Questõesde USP sobre Português

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d1343a96-f2
USP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com o texto, o “mito político”

      Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans Blumenberg do mito político como um processo contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter validade factual, mas também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao fazê‐los ver sua condição presente como parte de uma história em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que vivem.

        ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24

A
prejudica o entendimento do mundo real.
B
necessita da abstração do tempo.
C
depende da verificação da verdade.
D
é uma fantasia desvinculada da realidade.
E
atende a situações concretas.
d137acac-f2
USP 2018 - Português - Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe

Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (L. 12‐13), é correto afirmar:

      Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, falsidade ou mistificação. Tomo de empréstimo a formulação de Hans Blumenberg do mito político como um processo contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma necessidade prática de uma sociedade em determinado período. Narrativa simbólica que é, o mito político coloca em suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter validade factual, mas também não pode ser percebido como mentira (do contrário, não seria mito). O mito político confere um sentido às circunstâncias que envolvem os indivíduos: ao fazê‐los ver sua condição presente como parte de uma história em curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que vivem.

        ENGELKE, Antonio. O anjo redentor. Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24

A
Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se refere a ação verbal.
B
Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias” (L. 10).
C
É uma função sintática preenchida pelo pronome “que” (L. 12).
D
É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a ação verbal.
E
Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê‐los” (L. 11).
d1306940-f2
USP 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Examine o cartum.



O efeito de humor que se obtém no cartum decorre, principalmente,

A
da expressão facial da personagem.
B
do uso de uma ferramenta fora de contexto.
C
da situação rotineira exposta pela imagem.
D
da ambiguidade presente na expressão “quebre a cara”.
E
do emprego de linguagem popular.
33f5fd8d-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

Examine esta propaganda.



Por ser empregado tanto na linguagem formal quanto na linguagem informal, o termo “legal” pode ser lido, no contexto da propaganda, respectivamente, nos seguintes sentidos:

A
lícito e bom.
B
aceito e regulado.
C
requintado e excepcional.
D
viável e interessante.
E
jurídico e autorizado.
33f2ce88-d4
USP 2017 - Português - Preposições, Morfologia

Considere o tipo de relação estabelecida pela preposição “para” nos seguintes trechos do poema:


I. “ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais”.

II. “Ó tal como quiséramos para tristeza nossa e consumação das eras”.

III. “para o fim de tudo que foi grande”.

IV. “para melhor servirnos”.


A preposição “para” introduz uma oração com ideia de finalidade apenas em

                                             Os bens e o sangue

                                                           VIII

      (...)

      Ó filho pobre, e descorçoado*, e finito

      ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais

      com a faca, o formão, o couro... Ó tal como quiséramos

      para tristeza nossa e consumação das eras,

      para o fim de tudo que foi grande!

                                                          Ó desejado,

      ó poeta de uma poesia que se furta e se expande

      à maneira de um lago de pez** e resíduos letais...

      És nosso fim natural e somos teu adubo,

      tua explicação e tua mais singela virtude...

      Pois carecia que um de nós nos recusasse

      para melhor servirnos. Face a face

      te contemplamos, e é teu esse primeiro

      e úmido beijo em nossa boca de barro e de sarro.

                                                                                     Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.


* “descorçoado”: assim como “desacorçoado”, é uma variante de uso popular da palavra “desacoroçoado”, que significa “desanimado”.

** “pez”: piche.

A
I.
B
I e II.
C
III.
D
III e IV.
E
IV.
33ed1ffa-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

Tendo como base o trecho “só a maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção...”, o termo em destaque foi empregado ironicamente por aludir ao inseto

                                    Sarapalha


      – Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!

      – É um instantinho e passa... É só ter paciência....

      – É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!... Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p’r’os infernos!...

      – Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de-ferro que levou...

      – Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a estória, Primo? Como é?...

      – O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é bom variar...

      – Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...

      – O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de-domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça p’ra ir se fugir com ele”...

      – Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero, nenhuma!... Quero só ela... Luísa...

      – Prima Luísa...

      – Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo! Me ajuda a ver...

      – Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!

      – Não é mesmo não...

      – Pois então?!

      – Conta o resto da estória!...

      – ...“Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi com ele na canoa, descendo o rio...”

                                                                                                                  Guimarães Rosa, Sagarana.

A
) causador da malária.
B
causador da febre amarela.
C
transmissor da doença de Chagas.
D
transmissor da malária.
E
transmissor da febre amarela.
33f0003f-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

Considere as seguintes afirmações:


I. Os familiares, que falam no poema, ironizam a condição frágil do poeta.

II. O passado é uma maldição da qual o poeta, como revela o título do poema, não consegue se desvencilhar.

III. O trecho “o fim de tudo que foi grande” remete à ruína das oligarquias, das quais Drummond é tributário.

IV. A imagem de uma “poesia que se furta e se expande/à maneira de um lago de pez e resíduos letais...” sintetiza o pessimismo dos poemas de Claro enigma.


Estão corretas:

                                             Os bens e o sangue

                                                           VIII

      (...)

      Ó filho pobre, e descorçoado*, e finito

      ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais

      com a faca, o formão, o couro... Ó tal como quiséramos

      para tristeza nossa e consumação das eras,

      para o fim de tudo que foi grande!

                                                          Ó desejado,

      ó poeta de uma poesia que se furta e se expande

      à maneira de um lago de pez** e resíduos letais...

      És nosso fim natural e somos teu adubo,

      tua explicação e tua mais singela virtude...

      Pois carecia que um de nós nos recusasse

      para melhor servirnos. Face a face

      te contemplamos, e é teu esse primeiro

      e úmido beijo em nossa boca de barro e de sarro.

                                                                                     Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.


* “descorçoado”: assim como “desacorçoado”, é uma variante de uso popular da palavra “desacoroçoado”, que significa “desanimado”.

** “pez”: piche.

A
I e II, apenas.
B
I, II e III, apenas.
C
II e IV, apenas.
D
I, III e IV, apenas.
E
I, II, III e IV.
33e229f6-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

As declarações de Graciliano Ramos na Carta e o excerto do romance permitem afirmar que a personagem Baleia, em Vidas secas, representa

      (...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás. (...)

                                                                                              Carta de Graciliano Ramos a sua esposa.



      (...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinha Vitória guardava o cachimbo.

      (...)

      Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

                                                                                                              Graciliano Ramos, Vidas secas.

A
o conformismo dos sertanejos.
B
os anseios comunitários de justiça social.
C
os desejos incompatíveis com os de Fabiano.
D
a crença em uma vida sobrenatural.
E
o desdém por um mundo melhor.
33d738b5-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

O trecho do romance Minha vida de menina que ilustra de modo mais preciso o que, para o crítico Alexandre Eulálio, representa “a coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes” é:

           

A
“Se há uma coisa que me faz muita tristeza é gostar muito de uma pessoa, pensando que ela é boa e depois ver que é ruim”.
B
“Eu tinha muita inveja de ver meus irmãos montarem no cavalo em pelo, mas agora estou curada e não montarei nunca mais na minha vida”.
C
“Já refleti muito desde ontem e vi que o único meio de ter vestido é vendendo o broche. Vou dormir ainda esta noite com isto na cabeça e vou conversar com Nossa Senhora tudo direitinho”.
D
“Se eu não ouvir missa no domingo, como quando estou na Boa Vista onde não há igreja e não posso ouvir no Bom Sucesso, fico o dia todo com um prego na consciência me aferroando”.
E
“Este ano saiu à rua a procissão de Cinzas que há muitos anos não havia. Dizem que não saía há muito tempo por falta de santos, porque muitos já estavam quebrados”.
33d9ea1e-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

De acordo com Alexandre Eulálio, a protagonista do romance Minha vida de menina

           

A
vivencia um conflito – uma ideia fortalecida por “a bem dizer” (L. 5).
B
apresenta certo vínculo com o protestantismo – uma ideia sintetizada por “ecos de uma formação britânica” (L. 7- 8).
C
 formou-se num meio alheio ao trabalho escravo – um fato referido por “num ambiente de corte ibérico e católico” (L. 8-9). 
D
rejeita as influências do meio em que vive – uma característica revelada por “precisão e finura notáveis” (L. 14).
E
tem a sua lucidez psicológica abalada pelas ambivalências de sua educação – um traço reiterado por “equilíbrio mesmo de suas contradições” (L. 17-18).
33dcb55b-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

Uma característica do Naturalismo presente no texto é:

      

A
forte apelo aos sentidos.
B
idealização do espaço.
C
exaltação da natureza.
D
realce de aspectos raciais.
E
ênfase nas individualidades.
33ea6e1d-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificação o seguinte trecho:

                                    Sarapalha


      – Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!

      – É um instantinho e passa... É só ter paciência....

      – É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!... Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p’r’os infernos!...

      – Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de-ferro que levou...

      – Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a estória, Primo? Como é?...

      – O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é bom variar...

      – Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...

      – O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de-domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça p’ra ir se fugir com ele”...

      – Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero, nenhuma!... Quero só ela... Luísa...

      – Prima Luísa...

      – Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo! Me ajuda a ver...

      – Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!

      – Não é mesmo não...

      – Pois então?!

      – Conta o resto da estória!...

      – ...“Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi com ele na canoa, descendo o rio...”

                                                                                                                  Guimarães Rosa, Sagarana.

A
“No rio ninguém não anda” (L. 10).
B
“só a maleita é quem sobe e desce” (L. 10-11).
C
“O senhor já sabe as palavras todas de cabeça” (L. 17).
D
“e com a viola enfeitada de fitas” (L. 19).
E
“ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa” (L. 32).
33e4e2b2-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

A comparação entre os fragmentos, respectivamente, da Carta e de Vidas secas, permite afirmar que

      (...) procurei adivinhar o que se passa na alma duma cachorra. Será que há mesmo alma em cachorro? Não me importo. O meu bicho morre desejando acordar num mundo cheio de preás. Exatamente o que todos nós desejamos. A diferença é que eu quero que eles apareçam antes do sono, e padre Zé Leite pretende que eles nos venham em sonhos, mas no fundo todos somos como a minha cachorra Baleia e esperamos preás. (...)

                                                                                              Carta de Graciliano Ramos a sua esposa.



      (...) Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinha Vitória guardava o cachimbo.

      (...)

      Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

                                                                                                              Graciliano Ramos, Vidas secas.

A
“será que há mesmo” e “acordaria feliz” sugerem dúvida.
B
“procurei adivinhar” e “precisava vigiar” significam necessidade.
C
“no fundo todos somos” e “andar pelas ribanceiras” indicam lugar.
D
“ padre Zé Leite pretende” e “Baleia queria dormir” indicam intencionalidade.
E
“todos nós desejamos” e “dormiam na esteira” indicam possibilidade.
33df6e00-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Constitui marca do registro informal da língua o trecho

      

A
“mas um só ruído compacto” (L. 2-3).
B
“ouviam-se gargalhadas” (L. 5).
C
“o prazer animal de existir” (L. 8-9).
D
“gritou ela para baixo” (L. 14).
E
“bata na porta” (L. 15).
33e79f9b-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

A novela Sarapalha apresenta uma estória dentro de outra, por meio da qual a personagem masculina da narrativa principal (Primo Argemiro) alude a uma mulher da narrativa secundária (a moça levada pelo capeta). O mesmo procedimento ocorre em

                                    Sarapalha


      – Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!

      – É um instantinho e passa... É só ter paciência....

      – É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não vem!... Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p’r’os infernos!...

      – Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de-ferro que levou...

      – Não foi no rio, eu sei... No rio ninguém não anda... Só a maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a estória, Primo? Como é?...

      – O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é bom variar...

      – Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...

      – O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de-domingo e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça p’ra ir se fugir com ele”...

      – Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero, nenhuma!... Quero só ela... Luísa...

      – Prima Luísa...

      – Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo! Me ajuda a ver...

      – Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!

      – Não é mesmo não...

      – Pois então?!

      – Conta o resto da estória!...

      – ...“Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o capeta, ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi com ele na canoa, descendo o rio...”

                                                                                                                  Guimarães Rosa, Sagarana.

A
Duelo, com Cassiano e Silivana.
B
Minha gente, com Ramiro e a filha de Emílio
C
A volta do marido pródigo, com Lalino e Maria Rita.
D
O burrinho pedrês, com Raymundão e a namorada de Silvino.
E
A hora e vez de Augusto Matraga, com Ovídio e Dionóra.
33d43804-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

Nos dois textos, obtém-se ênfase por meio do emprego de um mesmo recurso expressivo, como se pode verificar nos seguintes trechos:

      Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente, que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.

                                                                     Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.


      Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos. Eu não penso assim. Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim. Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a minha esperteza é que a amofina. Eu então respondo: “Se eu fosse preguiçosa não sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmãos, sem uma empregada em casa”.

                                                                                                  Helena Morley, Minha vida de menina.

A
“Este último capítulo é todo de negativas” / “Eu não penso assim”.
B
“Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento” / “Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos”.
C
“Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto” / “Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim”.
D
“qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra” / “Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa”.
E
“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria” / “Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz”.
33d16a6c-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

São características dos narradores Brás Cubas e Helena, respectivamente,

      Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de dona Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente, que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.

                                                                     Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.


      Não sei por que até hoje todo o mundo diz que tinha pena dos escravos. Eu não penso assim. Acho que se fosse obrigada a trabalhar o dia inteiro não seria infeliz. Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim. Mamãe às vezes diz que ela até deseja que eu fique preguiçosa; a minha esperteza é que a amofina. Eu então respondo: “Se eu fosse preguiçosa não sei o que seria da senhora, meu pai e meus irmãos, sem uma empregada em casa”.

                                                                                                  Helena Morley, Minha vida de menina.

A
malícia e ingenuidade.
B
solidariedade e egoísmo.
C
apatia e determinação.
D
rebeldia e conformismo.
E
otimismo e pessimismo.
33cbd946-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma obra de arte pressupõe

       

A
o reconhecimento de seu significado intrínseco.
B
a exclusividade do ponto de vista mais recente.
C
a consideração de seu caráter imutável.
D
o acúmulo de interpretações anteriores.
E
a explicação definitiva de seu sentido.
33ce9a61-d4
USP 2017 - Português - Advérbios, Morfologia

No trecho “Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte moderna” (L. 5-6), as expressões sublinhadas podem ser substituídas, sem prejuízo do sentido do texto, respectivamente, por

       

A
realmente; portanto.
B
invariavelmente; ainda.
C
com efeito; todavia.
D
com segurança; também.
E
possivelmente; até.
33c8f0cc-d4
USP 2017 - Português - Interpretação de Textos

Examine o cartum.



O efeito de humor presente no cartum decorre, principalmente, da

A
semelhança entre a língua de origem e a local.
B
falha de comunicação causada pelo uso do aparelho eletrônico.
C
falta de habilidade da personagem em operar o localizador geográfico.
D
discrepância entre situar-se geograficamente e dominar o idioma local.
E
incerteza sobre o nome do ponto turístico onde as personagens se encontram.