Questõesde UNB 2010 sobre Português

Nos seis versos iniciais do poema, a impessoalidade poética é reforçada pelo emprego de orações sem sujeito ou com sujeito indeterminado. Tal impessoalidade contrasta com a aproximação entre narrador e personagem, marcada, textualmente, pelo emprego do pronome “Meu” no verso “Meu leiteiro tão sutil” (v.20).

O segmento “envolvidas no transporte de sedimentos” (L.5) acrescenta ao texto informação que caracteriza tipos específicos de ondas e correntes marinhas cuja ação transforma o relevo.

Há ambiguidade no trecho “a combinação da ação mecânica do ar, da temperatura e da água” (L.3-4), visto que a estrutura sintática permite duas interpretações: a combinação da temperatura, da água e da ação mecânica do ar; a combinação das ações mecânicas do ar, da temperatura e da água.

Infere-se do texto que a existência da atmosfera terrestre se deve à presença humana na Terra.

Na última estrofe, fica evidenciada a insignificância do homem na perspectiva divina.

O autor defende que a instituição judiciária deveria ser receptiva às determinações da ciência.

O autor constata que assegurar direitos iguais no acesso à justiça criminal requer a supremacia do Poder Executivo sobre o Legislativo.

O texto defende que o sistema de justiça criminal brasileiro tem-se mostrado eficiente no tratamento da criminalidade, prescindindo de reformas nas suas práticas profissionais.

Seriam mantidos a correção gramatical e os sentidos originais do texto se a expressão “perante a lei” (L.8) fosse deslocada, entre vírgulas, para após a forma verbal “são” (L.7).

No trecho “Os que não se beneficiassem” (L.5), está subentendida a palavra cidadãos após o artigo “Os”.

No período “O preso não quer falar, apanha e fala” (L.2), não está estabelecida relação de causa e efeito no nível sintático, mas se depreende tal relação no nível semântico, na ordenação temporal das orações.

Na linha 9, a locução verbal “tem de infligir” corresponde a deve transgredir.

Nas linhas 14 e 15, na fala atribuída ao torturador, foi usada a linguagem coloquial. Esse trecho poderia ser expresso corretamente em linguagem formal: Não há de se evocar Deus, porque, aqui, Deus somos nós mesmos.

No segundo período do texto, há uma sequência de relação de causa e efeito, como indicam a oração que expressa consequência, introduzida pela conjunção “que” (L.5), e a oração que expressa causa, introduzida pela locução “uma vez que” (L.6).

O sentido que o trecho “sendo mais breve” (L.9-10) assume no texto equivale ao das expressões em outras palavras ou em resumo.

No trecho “matéria suficiente para compô-lo” (L.6-7), a referência do pronome é a expressão “um novo [mundo]” (L.5).

Assinale a opção que está de acordo com as ideias desenvolvidas no texto de Michel Foucault.

No texto, o autor questiona o discurso da ciência que vem em socorro da justiça, pois, segundo ele, tal discurso desconsidera as próprias regras legais para poder instituir a verdade, o que acaba por constituir um paradoxo, dado que a verdade da lei não deve ser científica e os dois discursos se excluem mutuamente.

Segundo o texto, o enunciado da verdade é precondição essencial para a prática da justiça criminal.

Ao afirmar que a verdade é enunciada no cruzamento entre a justiça e a ciência e que, no entanto, esse enunciado sobre o verdadeiro não se submete às próprias regras do discurso científico ou jurídico, o autor do texto aponta um paradoxo, como evidencia o emprego, entre outros elementos, do adjetivo “grotescos” (L.18).