"É preciso dizer que desde o seu início a luta dos
farroupilhas contou com a importante participação de
negros e mulatos. Em abril de 1836, logo após a captura
de Pelotas, o chefe farroupilha João Manuel de Lima e
Silva libertou e armou centenas de escravos. Em
setembro de 1836, foi constituído o primeiro Corpo de
Cavalaria de Lanceiros Negros, decisivo na batalha de
Seival e na expedição a Laguna, verdadeira tropa de
choque do exército farroupilha. "
(Jornal Zero Hora, 13 de novembro de 2004, p. 12)
Com base no texto acima, é correto afirmar que
"É preciso dizer que desde o seu início a luta dos farroupilhas contou com a importante participação de negros e mulatos. Em abril de 1836, logo após a captura de Pelotas, o chefe farroupilha João Manuel de Lima e Silva libertou e armou centenas de escravos. Em setembro de 1836, foi constituído o primeiro Corpo de Cavalaria de Lanceiros Negros, decisivo na batalha de Seival e na expedição a Laguna, verdadeira tropa de choque do exército farroupilha. "
(Jornal Zero Hora, 13 de novembro de 2004, p. 12)
Com base no texto acima, é correto afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: participação de negros e mulatos na Revolução Farroupilha (1835–1845), com ênfase na formação do Corpo de Lanceiros Negros e no episódio conhecido como Massacre dos Porongos (novembro de 1844). É essencial conhecer cronologia, atores (chefes farroupilhas como David Canabarro) e o significado político e social da presença de combatentes negros.
Resumo teórico: os escravizados integraram-se à revolta por diferentes motivações (promessas de liberdade, busca de condições melhores, coerção local). Em 1836 foi organizado o Corpo de Lanceiros Negros, força decisiva em combates como Seival. Em novembro de 1844 ocorreu um episódio trágico — os Lanceiros Negros foram separados, desarmados e muitos mortos (evento denominado Porongos) — fato reconhecido pela historiografia, embora haja debates sobre a responsabilidade e as circunstâncias precisas.
Por que B é correta: a alternativa descreve, de forma sintética, a trajetória dos Lanceiros Negros e o desfecho sangrento de novembro de 1844 (separação, desarmamento e chacina). Esse conjunto de informações compõe a interpretação majoritária aceita em provas: reconhece a participação decisiva e o episódio final traumático que implicou mortes em massa entre os combatentes negros.
Por que as outras alternativas estão erradas:
A — incorreta: nega outras rebeliões com participação de escravizados no período imperial (ex.: Revolta dos Malês, outras lutas e motins).
C — incorreta: após a paz (Ponche Verde, 1845) não houve abolição generalizada dos sobreviventes; a libertação massiva não ocorreu pelo acordo.
D — parcial/enganosa: embora a promessa de liberdade tenha sido um fator, afirmar que a participação se deu apenas por essa promessa e por “impossibilidade de constituir família” simplifica e distorce motivações sociais complexas.
E — incorreta: havia mecanismos legais de alforria no Império; dizer que durante todo o período monárquico não dispunham de condições legais é falso.
Estratégia para provas: atente para nomes (Lanceiros Negros, David Canabarro), datas (1836; nov/1844) e termos chave (“separados”, “desarmados”, “chacinados”); desconfie de alternativas absolutas (sempre/nunca) e de generalizações sobre legislação escravagista sem nuances.
Fontes recomendadas: consulte arquivos e textos sobre a Revolução Farroupilha (Arquivo Público do Estado do RS; Museus e bibliografia especializada sobre Porongos) para aprofundar a leitura e as controvérsias historiográficas.
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