Atente para os fragmentos:
Si o senhor não está lembradoDa licença de contaQue aqui onde agora estáEsse adifício altoEra uma casa velha um palacete assobradadoFoi aqui seu moçoQue eu, Mato Grosso e o JocaConstruímos nossa malocaMais um dia nem quero lembráVeio os homens com as ferramentaso dono mandô derrubá[...]E hoje nóis pega a páia nas grama do jardimE pra esquecê nóis cantemos assim:Saudosa maloca, maloca querida
(Saudosa Maloca.Composição do paulista Adoniran Barbosa, 1951.Disponível em: https://www.letras.mus.br/adoniran-barbosa/43969/.Acesso em: 26 fev. 2019, às 09h30.)
São Paulo é recordista no ranking do déficit habitacional: faltam 1,3
milhão de residências. Completam a lista Minas Gerais (575 mil), Bahia
(461 mil), Rio de Janeiro (460 mil) e Maranhão (392 mil). No DF, há uma
carência de 132 mil moradias. Ao todo, cerca de 33 milhões de brasileiros não têm onde morar, segundo relatório do Programa das Nações
Unidas para Assentamentos Humanos. Mesmo com iniciativas do governo federal, como o programa Minha Casa, Minha Vida, o problema
tem se acentuado. Especialistas em habitação traduzem os números: a
falta de moradia aumenta o número de invasões e de população favelada — o índice chegou a 11,4 milhões, segundo o Censo 2010 do IBGE.
(AUGUSTO, Otávio. 33 milhões de brasileiros não têm onde morar,
aponta levantamento da ONU. Publicado em 03 mai. 2018. Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/05/03/interna-brasil,
678056/deficit-de-moradias-no-brasil-chega-a-6-3-milhoes-sp-tem-a-maior-defa.shtml.
Acesso em: 26 fev. 2019, às 09h00.)
A análise dos excertos e dos períodos retratados nos permite assinalar
como correta (s) a (s) seguinte (s) afirmativa (s):
I. O problema de falta de moradia não é uma novidade no Brasil, sendo São Paulo o Estado recordista. A partir da consolidação da industrialização nos anos 1950, a região atrai pessoas de todo o país, em
busca de melhores condições de vida.
II. Programas como o Minha Casa, Minha Vida, têm solucionado, apenas nos Estados mais pobres do Brasil, o problema do déficit habitacional, uma vez que não são aplicados nas regiões mais ricas do
país.
III. O aumento do número de favelas no Brasil, bem como o de invasões
a imóveis abandonados pela população sem teto, está diretamente
ligado à falta de moradias.
Está (ão) correta (s):
A análise dos excertos e dos períodos retratados nos permite assinalar como correta (s) a (s) seguinte (s) afirmativa (s):
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa D — Apenas I e III.
Tema central: urbanização e déficit habitacional — relações entre migração interna, crescimento urbano, surgimento de favelas e políticas habitacionais públicas. Entender histórico (industrialização) e o papel de programas federais é essencial.
Resumo teórico: A industrialização concentrada em São Paulo a partir das décadas de 1930–1950 acelerou a migração rural‑urbana, gerando expansão acelerada da população urbana e pressão por moradia (fonte: IBGE; estudos de geografia urbana). A falta de oferta habitacional resulta em invasões e formação de assentamentos informais (UN‑Habitat; Censo IBGE). Programas como Minha Casa, Minha Vida (MCMV) atuaram nacionalmente com faixas de renda distintas, mas não eliminaram o déficit.
Por que I é correta: Afirmar que o problema não é novidade e que São Paulo é recordista está de acordo com dados históricos e censitários: a industrialização da região atraiu fluxos migratórios intensos, formando grande contingente urbano e acentuando o déficit habitacional.
Por que III é correta: Há relação direta entre déficit de moradias e aumento de favelas/invasões — famílias sem alternativas formais ocupam áreas informais ou imóveis abandonados (relatórios UN‑Habitat e IBGE demonstram essa correlação).
Por que II é incorreta: A afirmação de que MCMV “tem solucionado apenas nos Estados mais pobres” e “não é aplicado nas regiões mais ricas” é falsa. O programa foi implantado em âmbito nacional e contemplou diferentes regiões e faixas de renda; além disso, não solucionou completamente o déficit — apenas mitigou parte da demanda.
Dica de prova: Desconfie de termos absolutos (p.ex. “apenas”, “sempre”). Relacione enunciado com dados conhecidos (IBGE, UN‑Habitat) e verifique escopo de políticas públicas (nacional vs. regional).
Fontes indicadas: IBGE (Censo 2010), UN‑Habitat (relatórios sobre assentamentos humanos), informações sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida (Ministério das Cidades / Ministério do Desenvolvimento Regional).
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