alternativa B — V V F F

Tema central: fragmentação de habitat na Mata Atlântica e seus efeitos sobre biodiversidade. É importante entender efeitos de borda, homogeneização biológica e recuperação secundária para julgar afirmações sobre alterações ambientais.

Resumo teórico (essencial): a fragmentação reduz área contínua, aumenta proporção de bordas, altera microclima (mais luz, vento, variação térmica e menor umidade) e favorece espécies pioneiras ou generalistas, enquanto especialistas de interior declinam. Esses processos causam perda de espécies locais e homogeneização (substituição de comunidades originais por espécies comuns). Porém, florestas tropicais podem regenerar por sucessão secundária, dependendo de matriz, dispersores e conectividade (MacArthur & Wilson; Fahrig; Laurance; SOS Mata Atlântica).

Justificativa das assertivas (por que a sequência é V V F F):

1ª (V) — Pequenos fragmentos tornam‑se internamente mais homogêneos: verdadeiro. A perda de espécies raras e a proliferação de generalistas/pioneiras levam à homogeneização das comunidades dentro dos fragmentos (Fahrig 2003; estudos sobre biotic homogenization).

2ª (V) — Bordas reduzem diversidade arbórea; pioneiras aumentam: verdadeiro. As mudanças microclimáticas nas bordas favorecem espécies de rápido crescimento e resistência a estresse, enquanto árvores de flora de interior declinam (efeito de borda bem documentado).

3ª (F) — Alterações microclimáticas são insuficientes para alterar reprodução e populações: falso. Microclimas alterados afetam recursos, predação e reprodução (ex.: mudança na disponibilidade de frutos, abrigos e microhabitats), provocando desequilíbrios populacionais.

4ª (F) — Principal problema é a total incapacidade de regeneração: falso. Há dificuldades e limitações na regeneração (isolamento, perda de dispersores, solo degradado), mas não há “incapacidade total” universal; muitas áreas podem regenerar via sucessão secundária se houver condições mínimas (matriz favorável, fontes de propagação).

Dica de interpretação para provas: desconfie de termos absolutos como "total incapacidade", ou frases que neguem efeitos bem conhecidos (p.ex. "insuficientes" quando há evidências contrárias). Relacione cada frase a conceitos-chave: borda, conectividade, sucessão, generalistas vs. especialistas.

Referências úteis: Fahrig (2003) sobre fragmentação; MacArthur & Wilson (teoria da biogeografia de ilhas); relatórios SOS Mata Atlântica (situação de remanescentes).

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