Questõesde UERJ 2019 sobre Português

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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

A obra de Chico Buarque e Paulo Pontes inspira-se na tragédia clássica “Medeia” para denunciar “uma tragédia brasileira”, conforme se observa no subtítulo da obra.


Essa denúncia expõe o seguinte problema:

JOANA:

                  (...)

                   A Creonte, à filha, a Jasão e companhia

                   vou deixar esse presente de casamento

                   Eu transfiro pra vocês a nossa agonia

                    porque, meu Pai, eu compreendi que o sofrimento

                    de conviver com a tragédia todo dia

                    é pior que a morte por envenenamento

                    (...)

A
racismo violento
B
alienação política
C
estratificação social
D
progresso sem limite
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No final da peça, Joana fala do “sofrimento de conviver com a tragédia todo dia”.

Em relação a esse sofrimento, a personagem tem uma reação que consiste em:

JOANA:

                  (...)

                   A Creonte, à filha, a Jasão e companhia

                   vou deixar esse presente de casamento

                   Eu transfiro pra vocês a nossa agonia

                    porque, meu Pai, eu compreendi que o sofrimento

                    de conviver com a tragédia todo dia

                    é pior que a morte por envenenamento

                    (...)

A
conter emoção excessiva
B
provocar dor desmedida
C
despertar memória repulsiva
D
manifestar opinião agressiva
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

JOANA:

(...)

Já lhe dei meu corpo, não me servia

Já estanquei meu sangue, quando fervia

Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta

Pro desfecho da festa

Por favor

Deixa em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa

E qualquer desatenção

− faça não

Pode ser a gota d’água

(...)


A expressão “gota d’água” é uma metáfora que expressa o sentimento de Joana.

Dentre os acontecimentos da peça vividos pela personagem, aquele que se torna a gota d’água é:

A
a traição de Nenê
B
o conselho de Egeu
C
o desprezo de Alma
D
o casamento de Jasão
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

JOANA:

(...)

Seu povo é que é urgente, força cega,

coração aos pulos, ele carrega

um vulcão amarrado pelo umbigo

Ele então não tem tempo, nem amigo,

nem futuro, que uma simples piada

pode dar em risada ou punhalada

Como a mesma garrafa de cachaça

acaba em carnaval ou desgraça

(...)


Na caracterização do povo brasileiro feita por Joana no trecho acima, observa-se uma sequência da seguinte figura de linguagem:

A
ironia
B
paródia
C
antítese
D
eufemismo
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

CREONTE:


Esperem um pouco

Eu preciso de alguém pra refletir

comigo se eu estou caduco, louco,

ou o mundo está ficando esquisito...

Fazem baderna, chiam, quebram trem,

Quebram estação, muito bem, bonito

E a gente inda tem que dizer amém

(...)


JASÃO:

Não discuto quebrar... Agora

quem às três da manhã tá de olho aberto,

se espreme pra chegar no emprego às sete,

lá passa o dia todo, volta às onze

da noite pra acordar a canivete

de novo às três, tinha que ser de bronze

pra fazer isso sempre, todo dia

(...)


Na resposta de Jasão a Creonte, o uso da palavra “agora”, sublinhada acima, possui função argumentativa, expressando sentido de:

A
condição
B
oposição
C
conclusão
D
explicação
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

JOANA:


O pai e a filha vão colher a tempestade

A ira dos centauros e de pomba-gira

levará seus corpos a crepitar na pira

e suas almas a vagar na eternidade

Os dois vão pagar o resgate dos meus ais

Para tanto invoco o testemunho de Deus,

a justiça de Têmis e a bênção dos céus,

os cavalos de São Jorge e seus marechais,

Hécate, feiticeira das encruzilhadas,

padroeira da magia, deusa-demônia,

falange de Ogum, sintagmas da Macedônia,

suas duzentas e cinquenta e seis espadas,

mago negro das trevas, flecha incendiária,

Lambrego, Canheta, Tinhoso, Nunca-visto,

fazei desta fiel serva de Jesus Cristo

de todas as criaturas a mais sanguinária

(...)


A invocação de Joana, que revela uma característica da religiosidade brasileira, é organizada por meio de certo recurso literário.

Esse recurso e a característica da religiosidade são nomeados, respectivamente, como:

A
gradação e fé
B
polifonia e culpa
C
dramaticidade e formalidade
D
intertextualidade e sincretismo
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

JASÃO:


Puxa, mestre, o senhor é cismento

Eu já lhe falei pra levantar

grana num banco. Aí moderniza

a oficina, põe pra trabalhar

uns empregados e nem precisa

forçar a vista. Fica ali só

na administração... (Levantando)


EGEU:

(Com autoridade) Presepada,

menino... Tira esse paletó

e senta aí. Que banco que nada!

Senta duma vez, eu tou mandando

Pega o alicate e a chave de fenda

e vai matutando, matutando,

até que você um dia aprenda

a ser dono da sua consciência


A reação de Mestre Egeu se baseia em uma avaliação implícita acerca de Jasão. De acordo com essa avaliação, o compositor se caracteriza como uma pessoa:

A
manipulada pelo sogro
B
enganada pelos amigos
C
inexperiente com trabalho
D
irresponsável com dinheiro
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

JOANA:


(...)

Olhando eles assim, sem sofrimento,

imóveis, sorrindo até, flutuando,

olhando eles assim, fiquei pensando:

podem acordar a qualquer momento

Se eles acordam, minha vida assim

do jeito que ela está destrambelhada,

sem pai, sem pão, a casa revirada,

se eles acordam, vão olhar pra mim

Vão olhar pro mundo sem entender

Vão perder a infância, o sonho e o sorriso

pro resto da vida... Ouçam, eu preciso

de vocês e vocês vão compreender:

duas crianças cresceram pra nada,

pra levar bofetada pelo mundo,

melhor é ficar num sono profundo

com a inocência assim cristalizada


O fragmento da cena acima contém um índice, para os leitores, da construção da história. A função desse índice é:

A
provocar catarse
B
preparar o desfecho
C
caracterizar o cenário
D
apresentar a personagem
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

JASÃO:


Eu só não gosto

de deixar este fim de mundo sem levar

tudo o que sempre foi pra mim a vida inteira

Uma alegria ou outra, um pouco de saudade,

meus filhos, minha carteira de identidade,

cada bagulho, meu calção, minha chuteira,

a mesa do boteco, o time de botão,

tanto amigo, tanto fumo, tanta birita,

que dava pra botar na sala de visita

mas ia atrapalhar toda a decoração...

(...)


As recordações de Jasão atrapalhariam a decoração da casa nova pois representam o seguinte elemento de sua vida:

A
origem pobre
B
infância traumática
C
educação precária
D
família desajustada
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

Ao recuperar os sentidos atribuídos à palavra “lama”, Sérgio Rodrigues indica que as metáforas se caracterizam como:


A
emocionais
B
universais
C
racionais
D
culturais
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Para expor um ponto de vista, o autor se vale de ironia no seguinte trecho:


A
arma de mobilização eleitoral que o populismo de direita não inventou agora. (ℓ. 7-8)
B
o mar de lama do Palácio do Catete ganhou um ar até bucólico de poça d’água, (ℓ. 14-15)
C
Na tradição rural – vastíssima nos sentidos geográfico e histórico (ℓ. 17)
D
O oceano goza de boa reputação científica como provável criadouro da vida (ℓ. 29)
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Metáforas são um perigo. (. 1)

No primeiro parágrafo do texto Com a lama na alma, o autor dá um tratamento metafórico à própria metáfora.

Esse procedimento é exemplificado pelo seguinte trecho:


A
jorram pelas encostas do sentido literal, (. 1-2)
B
fenômeno menos raro do que parece, (. 2)
C
poder de destruição física. (. 2)
D
expressão brandida pela UDN (. 4)
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A história da expressão “mar de lama”, relatada por Sérgio Rodrigues, reforça uma ideia apontada no texto O que nossas metáforas dizem de nós.


Essa ideia está sintetizada na seguinte frase do texto base:

https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/images/provas/65675/prova_Uerj.jpg

A
Com frequência são nossa bússola invisível, orientando tanto os gestos instintivos que fazemos como as decisões mais importantes que tomamos. (ℓ. 10-12)
B
É muito provável que aqueles que concebem a vida como uma cruz e os que a entendem como uma viagem não reajam da mesma forma ante um mesmo dilema. (ℓ. 12-13)
C
As figurações dão coesão às identidades coletivas, pois circulam sem cessar até se incorporarem à linguagem cotidiana. (ℓ. 20-21)
D
As boas metáforas nos trazem outras perspectivas, fronteiras menos rígidas e novas categorizações que substituem aquelas já desgastadas. (ℓ. 36-37)
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

No texto, apresenta-se o princípio que estrutura as metáforas por meio da seguinte palavra sublinhada:

https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/images/provas/65675/prova_Uerj1.jpg
A
examinar realidades, conceitos e teorias novas de uma maneira prática. (ℓ. 15)
B
situações complexas em que a literalidade acaba sendo tediosa, (ℓ . 17-18)
C
Comparações ruins levam a políticas ruins, (ℓ. 26-27)
D
No campo da medicina, tem havido mudanças de paradigma (ℓ. 28)
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

É mais fácil para nós entender que a depressão é uma espécie de buraco negro e que o DNA é o manual de instruções de cada ser vivo. (ℓ. 18-19)


Na argumentação do segundo parágrafo, a frase citada configura um recurso de:

https://qcon-assets-production.s3.amazonaws.com/images/provas/65675/prova_Uerj1.jpg
A
ênfase
B
causalidade
C
conceituação
D
exemplificação
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

IDENTIDADE (1992)


Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai...


Quem cede a vez não quer vitória

Somos herança da memória

Temos a cor da noite

Filhos de todo açoite

Fato real de nossa história

Se o preto de alma branca pra você

É o exemplo da dignidade

Não nos ajuda, só nos faz sofrer

Nem resgata nossa identidade

JORGE ARAGÃO

vagalume.com.br


A metáfora “preto de alma branca” é criticada na letra da canção por estar associada a um contexto de:

A
intolerância cultural
B
desigualdade étnica
C
discriminação política
D
hierarquia econômica
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Considerada a forma por excelência da linguagem figurada, a metáfora às vezes é tida como mero embelezamento do discurso. (ℓ. 6-7)


Com a ampliação da visão sobre o papel da metáfora, ressalta-se a seguinte propriedade dessa figura de linguagem: 

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A
atua na organização das percepções de mundo
B
induz ao esquecimento das vivências negativas
C
delimita a fronteira entre saberes comuns e científicos
D
possibilita o contato entre concepções culturais distintas
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Sintaxe

Ausente para os outros, continuava docemente presente para si mesmo. (l. 7)

Uma reformulação que mantém sentido equivalente ao da frase acima é:

O conto a seguir foi retirado do livro Hora de Alimentar Serpentes, de Marina Colasanti.


A
Continuava docemente presente para si mesmo, porque ausente para os outros.
B
Continuava docemente presente para si mesmo, quando ausente para os outros.
C
Continuava docemente presente para si mesmo, embora ausente para os outros.
D
Continuava docemente presente para si mesmo, portanto ausente para os outros.
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

Falas e pensamentos de personagens podem ser incorporados pelo narrador, em discurso indireto livre, como se observa em:

O conto a seguir foi retirado do livro Hora de Alimentar Serpentes, de Marina Colasanti.


A
pegava o caniço, a latinha de iscas, e ia pescar na beira do rio. (l. 2)
B
Que aquilo era perigoso, que ficava muito só, que poderia ter um mal súbito. (l. 3-4)
C
O velho entrou, assim, na categoria dos ausentes. (l. 5-6)
D
Demorava um pouco a chegar porque seus passos eram lentos, (l. 8-9)
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UERJ 2019 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O conto constrói um paradoxo, que está formulado em:

O conto a seguir foi retirado do livro Hora de Alimentar Serpentes, de Marina Colasanti.


A
o velho rejuvenesce
B
o peixe se torna isca
C
o pescador é pescado
D
a natureza se artificializa