Questõesde UNIFESP sobre Sintaxe

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Foram encontradas 32 questões
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UNIFESP 2017 - Português - Análise sintática, Sintaxe

“De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social.” (1o parágrafo)

O trecho destacado exerce a função sintática de

Leia o trecho do livro Abolição, da historiadora brasileira Emília Viotti da Costa.


    Durante três séculos (do século XVI ao XVIII) a escravidão foi praticada e aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade do cativeiro. Muitos chegavam a justificar a escravidão, argumentando que graças a ela os negros eram retirados da ignorância em que viviam e convertidos ao cristianismo. A conversão libertava os negros do pecado e lhes abria a porta da salvação eterna. Dessa forma, a escravidão podia até ser considerada um benefício para o negro! Para nós, esses argumentos podem parecer cínicos, mas, naquela época, tinham poder de persuasão. A ordem social era considerada expressão dos desígnios da Providência Divina e, portanto, não era questionada. Acreditava-se que era a vontade de Deus que alguns nascessem nobres, outros, vilões, uns, ricos, outros, pobres, uns, livres, outros, escravos. De acordo com essa teoria, não cabia aos homens modificar a ordem social. Assim, justificada pela religião e sancionada pela Igreja e pelo Estado – representantes de Deus na Terra –, a escravidão não era questionada. A Igreja limitava-se a recomendar paciência aos escravos e benevolência aos senhores.

    Não é difícil imaginar os efeitos dessas ideias. Elas permitiam às classes dominantes escravizar os negros sem problemas de consciência. Os poucos indivíduos que no Período Colonial, fugindo à regra, questionaram o tráfico de escravos e lançaram dúvidas sobre a legitimidade da escravidão, foram expulsos da Colônia e o tráfico de escravos continuou sem impedimentos. Apenas os próprios escravos questionavam a legitimidade da instituição, manifestando seu protesto por meio de fugas e insurreições. Encontravam, no entanto, pouca simpatia por parte dos homens livres e enfrentavam violenta repressão. 


(A abolição, 2010.)

A
objeto indireto.
B
objeto direto.
C
adjunto adnominal.
D
sujeito.
E
adjunto adverbial.
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UNIFESP 2017 - Português - Regência, Sintaxe

Em “Um a um tombavam os soldados da guarnição estoica.” (4o parágrafo), o termo destacado é um

Os sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), em que se narram eventos referentes a uma das expedições militares enviadas pelo governo federal para combater Antônio Conselheiro e seus seguidores sediados em Canudos.
   
      Oitocentos homens desapareciam em fuga, abandonando as espingardas; arriando as padiolas, em que se estorciam feridos; jogando fora as peças de equipamento; desarmando- -se; desapertando os cinturões, para a carreira desafogada; e correndo, correndo ao acaso, correndo em grupos, em bandos erradios, correndo pelas estradas e pelas trilhas que as recortam, correndo para o recesso das caatingas, tontos, apavorados, sem chefes...
   Entre os fardos atirados à beira do caminho ficara, logo ao desencadear-se o pânico – tristíssimo pormenor! – o cadáver do comandante. Não o defenderam. Não houve um breve simulacro de repulsa contra o inimigo, que não viam e adivinhavam no estrídulo dos gritos desafiadores e nos estampidos de um tiroteio irregular e escasso, como o de uma caçada. Aos primeiros tiros os batalhões diluíram-se.
      Apenas a artilharia, na extrema retaguarda, seguia vagarosa e unida, solene quase, na marcha habitual de uma revista, em que parava de quando em quando para varrer a disparos as macegas traiçoeiras; e prosseguindo depois, lentamente, rodando, inabordável, terrível...
       [...]
        Um a um tombavam os soldados da guarnição estoica. 
Feridos ou espantados os muares da tração empacavam; torciam de rumo; impossibilitavam a marcha.
      A bateria afinal parou. Os canhões, emperrados, imobilizaram-se numa volta do caminho...
     O coronel Tamarindo, que volvera à retaguarda, agitando-se destemeroso e infatigável entre os fugitivos, penitenciando-se heroicamente, na hora da catástrofe, da tibieza anterior, ao deparar com aquele quadro estupendo, procurou debalde socorrer os únicos soldados que tinham ido a Canudos. Neste pressuposto ordenou toques repetidos de “meia-volta, alto!”. As notas das cornetas, convulsivas, emitidas pelos corneteiros sem fôlego, vibraram inutilmente. Ou melhor – aceleraram a fuga. Naquela desordem só havia uma determinação possível: “debandar!”.
    Debalde alguns oficiais, indignados, engatilhavam revólveres ao peito dos foragidos. Não havia contê-los. Passavam; corriam; corriam doudamente; corriam dos oficiais; corriam dos jagunços; e ao verem aqueles, que eram de preferência alvejados pelos últimos, caírem malferidos, não se comoviam. O capitão Vilarim batera-se valentemente quase só e ao baquear, morto, não encontrou entre os que comandava um braço que o sustivesse. Os próprios feridos e enfermos estropiados lá se iam, cambeteando, arrastando-se penosamente, imprecando os companheiros mais ágeis...
    As notas das cornetas vibravam em cima desse tumulto, imperceptíveis, inúteis...
    Por fim cessaram. Não tinham a quem chamar. A infantaria desaparecera...

(Os sertões, 2016.)
A
verbo transitivo direto e indireto.
B
verbo intransitivo.
C
verbo transitivo indireto.
D
verbo de ligação.
E
verbo transitivo direto.
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UNIFESP 2017 - Português - Análise sintática, Sintaxe

“Deliberou deitar-se, embora a noite apenas começasse.” (4º parágrafo)

Em relação à oração anterior, a oração destacada exprime ideia de

Leia a crônica “Premonitório”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).

      Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama:

“Não saia casa 3 outubro abraços”.

     O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa,precipitara-se na agência para expedir a mensagem.

    Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha,mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de ouvir o “pois não” melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa; insistira:“como é?”, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha.Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1, disse que achava pouco cem mil unidades, em tal emergência, e arrematou:“Dia 4 nós conversamos.” Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor, confabulando a pequena distância.Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu: “Passe de largo”; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos antos. Nos Correios, a mesma coisa, também na Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima.

    Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou ler, de vez em quando o telefone chamava: “Desculpe, é engano”,ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos. Deliberou deitar-se,embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz.
Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem Política e Social. “Deve ser engano.” “Não é não, o chefe está à espera.” “Tão cedinho? Precisa ser hoje mesmo? Amanhã eu vou.” “É hoje e é já.” “Impossível.” Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica. A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. “O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo” – disse-lhe o chefe. – “Que sabe a respeito do troço?” “Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje.” “Vai estourar?” “Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” “Doutor, eu falei a meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro.” “Não, mas e aquela frase em código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano?” “Sou professor de latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho.” “Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam para vencer?” “São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido.” “E os cálculos que o senhor fazia diante do palácio?” Emudeceu. “Diga, vamos!” “Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui no bolso.” “O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe?” “Ah, então é por isso que o telegrama custou tanto a chegar?” “Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa.” “Mas, doutor…” Foi levado para outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: “O senhor entende conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro!” 

    Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa.

(70 historinhas, 2016.)

1 arma virumque cano: “canto as armas e o varão” (palavras iniciais da
epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias).

A
causa.
B
condição.
C
concessão.
D
consequência.
E
conclusão.
5d3f3e1c-49
UNIFESP 2009 - Português - Por que- porque/ porquê/ por quê, Pronomes relativos, Regência, Problemas da língua culta, Crase, Sintaxe, Morfologia - Pronomes

Leia a tira.

Imagem 011.jpg

Os espaços da frase devem ser preenchidos, respectivamente, com

A
de que ... a ... Por que ... Porque
B
que ... a ... Porque ... Porque
C
de que ... a ... Por quê ... Por que
D
que ... à ... Por que ... Por quê
E
de que ... à ... Por quê ... Porque
6c2911ea-49
UNIFESP 2009 - Português - Interpretação de Textos, Sintaxe

Leia os textos.

I. Mas esse astro que fulgente
Das águias brilhara à frente,
Do Capitólio baixou. (Soares de Passos)

II. Meu saco de ilusões, bem cheio tive-o. (Mário Quintana)

III. No berço, pendente dos ramos floridos,
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava? (Casimiro de Abreu)

Segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, o anacoluto é a mudança de construção sintática no meio do enunciado, geralmente depois de uma pausa sensível, o que faz uma expressão ficar desligada e solta no período. Com base nesses dados, o nome do menino faz uma alusão a uma figura de sintaxe que está exemplificada apenas em

Instrução: Leia o texto de Flávio José Cardozo para responder às questões de números 27 e 28.

Imagem 013.jpg

A
I.
B
II
C
III.
D
I e II.
E
I e III.
5375cd18-49
UNIFESP 2009 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Sintaxe

No primeiro parágrafo do texto, a palavra então

Instrução: Leia o texto, para responder às questões de números 14 a 19

Imagem 008.jpg
Imagem 009.jpg

A
indica a causa de uma informação.
B
expressa circunstância de modo.
C
tem valor conclusivo
D
pode ser substituída por agora.
E
reporta ao sentido de época.
1d70cd29-46
UNIFESP 2010 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Indique a alternativa que apresenta a função sintática do verso De tudo que é nego torto.

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 28 a 30.

 De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co’os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

(Chico Buarque. Geni e o zepelim.)

A
Adjunto adverbial de modo.
B
Objeto indireto.
C
Predicativo do sujeito.
D
Adjunto adnominal
E
Complemento nominal.
115d482c-46
UNIFESP 2010 - Português - Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva, Sintaxe

Tendo em vista a função sintática da palavra grifada no fragmento Para que o não manifestassem excessivamente, fazia- se temer pela brutalidade, assinale a alternativa em que o termo sublinhado exerce a mesma função:

Instrução: As questões de números 21 a 24 tomam por base o fragmento seguinte.
 
 As provocações no recreio eram frequentes, oriundas do enfado; irritadiços todos como feridas; os inspetores a cada passo precisavam intervir em conflitos; as importunações andavam em busca das suscetibilidades; as suscetibilidades a procurar a sarna das importunações. Viam de joelhos o Franco, puxavamlhe os cabelos. Viam Rômulo passar, lançavam-lhe o apelido: mestre-cuca!

 Esta provocação era, além de tudo, inverdade. Cozinheiro, Rômulo! Só porque lembrava culinária, com a carnosidade bamba, fofada dos pastelões, ou porque era gordo das enxúndias enganadoras dos fregistas, dissolução mórbida de sardinha e azeite, sob os aspectos de mais volumosa saúde?
(...)
  Rômulo era antipatizado. Para que o não manifestassem excessivamente, fazia-se temer pela brutalidade. Ao mais insignificante gracejo de um pequeno, atirava contra o infeliz toda a corpulência das infiltrações de gordura solta, desmoronava-se em socos. Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente. 
Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro. Rômulo, no meio, ficava tonto, esbravejando juras de morte, mostrando o punho. Em geral procurava reconhecer algum dos impertinentes e o marcava para a vindita. Vindita inexorável.
 No decorrer enfadonho das últimas semanas, foi Rômulo escolhido, principalmente, para expiatório do desfastio. Mestrecuca! Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra; mestre-cuca! Por vozes do espaço rouquenhas ou esganiçadas. Sentava-se acabrunhado, vendo se se lembrava de haver tratado
panelas algum dia na vida; a unanimidade impressionava. Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva. Arremetia bufando, espumando, olhos fechados, punhos para trás, contra os grupos. Os rapazes corriam a rir, abrindo caminho, deixando rolar adiante aquela ambulância danada de elefantíase.
(Raul Pompeia. O Ateneu.)

A
Dos mais fortes vingava-se, resmungando intrepidamente.
B
Para desesperá-lo, aproveitavam-se os menores do escuro.
C
Via-se apregoado por vozes fantásticas, saídas da terra.
D
Mais frequentemente, entregava-se a acessos de raiva.
E
Viam de joelhos o Franco, puxavam-lhe os cabelos.
04ab3e26-46
UNIFESP 2010 - Português - Sintaxe, Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas...

Para reforçar a caracterização do “menino diabo” atribuída ao narrador, é utilizado principalmente o seguinte recurso estilístico:

Instrução: As questões de 15 a 17 tomam por base o fragmento.

 (...) Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino.
  Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo,
e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos.
 Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.

(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)

A
amplo uso de metáforas que se reportam aos comportamentos negativos do menino.
B
seleção lexical que emprega muitos vocábulos raros à época, particularmente os adjetivos
C
recurso frequente ao discurso direto para exemplificar as traquinagens do garoto.
D
utilização recorrente de orações coordenadas sindéticas aditivas.
E
emprego significativo de orações subordinadas adjetivas restritivas.
f6d8c615-46
UNIFESP 2010 - Português - Orações subordinadas adjetivas: Restritivas, Explicativas, Sintaxe

No texto, as orações (...) que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei na cidade (...) e (...) que encontrasse pela frente (...) são exemplos, respectivamente, de oração subordinada adjetiva explicativa e subordinada adjetiva restritiva, porque:

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 08 a 10.

 Por causa do assassinato do caminhoneiro Pascoal de Oliveira, o Nego, pelo – também caminhoneiro – japonês Kababe Massame, após uma discussão, em 31 de julho de 1946, a população de Osvaldo Cruz (SP), que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei* na cidade, saiu às ruas e invadiu casas, disposta a maltratar “impiedosamente”, na palavra do historiador local José Alvarenga, qualquer japonês que encontrasse pela frente. O linchamento dos japoneses só foi totalmente controlado com a intervenção de um destacamento do Exército, vindo de Tupã, chamado pelo médico Oswaldo Nunes, um herói daquele dia totalmente atípico na história de Osvaldo Cruz e das cidades brasileiras.

   Com o final da Segunda Guerra Mundial, o eclipse do Estado Novo e o desmantelamento da Shindô-Renmei, inicia-se um ciclo de emudecimento, de ambos os lados, sobre as quatro décadas de intolerância vividas pelos japoneses. Do lado local, foi sedimentando-se no mundo das letras a ideia do país como um “paraíso racial”. Do lado dos imigrantes, as segundas e terceiras gerações de filhos de japoneses se concentraram, a partir da década de 1950, na construção da sua ascensão social. A história foi sendo esquecida, junto com o idioma e os hábitos culturais de seus pais e avós.
 (Matinas Suzuki Jr. Folha de S.Paulo, 20.04.2008. Adaptado.)

 * Shindô-Renmei foi uma organização nacionalista, que surgiu no Brasil após o término da Segunda Guerra Mundial, formada por japoneses que não acreditavam na derrota do Japão na guerra. Possuía alguns membros mais fanáticos que cometiam atentados, tendo matado e ferido diversos cidadãos nipo-brasileiros.

A
a primeira limita o sentido do termo antecedente (a população de Osvaldo Cruz), enquanto a segunda explica o sentido do termo antecedente (qualquer japonês).
B
a pausa, antes e depois da primeira oração, revela seu caráter de restrição e precisão do sentido do termo antecedente, tal como se dá com a segunda oração.
C
na primeira, a oração é indispensável para precisar o sentido da anterior, enquanto, na segunda, a oração pode ser eliminada.
D
a primeira explica o sentido do termo antecedente (a população de Osvaldo Cruz), enquanto a segunda limita o sentido do termo antecedente (qualquer japonês).
E
o sentido do termo “qualquer japonês”, explicado na segunda oração, é determinante para a compreensão da primeira.
d62bad04-29
UNIFESP 2005 - Português - Colocação Pronominal, Análise sintática, Pronomes pessoais oblíquos, Sintaxe, Morfologia - Pronomes

Se a personagem fosse enfática e dissesse: “... eu não reconheço o documento, eu não reconheço o documento...”, a oração repetida, de acordo com a norma padrão, assumiria a seguinte forma:

Imagem 001.jpg
A
eu não o reconheço.
B
eu não reconheço- lhe.
C
eu não reconheço ele.
D
eu não lhe reconheço.
E
eu não reconheço- lo.
d5559103-fe
UNIFESP 2012 - Português - Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal

          O Hatha yoga pradipika, sagrada escritura do hatha
yoga, escrita no século 15 da era atual, diz que, antes de nos
aventurarmos na prática de austeridade e códigos morais,
devemos nos preparar. Autocontrole e disciplina sem preparação
adequada__________ criar mais problemas mentais
e de personalidade do que paz de espírito. A beleza dessa
escritura é que ela resolve o grande problema que todo iniciante
enfrenta: dominar a mente.
            Devido___________abordagem corporal, o hatha yoga
ficou conhecido – de modo equivocado – como uma categoria
de ioga___________trabalha apenas as valências físicas
(força, flexibilidade, resistência, equilíbrio e outras), quase
como ginástica oriental. Isso não é verdade.
                                        (Ciência Hoje, julho de 2012. Adaptado.)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com

A
pode – a essa – aonde.
B
podem – a essa – que.
C
pode – à essa – o qual.
D
podem – essa – com que.
E
pode – essa – onde.
427822fe-4d
UNIFESP 2007 - Português - Interpretação de Textos, Regência, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Coesão e coerência, Sintaxe, Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas...

Considere o texto e analise as três afirmações seguintes.

Imagem 001.jpg

I. A frase Toda criança deve ser assistida quanto ao seu direito à atenção e ao carinho dos adultos está correta quanto aos sentidos propostos no texto e também quanto à regência.

II. Deve-se interpretar a referência do pronome você como criança, conforme sugerido pelo título do texto.

III. As duas orações que compõem as perguntas estabelecem entre si relação de adversidade.

Está correto apenas o que se afirma em

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e II.
E
II e III.
4a3a70aa-4d
UNIFESP 2007 - Português - Interpretação de Textos, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Redação - Reescritura de texto

Eu faço tudo que você quiser, eu dou um jeito de arranjar trabalho, eu sustento o nenê, mas, por favor, me deixe ser mãe.

Mantida a mesma forma de tratamento e supondo que a frase fosse proferida pelo homem, ela assumiria a seguinte forma:

INSTRUÇÃO: As questões de números 04 a 08 baseiam-se no
texto de Moacyr Scliar.

Imagem 006.jpg
Imagem 007.jpg
A
Faças tudo que eu quero, dês um jeito de arranjar trabalho, sustentas o nenê, que eu te deixo ser mãe.
B
Faz tudo que eu quero, dê um jeito de arranjar trabalho, sustenta o nenê, que eu lhe deixo ser mãe.
C
Faz tudo que eu quero, dá um jeito de arranjar trabalho, sustenta o nenê, que eu deixo você ser mãe.
D
Faça tudo que eu quero, dá um jeito de arranjar trabalho, sustente o nenê, que eu lhe deixo ser mãe.
E
Faça tudo que eu quero, dê um jeito de arranjar trabalho, sustente o nenê, que eu a deixo ser mãe.
5f1b097e-4d
UNIFESP 2007 - Português - Interpretação de Textos, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Redação - Reescritura de texto

INSTRUÇÃO: As questões de números 22 e 23 baseiam-se na frase — Quem advoga a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.


Substituindo-se Quem por As pessoas que, obtém-se:

INSTRUÇÃO: As questões de números 20 a 23 referem-se ao
texto seguinte.

Imagem 012.jpg

A
As pessoas que advoga a liberdade da educação não querem dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.
B
As pessoas que advogam a liberdade da educação não quer dizerem que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta.
C
As pessoas que advogam a liberdade da educação não quer dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.
D
As pessoas que advogam a liberdade da educação não querem dizer que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.
E
As pessoas que advogam a liberdade da educação não querem dizerem que as crianças devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta.