Questõesde UFBA sobre Português
O texto é apresentado como uma notícia sobre o cotidiano do país, sequenciando fatos e elementos
descritivos.
Estão presentes no poema as funções poética e metalinguística da linguagem.
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
5 – Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
10 – O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção Fred Góes;
Álvaro Marins. São Paulo: Global, 1999. p. 133.
O último verso do poema manifesta uma preocupação do sujeito poético com a função do seu labor no
mundo.
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
5 – Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
10 – O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção Fred Góes;
Álvaro Marins. São Paulo: Global, 1999. p. 133.
A analogia que se estabelece no poema entre “as estrelas lá no céu” (v. 6) e as “letras no papel” (v. 7)
soa paradoxal em relação à afirmativa do verso “preciso porque estou tonto.” (v. 3).
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
5 – Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
10 – O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção Fred Góes;
Álvaro Marins. São Paulo: Global, 1999. p. 133.
O estado de embriaguez do eu lírico, “tonto” (v. 3), vai propiciar a criação do seu poema.
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
5 – Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
10 – O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção Fred Góes;
Álvaro Marins. São Paulo: Global, 1999. p. 133.
No fragmento “Outras, amigas da família, contaram que a avó de Almira, dona Altamiranda, fora mulher
muito esquisita.” (l. 46-47), as vírgulas sinalizam o uso de termos, em posição deslocada, no contexto
do período.
A poesia é reveladora do sujeito lírico, o que se pode comprovar com os termos “preciso” e “isso”, como
pronome anafórico usado para resgatar "Escrevo".
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
5 – Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
10 – O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção Fred Góes;
Álvaro Marins. São Paulo: Global, 1999. p. 133.
O poema expressa, de forma coloquial, o ofício do sujeito poético e a sua possível motivação.
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
5 – Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
10 – O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção Fred Góes;
Álvaro Marins. São Paulo: Global, 1999. p. 133.
O poema utiliza-se de elementos simbólicos, associados ao processo da criação, como a aranha tecendo
a sua teia, que lembra o poeta compondo a sua arte.
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
5 – Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
10 – O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção Fred Góes;
Álvaro Marins. São Paulo: Global, 1999. p. 133.