Questõesde UERJ 2012 sobre Português
Toda a indagação do cronista acerca da palavra se baseia na diferença entre a importância
que ela pode ter, por um lado, para quem a escreve e, por outro, para quem a lê.
O par de vocábulos que melhor exemplifica essa diferença no texto é:
No último parágrafo (linhas 33 a 35), o autor se refere à plenitude da linguagem poética,
fazendo, em seguida, uma descrição que corresponde à linguagem não poética, ou seja, à
linguagem referencial.
Pela descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem, o seguinte traço
fundamental:
Sobre a origem da poesia
Imprudente ofício é este, de viver em voz alta. (l. 3)
O ofício a que Rubem Braga se refere é o seu próprio, o de escritor. Para caracterizá-lo, além
do adjetivo “imprudente”, ele recorre a uma metáfora: “viver em voz alta”.
O sentido dessa metáfora, relativa ao ofício de escrever, pode ser entendido como:
Imprudente ofício é este, de viver em voz alta. (l. 3)
O ofício a que Rubem Braga se refere é o seu próprio, o de escritor. Para caracterizá-lo, além do adjetivo “imprudente”, ele recorre a uma metáfora: “viver em voz alta”. O sentido dessa metáfora, relativa ao ofício de escrever, pode ser entendido como:
Alguma coisa que eu disse distraído − talvez palavras de algum poeta antigo − foi despertar
melodias esquecidas dentro da alma de alguém. (l. 18-19)
O cronista revela que sua fala ou escrita pode conter algo escrito por “algum poeta antigo”.
Ao fazer essa revelação, o cronista se refere ao seguinte recurso:
O episódio do canário traz uma contribuição importante para o sentido do texto, ao estabelecer
uma analogia entre a palavra do escritor e a música assobiada pela amiga.
A inserção desse episódio no texto reforça a seguinte ideia:
Às vezes, também (l. 4)
Ao estabelecer coesão entre os dois primeiros parágrafos, a palavra “também”, nesse
contexto, expressa determinado sentido.
Considerando esse sentido, “também” poderia ser substituído pela seguinte expressão:
Pode ser que essas suposições tenham algo de utópico, (l. 17)
Neste fragmento, a expressão em destaque é empregada para formar um conhecido recurso
da argumentação.
Esse recurso pode ser definido como:
Sobre a origem da poesia
Mais perto do senso comum, (l. 25)
A expressão que inicia o trecho transcrito acima introduz uma comparação em relação ao
comentário anterior, feito por Décio Pignatari.
O emprego da expressão comparativa revela que o autor considera o exemplo dos filmes de
cowboy como algo que teria a seguinte caracterização:
Sobre a origem da poesia
O quadro produz um estranhamento em relação ao que se poderia esperar de um pintor que
observa um modelo para sua obra.
Esse estranhamento contribui para a reflexão principalmente sobre o seguinte aspecto da
criação artística:
Mas temos esses pequenos oásis − os poemas − contaminando o deserto da
referencialidade. (l. 35)
Na frase acima, o emprego das palavras “oásis” e “deserto” configura uma superposição de
figuras de linguagem, recurso frequente em textos artísticos.
As figuras de linguagem superpostas na frase são:
Sobre a origem da poesia
Na coesão textual, ocorre o que se chama catáfora quando um termo se refere a algo que
ainda vai ser enunciado na frase.
Um exemplo em que o termo destacado constrói uma catáfora é:
Sobre a origem da poesia
de ser que essas suposições tenham algo de utópico, (l. 17)
A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece uma
via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo. (l. 31-32)
O vocábulo destacado estabelece uma relação de sentido com o que está enunciado antes.
Essa relação de sentido pode ser definida como:
Sobre a origem da poesia
a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de
sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou telefonemas. (l. 4-6)
A comparação entre a poesia e outros usos da linguagem põe em destaque a seguinte
característica do discurso poético:
Sobre a origem da poesia
Pode-se definir “metalinguagem” como a linguagem que comenta a própria linguagem,
fenômeno presente na literatura e nas artes em geral.
O quadro A perspicácia, do belga René Magritte, é um exemplo de metalinguagem porque:
O título do poema anuncia a noção de desigualdade.
Pela leitura do conjunto do texto, é possível concluir que a desigualdade entre os homens diz respeito
principalmente a:
O título do poema anuncia a noção de desigualdade.
Pela leitura do conjunto do texto, é possível concluir que a desigualdade entre os homens diz respeito principalmente a:
Todo ser humano é um estranho
ímpar. (v. 26-27)
No contexto, a associação dos adjetivos estranho e ímpar sugere que cada ser humano não se conhece
completamente.
Isto acontece porque cada indivíduo pode ser caracterizado como:
Todo ser humano é um estranho
ímpar. (v. 26-27)
No contexto, a associação dos adjetivos estranho e ímpar sugere que cada ser humano não se conhece completamente.
Isto acontece porque cada indivíduo pode ser caracterizado como:
e todos,
todos
os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. (v. 15-16)
Os versos livres são aqueles que não se submetem a um padrão.
Considerando essa definição, identifica-se nos versos acima a figura de linguagem denominada:
e todos,
todos os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais. (v. 15-16)
Os versos livres são aqueles que não se submetem a um padrão.
Considerando essa definição, identifica-se nos versos acima a figura de linguagem denominada:
Todos os amores, iguais iguais iguais. (v.19)
A intensificação da repetição do termo iguais no mesmo verso, relacionado a amores, enfatiza
determinada crítica que o poeta pretende fazer.
A crítica de Drummond se dirige às relações amorosas, no que diz respeito ao seguinte aspecto:
Todos os amores, iguais iguais iguais. (v.19)
A intensificação da repetição do termo iguais no mesmo verso, relacionado a amores, enfatiza determinada crítica que o poeta pretende fazer.
A crítica de Drummond se dirige às relações amorosas, no que diz respeito ao seguinte aspecto:
O poema de Carlos Drummond de Andrade se caracteriza por uma repetição considerada estilística,
porque é claramente feita para produzir um sentido.
Pode-se dizer que a repetição da expressão são iguais é empregada para reforçar o sentido de:
O poema de Carlos Drummond de Andrade se caracteriza por uma repetição considerada estilística, porque é claramente feita para produzir um sentido.
Pode-se dizer que a repetição da expressão são iguais é empregada para reforçar o sentido de: