Questõesde UEA 2019 sobre Português

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Foram encontradas 42 questões
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UEA 2019 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva)

A oração “Fomos atendidos por Dona Flora” está na voz passiva. A oração correspondente na voz ativa, que mantém o sentido original, contém a forma verbal

Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão.


Juno e Flora e outras divindades mitológicas

    

     O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .


(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)


1cocotte: mulher jovem e atraente.

A
foi atendida.
B
é atendida.
C
atendemos.
D
atendeu.
E
atendera.
fd027ee8-d9
UEA 2019 - Português - Advérbios, Morfologia

Advérbio é uma palavra invariável que pode modificar o sentido de um verbo, de um adjetivo, de outro advérbio ou de uma oração inteira.

Um advérbio que modifica o sentido de um adjetivo ocorre em:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão:


    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
“próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário” (1º parágrafo)
B
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias” (2º parágrafo)
C
“literatura significava sobretudo poesia” (1º parágrafo)
D
“As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa” (2º parágrafo)
E
“sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c” (2º parágrafo)
fd068f11-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O romance Galvez, Imperador do Acre

Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão.


Juno e Flora e outras divindades mitológicas

    

     O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .


(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)


1cocotte: mulher jovem e atraente.

A
constrói um mito fundador para o povo amazônico, apoiado na miscigenação de brancos e índios.
B
retrata os aventureiros amazônicos como homens especiais, desinteressados da vida mundana.
C
desmistifica as aventuras e os aventureiros da Amazônia.
D
faz uma reconstituição objetiva do passado histórico da Amazônia.
E
idealiza o passado da conquista do espaço amazônico.
fcf5af3d-d9
UEA 2019 - Português - Uso dos conectivos, Sintaxe

Em “prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste” (2º parágrafo), o trecho sublinhado pode ser substituído, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original, por:

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
porque ele disso se desgosta.
B
já que ele disso se desgosta.
C
logo que ele disso se desgoste.
D
a fim de que ele disso se desgoste.
E
desde que ele disso se desgoste.
fcfe8c28-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação

Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão:


    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
“muitas vezes isso é exigido” (1º parágrafo)
B
“Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia” (1º parágrafo)
C
“Mas no século XX o romance eclipsou a poesia” (1º parágrafo)
D
“os contos tornaram-se o núcleo do currículo” (1º parágrafo)
E
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias” (2o parágrafo)
fcfa0545-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um dos motivos apontados pelo texto para a prevalência do romance sobre a poesia a partir do século XX é:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão:


    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
os leitores, que querem soluções práticas para seus problemas, preferem textos não ficcionais.
B
a biografia e a crônica tornaram-se gêneros frequentes no dia a dia, o que fez com que o romance, um gênero semelhante, fosse mais acessível.
C
a valorização da ciência pela sociedade fez com que a poesia perdesse o sentido de realidade que teve em outros tempos.
D
a poesia foi abolida do currículo obrigatório das escolas, o que fez com que se tornasse menos acessível aos leitores.
E
o relato narrativo, que explica como determinados fatos aconteceram, produz mais sentidos ao leitor do que as leis científicas.
fcf15892-d9
UEA 2019 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, indicando uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no passado, encontra-se em:

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
“jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia” (1º parágrafo)
B
“O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença” (1º parágrafo)
C
“Chegou o sábado.” (1º parágrafo)
D
“para que o filho não cumprisse a palavra” (1º parágrafo)
E
“Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios” (2º parágrafo)
fcee2ce1-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No romance A moreninha, o personagem Augusto é um jovem

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
romântico, que não se relaciona com nenhuma mulher por fidelidade a uma promessa que havia feito na infância.
B
instável, com relações afetivas curtas e inconstantes, que por fim se transforma ao encontrar o amor verdadeiro.
C
prático, crítico ao romantismo, que ironiza o modo como as pessoas são vulneráveis às paixões.
D
melancólico, que prefere imaginar um amor perfeito, semelhante aos dos livros, o que o paralisa diante das relações afetivas reais e presentes.
E
interesseiro, que submetia suas relações afetivas ao cálculo sobre as vantagens sociais que elas lhe trariam.
fceafd8c-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia central do segundo parágrafo consiste em que

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
é importante ter em mente que o desejo crescerá e machucará a pessoa que deseja, não importa o que ela faça.
B
é conveniente controlar o desejo com ações enérgicas antes que ele se instale definitivamente no amador e o machuque.
C
é preciso ser estrategista a fim de que o desejo se mantenha sempre intenso e imprevisível.
D
é prudente cuidar do desejo como se ele fosse uma criança, alimentando-o e protegendo-o incondicionalmente.
E
é sensato permitir que o desejo flua e se expresse, a fim de que os sentimentos se amenizem sem produzir danos.
fce7a4a1-d9
UEA 2019 - Português - Estrutura das Palavras: Radical, Desinência, Prefixo e Sufixo, Morfologia

O prefixo empregado na formação da palavra “ultrapassado” significa

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão:


Nada nas mãos nem na cabeça, nada
no estômago além da sensação vazia
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade,
que se cometem os grandes crimes, os gestos
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas,
de corpo mais esguio, de cor esmaecida,
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos
e lisos, os que menos coisa dizem,
 destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
suficiência; o que basta.
B
negação; o que era, mas não é mais.
C
excesso; o que está além.
D
simetria; o que está à frente.
E
posição externa; o que está fora.
fce06afd-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “que se descobre a verdade, / que se cometem os grandes crimes, os gestos / mais sublimes”, o eu lírico enumera

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão:


Nada nas mãos nem na cabeça, nada
no estômago além da sensação vazia
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade,
que se cometem os grandes crimes, os gestos
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas,
de corpo mais esguio, de cor esmaecida,
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos
e lisos, os que menos coisa dizem,
 destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
eventos extremos que ocorrem durante o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
B
acontecimentos catastróficos que sucedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
C
fatos impensáveis que causam o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
D
ações inconscientes que resultam do estado de vazio descrito na primeira estrofe.
E
processos raros que precedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
fce39fde-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo as duas últimas estrofes,

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão:


Nada nas mãos nem na cabeça, nada
no estômago além da sensação vazia
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade,
que se cometem os grandes crimes, os gestos
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas,
de corpo mais esguio, de cor esmaecida,
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos
e lisos, os que menos coisa dizem,
 destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
os melhores poemas são mais produto de inspiração do que de trabalho.
B
o valor de um poema é medido pelos efeitos negativos que produz.
C
os poemas mais inofensivos são os que parecem mais perigosos.
D
a poesia é a arte de transformar algo discreto em algo significativo.
E
os poemas mais discretos produzem os efeitos mais contundentes.
45d60dc2-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Denotação e Conotação

Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
“Mas no século XX o romance eclipsou a poesia” (1º parágrafo)
B
“muitas vezes isso é exigido” (1º parágrafo)
C
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias” (2º parágrafo)
D
“os contos tornaram-se o núcleo do currículo” (1º parágrafo)
E
“Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia” (1º parágrafo)
45e120d9-d8
UEA 2019 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva)

A oração “Fomos atendidos por Dona Flora” está na voz passiva. A oração correspondente na voz ativa, que mantém o sentido original, contém a forma verbal

Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão:

Juno e Flora e outras divindades mitológicas

O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .

(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)

1cocotte: mulher jovem e atraente.
A
atendeu.
B
foi atendida.
C
é atendida.
D
atendemos.
E
atendera.
45d99fba-d8
UEA 2019 - Português - Advérbios, Morfologia

Advérbio é uma palavra invariável que pode modificar o sentido de um verbo, de um adjetivo, de outro advérbio ou de uma oração inteira.


Um advérbio que modifica o sentido de um adjetivo ocorre em:

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
“literatura significava sobretudo poesia” (1º parágrafo)
B
“As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa” (2ºparágrafo)
C
“sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c” (2º parágrafo)
D
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias” (2º parágrafo)
E
“próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário” (1º parágrafo)
45d23cc1-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um dos motivos apontados pelo texto para a prevalência do romance sobre a poesia a partir do século XX é:

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
a poesia foi abolida do currículo obrigatório das escolas, o que fez com que se tornasse menos acessível aos leitores.
B
os leitores, que querem soluções práticas para seus problemas, preferem textos não ficcionais.
C
a valorização da ciência pela sociedade fez com que a poesia perdesse o sentido de realidade que teve em outros tempos.
D
a biografia e a crônica tornaram-se gêneros frequentes no dia a dia, o que fez com que o romance, um gênero semelhante, fosse mais acessível.
E
o relato narrativo, que explica como determinados fatos aconteceram, produz mais sentidos ao leitor do que as leis científicas.
45ce3e74-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Redação - Reescritura de texto, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em “prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste” (2º parágrafo), o trecho sublinhado pode ser substituído, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original, por:

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão.

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.     Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
já que ele disso se desgosta.
B
a fim de que ele disso se desgoste.
C
desde que ele disso se desgoste.
D
porque ele disso se desgosta.
E
logo que ele disso se desgoste.
45ca6d1a-d8
UEA 2019 - Português - Morfologia - Verbos, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)

A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, indicando uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no passado, encontra-se em:

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão.

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.     Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
“O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença” (1º parágrafo)
B
“Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios” (2º parágrafo)
C
“jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia” (1º parágrafo)
D
“para que o filho não cumprisse a palavra” (1º parágrafo)
E
“Chegou o sábado.” (1º parágrafo)
45c192a2-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia central do segundo parágrafo consiste em que

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão.

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.     Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
é sensato permitir que o desejo flua e se expresse, a fim de que os sentimentos se amenizem sem produzir danos.
B
é prudente cuidar do desejo como se ele fosse uma criança, alimentando-o e protegendo-o incondicionalmente.
C
é importante ter em mente que o desejo crescerá e machucará a pessoa que deseja, não importa o que ela faça.
D
é preciso ser estrategista a fim de que o desejo se mantenha sempre intenso e imprevisível.
E
é conveniente controlar o desejo com ações enérgicas antes que ele se instale definitivamente no amador e o machuque.
45bcee84-d8
UEA 2019 - Português - Estrutura das Palavras: Radical, Desinência, Prefixo e Sufixo, Morfologia

O prefixo empregado na formação da palavra “ultrapassado” significa

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão.

Nada nas mãos nem na cabeça, nada 
no estômago além da sensação vazia 
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade, 
que se cometem os grandes crimes, os gestos 
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas, 
de corpo mais esguio, de cor esmaecida, 
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos 
e lisos, os que menos coisa dizem, 
destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
excesso; o que está além.
B
posição externa; o que está fora.
C
negação; o que era, mas não é mais.
D
simetria; o que está à frente.
E
suficiência; o que basta.