Questõesde ENEM sobre Sociologia
Sócrates: “Quem não sabe o que uma coisa é, como
poderia saber de que tipo de coisa ela é? Ou te parece
ser possível alguém que não conhece absolutamente
quem é Mênon, esse alguém saber se ele é belo, se é rico
e ainda se é nobre? Parece-te ser isso possível? Assim,
Mênon, que coisa afirmas ser a virtude?”.
PLATÃO. Mênon. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001 (adaptado).
A atitude apresentada na interlocução do filósofo com
Mênon é um exemplo da utilização do(a)
Seu turno de trabalho acabou, você já está em casa e
é hora do jantar da família. Mas, em vez de relaxar, você
começa a pensar na possibilidade de ter recebido alguma
mensagem importante no e-mail profissional ou no grupo
de WhatsApp da empresa. Imediatamente, você fica
distante. Momentos depois, com alguns toques na tela
do celular, você está de volta ao ambiente de trabalho.
O jantar e a família ficaram em segundo plano.
A simples vontade de checar mensagens do trabalho pós-expediente prejudica sua
saúde — e a de sua família. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 4 dez. 2018.
O texto indica práticas nas relações cotidianas do trabalho
que causam para o indivíduo a
O torém dependia de organização familiar, sendo brincado por pessoas com vínculos de parentesco e afinidade que viviam no local. Era visto como uma brincadeira, um entretenimento feito para os próprios participantes e seus conhecidos. O tempo do caju era o pretexto para sua realização, sendo chamadas várias pessoas da região a fim de tomar mocororó, bebida fermentada do caju.
VALLE, C. G. O. Torém/Toré: tradições e invenção no quadro de multiplicidadeétnica do Ceará contemporâneo. In: GRÜNEWALD, R. A. (Org.). Toré: regimeencantado dos índios do Nordeste. Recife: Fundaj-Massangana, 2005.
O ritual mencionado no texto atribui à manifestação cultural de grupos indígenas do Nordeste brasileiro a função de
Vocês que fazem parte dessa massa Que passa nos projetos do futuro É duro tanto ter que caminhar E dar muito mais do que receber Ê, ô, ô, vida de gado Povo marcado Ê, povo feliz!
ZÉ RAMALHO. A peleja do diabo com o dono do céu.
Rio de Janeiro: Sony, 1979 (fragmento).
Qual comportamento coletivo é criticado no trecho da letra da canção lançada em 1979?
Numa sociedade em transição, a marcha da mudança, em diferentes graus, está
impressa em todos os aspectos da ordem social, especialmente no jogo político, que
nessas sociedades sempre apresenta padrões característicos de ambivalência, cujas
raízes sociais se encontram na coexistência de dois padrões de estrutura social: o padrão
tradicional, em declínio, e o novo, emergente, em expansão. Em tais situações, é possível
encontrar, simultaneamente, apoio para uma orientação política ou para outra que seja
exatamente o seu oposto. O padrão ambivalente do processo político, nas sociedades em
desenvolvimento, é o que explica um dos seus traços mais salientes, e que consiste na
tendência ao adiamento das grandes decisões. Resulta daí que a inércia política ou a
convulsão política podem se suceder uma à outra em períodos surpreendentemente
curtos.
PINTO, L. A. C. Sociologia e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975 (adaptado).
De acordo com a perspectiva apresentada, central no pensamento social brasileiro dos
anos 1950 e 1960, o desenvolvimento do país foi marcado por
O torém dependia de organização familiar, sendo brincado por pessoas com vínculos
de parentesco e afinidade que viviam no local. Era visto como uma brincadeira, um
entretenimento feito para os próprios participantes e seus conhecidos. O tempo do caju
era o pretexto para sua realização, sendo chamadas várias pessoas da região a fim de
tomar mocororó, bebida fermentada do caju.
VALLE, C. G. O. Torém/Toré: tradições e invenção no quadro de multiplicidade étnica do Ceará contemporâneo. In:
GRÜNEWALD, R. A. (Org.). Toré: regime encantado dos índios do Nordeste. Recife: Fundaj-Massangana, 2005.
O ritual mencionado no texto atribui à manifestação cultural de grupos indígenas do
Nordeste brasileiro a função de
Ao mesmo tempo, graças às amplas possibilidades que tive de observar a classe
média, vossa adversária, rapidamente concluí que vós tendes razão, inteira razão, em
não esperar dela qualquer ajuda. Seus interesses são diametralmente opostos aos
vossos, mesmo que ela procure incessantemente afirmar o contrário e vos queira
persuadir que sente a maior simpatia por vossa sorte. Mas seus atos desmentem suas
palavras.
ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.
No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que correspondem ao(s)
Houve crescimento de 74% da população brasileira encarcerada entre 2005 e 2012.
As análises possibilitaram identificar o perfil da população que está nas prisões do país:
homens, jovens (abaixo de 29 anos), negros, com ensino fundamental incompleto,
acusados de crimes patrimoniais e, no caso dos presos adultos, condenados e cumprindo
regime fechado e, majoritariamente, com penas de quatro até oito anos.
BRASIL. Mapa do encarceramento: os jovens do Brasil. Brasília: Presidência da República, 2015.
Nesse contexto, as políticas públicas para minimizar a problemática descrita devem
privilegiar a
O protagonismo indígena vem optando por uma estratégia de “des-invisibilização”,
valendo-se da dinâmica das novas tecnologias. Em outubro de 2012, após receberem
uma liminar lhes negando o direito a permanecer em suas terras, os Guarani de Pyelito
Kue divulgaram uma carta na qual se dispunham a morrer, mas não a sair de suas terras.
Esse fato foi amplamente divulgado, gerando uma grande mobilização na internet, que
levou milhares de pessoas a escolherem seu lado, divulgando a hashtag
“#somostodosGuarani-Kaiowá” ou acrescentando o sobrenome Guarani-Kaiowá a seus
nomes nos perfis das principais redes sociais.
CAPIBERIBE, A.; BONILLA, O. A ocupação do Congresso: contra o que
lutam os índios? Estudos Avançados, n. 83, 2015 (adaptado).
A estratégia comunicativa adotada pelos indígenas, no contexto em pauta, teve por efeito
Em escala, o negro é o negro retinto, o mulato já é
o pardo e como tal meio branco, e se a pele é um pouco
mais clara, já passa a incorporar a comunidade branca. A
forma desse racismo no Brasil decorre de uma situação
em que a mestiçagem não é punida, mas louvada. Com
efeito, as uniões inter-raciais, aqui, nunca foram tidas
como crime ou pecado. Nós surgimos, efetivamente, do
cruzamento de uns poucos brancos com multidões de
mulheres índias e negras.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: formação e sentido do Brasil.
São Paulo: Cia. das Letras, 2004 (adaptado).
Considerando o argumento apresentado, a discriminação
racial no Brasil tem como origem
É certo que também o animal produz. Constrói para si
um ninho, casas, como as abelhas, os castores, as formigas
etc. Mas produz unicamente o que necessita imediatamente
para si ou sua prole; produz unicamente por força de uma
necessidade física imediata, enquanto o homem produz
inclusive livre da necessidade física e só produz realmente
liberado dela; o animal produz somente a si mesmo,
enquanto o homem reproduz para natureza inteira.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. Um toque de clássicos:
Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002 (adaptado).
Na perspectiva do texto, o trabalho humano se diferencia
da produção de outros animais em razão da
Uma civilização é a entidade cultural mais ampla.
As aldeias, as regiões, as etnias, as nacionalidades, os
segmentos religiosos, todos têm culturas distintas em
diferentes níveis de heterogeneidade cultural. A cultura
de um vilarejo no sul da Itália pode ser diferente da de
um vilarejo no norte da Itália, mas ambos compartilharam
uma cultura italiana comum que os distingue de vilarejos
alemães. As comunidades europeias, por sua vez,
compartilharão aspectos culturais que as distinguem das
comunidades chinesas ou hindus.
HUNTINGTON, S. P. O choque de civilizações.
Rio de Janeiro: Objetiva,1997.
De acordo com esse entendimento, a civilização é uma
construção cultural que se baseia na
Doze mil quilômetros separam Acra, a capital de
Gana, do Vale do Silício, Califórnia, Estados Unidos,
centro da revolução tecnológica do século XXI. Há, no
entanto, outra distância maior do que a geográfica. Acra
e o Vale do Silício estão no extremo de um ciclo de vida.
Computadores, tablets e celulares nascem da cabeça de
nerds sob o sol californiano e morrem e são descompostos
no distrito de Agbogbloshie, periferia africana.
LOPES, K. O lixão pontocom da África. Disponível em:
www.cartacapital.com.br. Acesso em: 10 abr. 2015.
A situação descrita é um exemplo de um modelo de
desenvolvimento tecnológico que revela um processo de
A agenda escolar 2008 convida os alunos das
escolas municipais do Recife à leitura mensal de trechos
de poemas dos 12 artistas agraciados com estátuas
desde 2005. Dessa maneira, esses alunos tiveram
acesso, em cada mês do ano, a informações sobre
as personalidades retratadas no papel e no espaço
público, lendo e discutindo seus versos e visitando
as esculturas instaladas estrategicamente no centro
da cidade. Trata-se, em suma, de uma pedagogia do
espaço público que repousa no reconhecimento de
personalidades e lugares simbólicos para a cidade. De
acordo com a prefeitura, o itinerário poético seria uma
maneira de fazer reconhecer talentos que embelezam
os postais recifenses, além de estreitar laços do
cidadão com a cultura.
MACIEL, C. A. A.; BARBOSA, D. T. Democracia, espaços públicos e imagens simbólicas
da cidade do Recife. In: CASTRO, I. E.; RODRIGUES, J. N.; RIBEIRO, R. W. (Org.).
Espaços da democracia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013 (adaptado).
No texto, está descrita uma ação do poder público que
coloca a paisagem como um fator capaz de contribuir para a
As canções dos escravos tornaram-se espetáculos em
eventos sociais e religiosos organizados pelos senhores
e chegaram a ser cantadas e representadas, ao longo do
século XIX, de forma estereotipada e depreciativa, pelos
blackfaces dos Estados Unidos e Cuba, e pelos teatros
de revista do Brasil. As canções escravas, sob a forma
de cakewalks ou lundus, despontavam frequentemente
no promissor mercado de partituras musicais, nos salões,
nos teatros e até mesmo na nascente indústria fonográfica
— mas não necessariamente seus protagonistas negros.
O mundo do entretenimento e dos empresários musicais
atlânticos produziu atraentes diversões dançantes com
base em gêneros e ritmos identificados com a população
negra das Américas.
ABREU, M. O legado das canções escravas nos Estados Unidos e no Brasil: diálogos
musicais no pós-abolição. Revista Brasileira de História, n. 69, jan.-jun. 2015.
A absorção de elementos da vivência escrava pela
nascente indústria do lazer, como demonstrada no texto,
caracteriza-se como
Tu é um termo que não figura muito bem nos
desenvolvimentos modernos e contemporâneos da
ética e da política. Com efeito, muitos movimentos
revolucionários (que variam do comunismo tradicional ao
feminismo da irmandade) parecem compartilhar de um
código linguístico curioso baseado na moral intrínseca
dos pronomes. O nós é sempre positivo, o vós é um
aliado possível, o eles tem o rosto de um antagonista, o
eu é impróprio, e o tu é, obviamente, supérfluo.
CAVARERO, A. Relating Narratives apud BUTLER, J. Relatar a si mesmo.
Belo Horizonte: Autêntica, 2015 (adaptado).
Um dos principais problemas morais da contemporaneidade,
conforme mencionado no texto, reside na dificuldade em
TEXTO I
C = M + D − R. A equação, desenvolvida pelo economista Robert Klitgaard, descreve a
corrupção. Traduzindo-a em palavras, temos que a corrupção (C) é dada pelo grau de
monopólio (M) existente no serviço público, mais o poder discricionário (D) que as autoridades
têm para tomar decisões, menos a responsabilização (R), que é basicamente a existência de
mecanismos de controle. Outras versões da fórmula acrescentam ao R uma dimensão moral,
que também funcionaria como barreira contra a cultura da corrupção.
SCHWARTSMAN, H. Fórmula da corrupção. Disponível em: www.folha.uol.com.br.
Acesso em: 26 abr. 2015 (adaptado).
TEXTO II
Corrupção significa transação ou troca entre quem corrompe e quem se deixa corromper.
Trata-se normalmente de uma promessa de recompensa em troca de um comportamento que
favoreça os interesses do corruptor. A corrupção não está ligada apenas ao grau de
institucionalização, à amplitude do setor público e ao ritmo das mudanças sociais; está
também relacionada com a cultura das elites e das massas. Depende da percepção que tende
a variar no tempo e no espaço.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. Dicionário de política. Brasília: UnB, 2009 (adaptado).
O segundo texto complementa a compreensão do fenômeno da corrupção tal como abordado
no primeiro texto, na medida em que
TEXTO I
C = M + D − R. A equação, desenvolvida pelo economista Robert Klitgaard, descreve a corrupção. Traduzindo-a em palavras, temos que a corrupção (C) é dada pelo grau de monopólio (M) existente no serviço público, mais o poder discricionário (D) que as autoridades têm para tomar decisões, menos a responsabilização (R), que é basicamente a existência de mecanismos de controle. Outras versões da fórmula acrescentam ao R uma dimensão moral, que também funcionaria como barreira contra a cultura da corrupção.
SCHWARTSMAN, H. Fórmula da corrupção. Disponível em: www.folha.uol.com.br. Acesso em: 26 abr. 2015 (adaptado).
TEXTO II
Corrupção significa transação ou troca entre quem corrompe e quem se deixa corromper. Trata-se normalmente de uma promessa de recompensa em troca de um comportamento que favoreça os interesses do corruptor. A corrupção não está ligada apenas ao grau de institucionalização, à amplitude do setor público e ao ritmo das mudanças sociais; está também relacionada com a cultura das elites e das massas. Depende da percepção que tende a variar no tempo e no espaço.
Entenda a crise na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram, em março de
2014, um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia. O tratado foi assinado
dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a
reunificação com a Rússia. A votação foi condenada por Kiev e pela comunidade internacional,
que a considera ilegítima.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 out. 2014 (adaptado).
A justificativa para o acordo descrito fundamentava-se na ideia de
Entenda a crise na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram, em março de 2014, um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia. O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia. A votação foi condenada por Kiev e pela comunidade internacional, que a considera ilegítima.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 out. 2014 (adaptado).
A justificativa para o acordo descrito fundamentava-se na ideia de
Numa democracia representativa, como é o Brasil, o direito de votar para escolha dos
governantes, que irão ocupar os cargos do Executivo e do Legislativo, é um dos direitos
fundamentais da cidadania. Na impossibilidade de participação direta do povo nas decisões
que deverão ser tomadas a respeito de questões da máxima relevância para o interesse
público, a escolha de representantes para o desempenho dessas tarefas foi o caminho
encontrado para que as opções reflitam a vontade do povo.
DALLARI, D. Em busca da democracia representativa. Disponível em: www.jb.com.br.
Acesso em: 2 fev. 2015.
Na perspectiva apontada no texto, a consolidação da democracia no Brasil baseia-se na
representação popular por meio dos(as)
Numa democracia representativa, como é o Brasil, o direito de votar para escolha dos governantes, que irão ocupar os cargos do Executivo e do Legislativo, é um dos direitos fundamentais da cidadania. Na impossibilidade de participação direta do povo nas decisões que deverão ser tomadas a respeito de questões da máxima relevância para o interesse público, a escolha de representantes para o desempenho dessas tarefas foi o caminho encontrado para que as opções reflitam a vontade do povo.
DALLARI, D. Em busca da democracia representativa. Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 fev. 2015.
Na perspectiva apontada no texto, a consolidação da democracia no Brasil baseia-se na
representação popular por meio dos(as)