Questõesde UNICAMP sobre Português
“...Nas ruas e casas comerciais já se vê as faixas indicando
os nomes dos futuros deputados. Alguns nomes já são
conhecidos. São reincidentes que já foram preteridos nas
urnas. Mas o povo não está interessado nas eleições, que
é o cavalo de Troia que aparece de quatro em quatro
anos.”
(Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo. São Paulo: Ática, 2014, p. 43.)
O trecho anterior faz parte das considerações políticas que
aparecem repetidamente em Quarto de despejo, de
Carolina Maria de Jesus. Considerando o conjunto dessas
observações, indique a alternativa que resume de modo
adequado a posição da autora sobre a lógica política das
eleições.
Para driblar a censura imposta pela ditadura militar,
compositores de música popular brasileira (MPB) valiam-se
do que Gilberto Vasconcelos chamou de “linguagem da
fresta”, expressão inspirada na canção “Festa imodesta”,
de Caetano Veloso.
(...)
Numa festa imodesta como esta
Vamos homenagear
Todo aquele que nos empresta sua testa
Construindo coisas pra se cantar
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
E que o otário silencia
Toda festa que se dá ou não se dá
Passa pela fresta da cesta e resta a vida.
Acima do coração que sofre com razão
A razão que volta do coração
E acima da razão a rima
E acima da rima a nota da canção
Bemol natural sustenida no ar
Viva aquele que se presta a esta ocupação
Salve o compositor popular
(Gilberto de Vasconcelos, Música popular: de olho na fresta. Rio de Janeiro:
Graal, 1977.)
É correto afirmar que, na canção, essa “linguagem da
fresta” transparece
Uma página do Facebook faz humor com montagens que
combinam capas de livros já publicados e memes que
circulam nas redes sociais. Uma dessas postagens envolve
a obra de Henry Thoreau, para quem a desobediência civil
é uma forma de protesto legítima contra leis ou atos
governamentais considerados injustos pelo cidadão e que
ponham em risco a democracia.

(Fonte: Página de Facebook Obras Literárias com capas de memes
genuinamente brasileiros.)
O efeito de humor aqui se deve ao fato de que a montagem

Leia o texto a seguir, publicado no Instagram e em um livro
do @akapoeta João Doederlein.

(João Doederlein, O livro dos ressignificados. São Paulo: Paralela, 2017, p. 17.)
A ressignificação de estrela ocorre porque o verbete
apresenta

Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de um
“letramento racial”, para “reeducar o indivíduo em uma
perspectiva antirracista”, baseado em fundamentos como o
reconhecimento de privilégios, do racismo como um
problema social atual, não apenas legado histórico, e a
capacidade de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é
sempre a primeira orientação dada por qualquer
especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera e
empática. Luciana Alves, educadora da Unifesp, afirma que
"Uma das principais coisas é atenção à linguagem. A gente
tem uma linguagem sexista, racista, homofóbica, que
passa pelas piadas e pelo uso de termos que a gente já
naturalizou. ‘A coisa tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’...
Só o fato de você prestar atenção na linguagem já anuncia
uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma
carga negativa e ofensiva, acredite”.
(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país racista podem fazer
pela igualdade além de não serem racistas. UOL, 21/05/2018)
Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e mudar
de postura em relação a ele, é fundamental
Na década de 1950, quando iniciava seu governo,
Juscelino Kubitschek prometeu “50 anos em 5”. Na
campanha do atual governo o slogan ficou assim: “O Brasil
voltou, 20 anos em dois”. A ‘tradução’ não tinha como dar
certo; era como comparar vinho com água. E mais: havia
uma vírgula no meio do caminho. Na propaganda, apenas
uma vírgula impede que a leitura, ao invés de ser positiva e
associada ao progressismo de Juscelino, se transforme
numa mensagem de retrocesso: o Brasil de fato ‘voltou’
muito nesses últimos dois anos; para trás.
(Adaptado de Lilia Schwarcz, Havia uma vírgula no meio do caminho. Nexo
Jornal, 21/05/2018.)
Considerando o gênero propaganda institucional e o
paralelo histórico traçado pela autora, é correto afirmar que
o slogan do atual governo fracassou porque
Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e o resto.
As proparoxítonas são o ápice da cadeia alimentar do
léxico.
As palavras mais pernósticas são sempre proparoxítonas.
Para pronunciá-las, há que ter ânimo, falar com ímpeto - e,
despóticas, ainda exigem acento na sílaba tônica!
Sob qualquer ângulo, a proparoxítona tem mais crédito.
É inequívoca a diferença entre o arruaceiro e o vândalo.
Uma coisa é estar na ponta – outra, no vértice.
Ser artesão não é nada, perto de ser artífice.
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser Pontífice.
(Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e
o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso/.)
Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que

(Disponível em https://www.facebook.com/SeboItinerante/photos/. Acessado em
28/05/2018.)
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos
ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um
machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do
senso comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em
https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
(Disponível em https://www.facebook.com/SeboItinerante/photos/. Acessado em 28/05/2018.)
“Acho que só devemos ler a espécie de livros que nos ferem e trespassam. Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo do bom senso e do senso comum."
(Adaptado de “Franz Kafka, carta a Oscar Pollak, 1904.” Disponível em https://laboratoriode sensibilidades.wordpress.com. Acessado em 28/05/2018.)
Assinale o excerto que confirma os dois textos anteriores.
“ODORICO
Eu sei. É um movimento subversivo procurando me intrigar
com a opinião pública e criar problemas à minha
administração. Sei, sim. É uma conspiração. Eles não queriam
o cemitério. Desde o princípio foram contra. E agora que o
cemitério está pronto caem de pau em cima de mim, me
chamam de demagogo, de tudo..”
(...)
“ODORICO
Pois eu quero que depois o senhor soletre esta gazeta de
ponta a ponta. Neco Pedreira o senhor conhece?
ZECA
Conheço não sinhô.
ODORICO
É o dono do jornal. Elemento perigoso. Sua primeira missão
como delegado é dar uma batida na redação dessa gazeta
subversiva e sacudir a marreta em nome da lei e da
democracia...”
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2014, p. 40 e 68.)
A peça de Dias Gomes é uma crítica a um momento
histórico e político da sociedade brasileira. Odorico
Paraguassu tornou-se um personagem emblemático desse
período porque por meio dele
“ODORICO
Eu sei. É um movimento subversivo procurando me intrigar com a opinião pública e criar problemas à minha administração. Sei, sim. É uma conspiração. Eles não queriam o cemitério. Desde o princípio foram contra. E agora que o cemitério está pronto caem de pau em cima de mim, me chamam de demagogo, de tudo..”
(...)
“ODORICO
Pois eu quero que depois o senhor soletre esta gazeta de ponta a ponta. Neco Pedreira o senhor conhece?
ZECA
Conheço não sinhô.
ODORICO
É o dono do jornal. Elemento perigoso. Sua primeira missão como delegado é dar uma batida na redação dessa gazeta subversiva e sacudir a marreta em nome da lei e da democracia...”
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014, p. 40 e 68.)
A peça de Dias Gomes é uma crítica a um momento
histórico e político da sociedade brasileira. Odorico
Paraguassu tornou-se um personagem emblemático desse
período porque por meio dele
O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de
Campos, integrante do movimento concretista.

Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que
consiste
O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de Campos, integrante do movimento concretista.
Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que
consiste
O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce
são autores reverenciados pela inventividade de sua
linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas
vezes, por essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados
como exemplos de autores "praticamente intraduzíveis".
Mesmo sem ter lido os autores, é possível identificar alguns
dos seus neologismos, pois são baseados em processos de
formação de palavras comuns ao português e ao inglês.
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães
Rosa e de James Joyce, estão:
i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de
uma reprodução aproximada de um som natural,
utilizando-se os recursos da língua); e
ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo
de prefixos ou sufixos a palavras já existentes na
língua).
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram
extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e James Joyce
(JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão
presentes:
O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela inventividade de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados como exemplos de autores "praticamente intraduzíveis". Mesmo sem ter lido os autores, é possível identificar alguns dos seus neologismos, pois são baseados em processos de formação de palavras comuns ao português e ao inglês.
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão:
i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma reprodução aproximada de um som natural, utilizando-se os recursos da língua); e
ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a palavras já existentes na língua).
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram
extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e James Joyce
(JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão
presentes:
Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia,
ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda
assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida,
aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia
junto da casa (...).
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu
azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço,
deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da
sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que
vinha da estalagem numa exalação forte de animais
cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto
aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu
fartum de bestas no coito.
(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)
Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do
romance, é correto afirmar que
Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da casa (...).
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito.
(Aluísio de Azevedo, O cortiço. 14. ed. São Paulo: Ática, 1983, p. 22.)
Levando em conta o excerto, bem como o texto integral do
romance, é correto afirmar que
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro:
Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a
retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão.
Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o
chamado “neoplatonismo” camoniano
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro: Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.)
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a
retomada renascentista de ideias do filósofo grego Platão.
Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o
chamado “neoplatonismo” camoniano
Leia abaixo duas passagens do poema “Olá! Negro”, de
Jorge de Lima.
“A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes.
Com os teus songs, com os teus lundus!”
(...)
“Não basta iluminares hoje as noites dos brancos com teus
jazzes.
Olá, Negro! O dia está nascendo!
O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem
vindo?”
(Jorge de Lima, Poesias completas. v. I, Rio de Janeiro / Brasília: J.
Aguilar / INL, 1974, p.180-181.)
Considerando o livro Poemas negros como um todo e a
poética de Jorge de Lima, é correto afirmar que o último
verso citado
Leia abaixo duas passagens do poema “Olá! Negro”, de Jorge de Lima.
“A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!
E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes.
Com os teus songs, com os teus lundus!”
(...)
“Não basta iluminares hoje as noites dos brancos com teus jazzes.
Olá, Negro! O dia está nascendo!
O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem vindo?”
(Jorge de Lima, Poesias completas. v. I, Rio de Janeiro / Brasília: J. Aguilar / INL, 1974, p.180-181.)
Considerando o livro Poemas negros como um todo e a poética de Jorge de Lima, é correto afirmar que o último verso citado
A fim de dar exemplos de sua teoria da “alma exterior”, o
narrador-personagem do conto “O espelho”, de Machado
de Assis, refere-se a uma senhora conhecida sua “que
muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano”.
E, questionado sobre a identidade dessa mulher, afirma:
“Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome:
chama-se Legião...” Considerando o contexto dessa frase
no conto, pode-se dizer que ela constitui
A fim de dar exemplos de sua teoria da “alma exterior”, o narrador-personagem do conto “O espelho”, de Machado de Assis, refere-se a uma senhora conhecida sua “que muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano”.
E, questionado sobre a identidade dessa mulher, afirma: “Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome: chama-se Legião...” Considerando o contexto dessa frase no conto, pode-se dizer que ela constitui
“Sapo não pula por boniteza, mas porém por percisão.”
(“Provérbio capiau” citado em epígrafe no conto “A hora e a
vez de Augusto Matraga”, em João Guimarães Rosa,
Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015, p.287.)
Elementos textuais que antecedem a narrativa como, por
exemplo, o provérbio citado, funcionam, em alguns
autores, como pista para se entender o sentido das ações
ficcionais. No excerto acima, as ideias de beleza e
necessidade são contrapostas com vistas à produção de
um sentido de ordem moral. Considerando-se a jornada
heroica de Augusto Matraga, é correto afirmar que a
narrativa
“Sapo não pula por boniteza, mas porém por percisão.”
(“Provérbio capiau” citado em epígrafe no conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, em João Guimarães Rosa, Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015, p.287.)
Elementos textuais que antecedem a narrativa como, por
exemplo, o provérbio citado, funcionam, em alguns
autores, como pista para se entender o sentido das ações
ficcionais. No excerto acima, as ideias de beleza e
necessidade são contrapostas com vistas à produção de
um sentido de ordem moral. Considerando-se a jornada
heroica de Augusto Matraga, é correto afirmar que a
narrativa
O título do romance Caminhos cruzados, de Érico
Veríssimo,
Em maio deste ano, uma festa do 3º ano do Ensino Médio de
uma escola do Rio Grande do Sul propôs aos alunos que se
preparavam para o vestibular uma atividade chamada “Se
nada der certo”. O objetivo era “trabalhar o cenário de não
aprovação no vestibular”, e como “lidar melhor com essa
fase”. Os alunos compareceram à festa “fantasiados” de
faxineiros, garis, domésticas, agricultores, entre outras
profissões consideradas de pessoas “fracassadas”. O evento
teve repercussão nacional e acirrou o debate sobre a
meritocracia. Para Luis Felipe Miguel, professor de ciência
política, “o tom de chacota da festa-recreio era óbvio”, e teria
sido mais interessante “discutir como se constrói a hierarquia
que define algumas ocupações como subalternas e outras
como superiores; discutir como alguns podem desprezar os
saberes incorporados nas práticas dessas profissões
(subalternas apenas porque contam com quem as faça por
eles); discutir como o que realmente ‘deu certo’ para eles foi a
loteria do nascimento, que, na nossa sociedade, determina a
parte do leão das trajetórias individuais”.
(Adaptado de Fernanda Valente, Dia do ’se nada der certo’ acende debate sobre
meritocracia e privilégio. Carta Capital, 06/06/2017. Disponível em
http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/06/dia-do-se-nada-der-certoacende-debate-sobre-meritocracia-e-privilegio/.
Acessado em 08/06/2017.)
As alternativas a seguir reproduzem trechos de uma
entrevista do professor Sidney Chalhoub (Unicamp e
Harvard) sobre o mito da meritocracia.
(Manuel Alves Filho, A meritocracia é um mito que alimenta as
desigualdades, diz Sidney Chalhoub. Jornal da Unicamp, 07/06/2017.)
Assinale aquela que dialoga diretamente com a notícia
acima.
Em maio deste ano, uma festa do 3º ano do Ensino Médio de uma escola do Rio Grande do Sul propôs aos alunos que se preparavam para o vestibular uma atividade chamada “Se nada der certo”. O objetivo era “trabalhar o cenário de não aprovação no vestibular”, e como “lidar melhor com essa fase”. Os alunos compareceram à festa “fantasiados” de faxineiros, garis, domésticas, agricultores, entre outras profissões consideradas de pessoas “fracassadas”. O evento teve repercussão nacional e acirrou o debate sobre a meritocracia. Para Luis Felipe Miguel, professor de ciência política, “o tom de chacota da festa-recreio era óbvio”, e teria sido mais interessante “discutir como se constrói a hierarquia que define algumas ocupações como subalternas e outras como superiores; discutir como alguns podem desprezar os saberes incorporados nas práticas dessas profissões (subalternas apenas porque contam com quem as faça por eles); discutir como o que realmente ‘deu certo’ para eles foi a loteria do nascimento, que, na nossa sociedade, determina a parte do leão das trajetórias individuais”.
(Adaptado de Fernanda Valente, Dia do ’se nada der certo’ acende debate sobre meritocracia e privilégio. Carta Capital, 06/06/2017. Disponível em http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/06/dia-do-se-nada-der-certoacende-debate-sobre-meritocracia-e-privilegio/. Acessado em 08/06/2017.)
As alternativas a seguir reproduzem trechos de uma entrevista do professor Sidney Chalhoub (Unicamp e Harvard) sobre o mito da meritocracia.
(Manuel Alves Filho, A meritocracia é um mito que alimenta as desigualdades, diz Sidney Chalhoub. Jornal da Unicamp, 07/06/2017.)
Assinale aquela que dialoga diretamente com a notícia
acima.

(“Caneta Desmanipuladora.” Facebook. 17/10/2016. Disponível em
https://www.facebook.com/canetadesmanipuladora/. Acessado em
15/07/2017.)
Em relação ao post adaptado da página do Facebook
“Caneta Desmanipuladora”, é correto afirmar que a
“desmanipulação” (substituição de “já” por “só” e acréscimo
de “até agora”) explicita a tentativa do jornal de levar o
leitor a pensar que
(“Caneta Desmanipuladora.” Facebook. 17/10/2016. Disponível em
https://www.facebook.com/canetadesmanipuladora/. Acessado em
15/07/2017.)
Em relação ao post adaptado da página do Facebook
“Caneta Desmanipuladora”, é correto afirmar que a
“desmanipulação” (substituição de “já” por “só” e acréscimo
de “até agora”) explicita a tentativa do jornal de levar o
leitor a pensar que