Questão 090f5360-b4
Prova:UEFS 2010
Disciplina:Biologia
Assunto:Problemas ambientais e medidas de conservação, Ecologia e ciências ambientais

O maior encontro diplomático dos últimos tempos, realizado nas duas últimas semanas em Copenhague, capital da Dinamarca, tinha o objetivo de envolver o mundo em ações concretas para evitar o aquecimento global, uma alta descontrolada da temperatura resultante da ação humana. Mas “omissão” é a palavra que define melhor o “resultado” da 15a Conferência das Partes (COP), a reunião anual que congrega as nações signatárias da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas.
Este ano, a COP foi em Copenhague, capital da Dinamarca, país que sonhava em entrar para a história como o anfitrião de um acordo abrangente que substituísse o Protocolo de Kyoto, acordado em 1997 na COP 3, sediada na cidade japonesa. Mas, para azar do mundo, o que vai constar nos anais da história será a desconcertante incapacidade de aglutinação da liderança dinamarquesa e a truculenta repressão de manifestações de ONGs ambientalistas. (MUNIZ, 2010, p. 89.)

Considerando-se os resultados e as possíveis consequências relacionadas ao COP 15 realizada em Copenhague, no final de 2009, pode-se afirmar:

A
Apesar do grande esforço promovido pela ONU, a conferência não trouxe nenhum resultado concreto tanto no âmbito social, como político ou econômico, devido à ausência da assinatura, pelos líderes presentes, de qualquer tipo de acordo ou carta de intenções.
B
O principal entrave de um acordo que pudesse diminuir a emissão de gases estufas estava na dificuldade de os paises subdesenvolvidos aceitarem uma redução na produção industrial de seus bens manufaturados.
C
A confirmação oficial de que a humanidade não é responsável pelo aumento do efeito estufa pode ser considerada como uma das poucas conclusões positivas obtidas na conferência de Copenhague.
D
Apesar das dificuldades encontradas, a conferência serviu para chamar atenção da mídia e da população mundial da necessidade de uma ação dos governos juntamente com cada cidadão na preservação do ambiente, firmando-se como uma questão geopolítica estratégica.
E
Sem um acordo definitivo, espera-se um aumento dos efeitos danosos do clima, como, por exemplo, uma significativa elevação do nível dos oceanos devido ao derretimento dos icebergs que vagam nos mares gelados.

Gabarito comentado

P
Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Resposta: Alternativa D

Tema central: negociação internacional sobre mudança do clima (COP15/Copenhague, 2009). É preciso entender tanto os aspectos científicos (gases de efeito estufa, aquecimento antrópico, consequências) quanto os aspectos políticos (negociações, compromissos, financiamento, responsabilidade diferenciada).

Resumo teórico: a comunidade científica (IPCC) reconhece que o aumento da temperatura média global é majoritariamente causado por atividades humanas, principalmente emissões de CO2 e metano. A Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e o Protocolo de Quioto tratam de reduzir emissões e financiar adaptação/mitigação, com discussão sobre “responsabilidade comum, porém diferenciada”.

Por que D está correta: embora a COP15 não tenha resultado em um tratado vinculante substituto de Quioto, ela gerou o Acordo de Copenhague (Copenhagen Accord) — reconhecimento político do objetivo de limitar o aquecimento a ~2 °C, compromissos financeiros e pledges nacionais — e ampliou a atenção da mídia e da opinião pública para a urgência do tema, consolidando-o como questão geopolítica estratégica (fonte: UNFCCC; relatórios do IPCC).

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta: afirma que não houve nenhum resultado concreto. Há resultados políticos e financeiros (Copenhagen Accord, pledges imediatos e promessas de fundos), mesmo que não vinculantes.

B — incorreta: simplifica o impasse como resistência dos “países subdesenvolvidos” em reduzir produção. O real entrave foi a disputa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento sobre responsabilidade histórica, metas vinculantes e financiamento/transferência de tecnologia.

C — incorreta e contrária à ciência: a conferência não “confirmou” que a humanidade não é responsável; pelo contrário, a evidência científica indica forte contribuição humana ao aquecimento (IPCC).

E — incorreta por imprecisão física: derretimento de icebergs flutuantes não eleva o nível do mar significativamente (lei de Arquimedes); o aumento vem do derretimento de gelo terrestre (geleiras, Groenlândia, Antártida). Além disso, a afirmação extrapola sem distinguir tipos de gelo.

Dica de prova: busque palavras-chave (nenhum/sempre), lembre-se dos resultados reais de Copenhague (Acordo de Copenhague, metas de 2 °C, compromissos financeiros) e diferencie ciência (IPCC) de descrições políticas. Pergunte-se: houve alguma consequência prática ainda que não vinculante?

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