No século XVIII, os principais meios à capitania de Mato Grosso eram os caminhos fluviais, através do sistema abastecedor e de transportes chamado de “monções”. Sobre o funcionamento dessas viagens e percursos, pode-se afirmar:

As monções eram rotas terrestres que visavam facilitar o deslocamento de grupos sociais, alimentos, bebidas, escravos através do uso da estrada de terra Vila Boa – Vila Real do Cuiabá.

A introdução do gado em 1736, via rota terrestre, contribuiu para o desenvolvimento das monções, sobretudo com a utilização da força da tração animal para as cargas de mercadorias.

As monções vinham pelo sul, saindo de São Paulo, e pelo norte, saindo de Belém, utilizando os rios como caminhos até Vila Real do Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade.

O abastecimento hidroviário era feito apenas uma vez por ano, mesmo com a rapidez das viagens pelos rios, que duravam cerca de sete dias, por causa dos constantes ataques indígenas.

Os batelões e canoas eram embarcações de pouca valia para as monções, pois os rios pouco foram utilizados para o deslocamento de pessoas e mercadorias à capitania de Mato Grosso.

Gabarito comentado

Monica Lima Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: C

Tema central: as “monções” são as expedições fluviais que abasteceram e conectaram a capitania de Mato Grosso no século XVIII. Compreender esse tema exige saber que as vias principais eram os rios e que havia duas frentes de entrada — ao sul (São Paulo) e ao norte (região de Belém) — convergindo para povoados como Vila Real de Cuiabá e Vila Bela da Santíssima Trindade.

Resumo teórico: - Monções = longas viagens fluviais organizadas para transporte de pessoas, mercadorias e gado entre o litoral e o interior amazônico e platino. - Em direção a Mato Grosso havia rotas vindas do Sul (a partir de São Paulo/Paraná/Paraguai) e do Norte (a partir de Belém/Amazônia), aproveitando bacias e sub-bacias fluviais. - Embarcações típicas: canoas e batelões, essenciais para carga e transporte. (Fonte: estudos sobre a história das monções e publicações institucionais sobre a ocupação do Centro-Oeste — IBGE e pesquisas históricas sobre a região.)

Justificativa da alternativa C: A alternativa descreve corretamente a dualidade das rotas das monções — vindas do sul (São Paulo) e do norte (Belém) — e seu uso dos rios como eixos de deslocamento até os centros mineradores e administrativos (Cuiabá e Vila Bela). Isso sintetiza a realidade logística do século XVIII na capitania de Mato Grosso.

Análise das incorretas:

A — Incorreta. As monções eram predominantemente fluviais; existiam trechos terrestres, mas não eram “rotas terrestres” como afirma a alternativa.

B — Incorreta. Embora o gado tenha sido introduzido e tenha papel na economia regional, as monções não se desenvolveram por uso de tração animal para cargas principais — essas viagens dependiam do transporte por água.

D — Incorreta. O abastecimento não ocorria apenas uma vez ao ano; as viagens eram longas (meses, dependendo da rota) e a duração não era de “cerca de sete dias”. Ataques indígenas ocorreram, mas não justificam a afirmação absoluta.

E — Incorreta. Canoa e batelão foram vitais: sem essas embarcações seria inviável o transporte regular de pessoas e mercadorias pelas complexas rotas fluviais.

Dica de prova: procure palavras-chave como “fluvial”, “monções”, “São Paulo” e “Belém”. Se uma alternativa transforma um fato central (via fluvial) em afirmação contrária (rota terrestre, embarcações sem valor) ela provavelmente está errada.

Fontes sugeridas: estudos sobre monções e ocupação do Centro-Oeste; publicações do IBGE e trabalhos acadêmicos sobre história regional (consultar bibliografia de história do Brasil colonial para aprofundar).

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