Uma metáfora pode ser construída pela combinação entre elementos abstratos e concretos.
No texto, um exemplo de metáfora que se constrói por esse tipo de combinação é:


Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. (l. 15-16)
Neste trecho, existe um contraste que busca acentuar o seguinte traço relativo à mulher amada:

nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo. (l. 2-4)
O trecho sublinhado reformula uma expressão anterior. Essa reformulação explicita a seguinte relação de sentido:

No íntimo, preferia não tê-lo feito; (l. 2)
Embora seja narrada em terceira pessoa, a crônica apresenta ao leitor as sensações do personagem, por meio de termos que remetem à intimidade, como exemplificado acima.
Dois outros termos, empregados pelo narrador, que remetem ao universo interior do personagem são:

A hipérbole é uma figura empregada na crônica de Vinícius de Morais para caracterizar o estado de ânimo do personagem.
Essa figura está exemplificada em:

vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é diferente, menino é outra coisa, (l. 18-19) O fragmento reproduz falas que apontam uma diferença entre meninos e meninas.
Essa diferença se verifica em relação ao seguinte aspecto:

isso vai crescer mimada, (l. 4) isso daí quando começa a andar é um inferno, (l. 5-6)
Os trechos acima são exemplos de pontos de vista negativos acerca da menina.
Esses pontos de vista são reforçados pelo uso do pronome isso, porque ele associa a criança a uma ideia de:
