Questõesde UECE sobre Sintaxe
“Esses desocupados matam o tempo
jogando porrinha, ou lendo os jornais velhos que
mamãe amontoa num canto, sentados nos degraus
do escadote com que ela alcança as prateleiras
altas.” (linhas 7-11) Escreva V quando o que se
disser do excerto for verdadeiro, e F quando for
falso.
( ) Quando se lê o enunciado transcrito, não fica
bem clara a relação sintática da oração
“sentados nos degraus do escadote...” com
os outros termos do enunciado: se ela se liga
a “esses desocupados”, ou a “os jornais
velhos que mamãe amontoa num canto”. A
esse tipo de relação, que confunde o leitor,
chama-se ambiguidade semântica.
( ) A vírgula usada depois do substantivo
“canto” não diminui a confusão que ocorre no
trecho.
( ) Somente o conhecimento dos traços
semânticos (ou de significação) dos
substantivos “desocupados” e “jornais” pode
esclarecer o verdadeiro sentido do
enunciado.
( ) Poder-se-ia reestruturar o enunciado de
modo a eliminar esse problema: Sentados
nos degraus do escadote com que mamãe
alcança as prateleiras altas, esses
desocupados matam o tempo jogando
porrinha, ou lendo os jornais velhos que ela
amontoa num canto.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte
sequência:
“Mas não são adeptos de literatura os
indivíduos que ali se abrigam da chuva ou do sol a
pino de verão.” (linhas 4-7) O “mas” que inicia o
período introduz uma oposição
Assinale a opção em que está INCORRETO o que
se afirma sobre as relações sintáticas entre as
expressões destacadas.
A oração “Exigindo a alfabetização” (linha
7) poderia ser substituída, sem prejuízo da
compreensão do texto, por
Entendendo-se concessão como um “fato
subordinado e contrário ao da ação principal de
uma oração, mas incapaz de impedir que tal ação
venha a ocorrer” (Houaiss), assinale a opção que
apresenta uma concessão.
Assinale a alternativa que analisa corretamente o
excerto abaixo, na perspectiva sintático-estilística:
Policarpo aguarda a luz que caminha na
direção de sua casa. Vem vindo. Silenciosa. A
outra se perde nos confins do lado de lá. É o
prefeito que volta? Não, não é. Os fachos
permutaram de trajeto. Não há esporas no
foco em retorno. Vem andando. Sem barulho.
Aproxima-se. Está pertinho. Passa por ele e
deixa uma ventania de jasmim à sua
passagem (linhas 115-123).
TEXTO
CIDADE SEM LUZ
(Olavo Drummond. O vendedor de
estrelas. Contos.)
Observe as relações sintáticas entre os termos do
seguinte enunciado: Policarpo, o escrivão da
Coletoria, maldizia, mais uma vez, o prefeito,
que não conseguiu consertar a usina, e o instante em que resolvera morar naquele fim
de mundo (linhas 10-14).
Grafe (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou
falso o que se afirma sobre essas relações.
( ) O verbo maldizer, no texto,
maldizia, mantém com o
substantivo prefeito a mesma
relação sintática que mantém com o
substantivo instante.
( ) A oração que não conseguiu
consertar a usina apresenta um
pormenor, uma informação adicional
sobre o prefeito, mas exprime
também uma relação de causa.
( ) A oração em que resolvera morar
naquele fim de mundo delimita ou
restringe o substantivo instante.
( ) A expressão referencial (n)aquele
fim de mundo retoma o referente
de Forquilha, acrescentando um
juízo de valor a seu respeito, e
determina a situação do falante em
relação à coisa mencionada.
A sequência correta é
TEXTO
CIDADE SEM LUZ
(Olavo Drummond. O vendedor de
estrelas. Contos.)
Sobre o emprego do vocábulo ''assim'' nas linhas
19 e 34, considere as seguintes afirmações:
I - Os dois funcionam como elementos de
coesão entre parágrafos.
II - O da linha 19 aponta para o que foi dito
anteriormente.
III - O da linha 34 tem valor de conclusão.
Está correto o que se afirma
Sobre o emprego do vocábulo ''assim'' nas linhas 19 e 34, considere as seguintes afirmações:
I - Os dois funcionam como elementos de coesão entre parágrafos.
II - O da linha 19 aponta para o que foi dito anteriormente.
III - O da linha 34 tem valor de conclusão.
Está correto o que se afirma
Considere as proposições abaixo sobre o uso do
elemento ''pois'' na linha 19.
I - Mesmo sem desempenhar função definida
pela gramática, produz efeito de sentido, se
considerado no plano textual-discursivo.
II - Tem como uma de suas funções convocar o
leitor para seguir o raciocínio que se inicia
no primeiro parágrafo e continua no
segundo.
III - Introduz no segundo parágrafo uma relação
de conclusão para o que foi informado no
parágrafo anterior.
Está correto o que se afirma
Indique a opção que expressa a ideia que poderia
constituir o sujeito do verbo tratar no enunciado
“Trata-se de um mito originário da Grécia que se
perpetua no nosso imaginário”. (linhas 120-122)
Considere o enunciado “Num de seus
seminários, Lacan retomou esse mito para
ensinar que, na verdade, o amor é „o desejo
impossível de ser um quando há dois‟” (linhas
133-136).
Nos itens a seguir, a expressão “na verdade”
aparece deslocada em relação ao texto original.
I - Num de seus seminários, Lacan
retomou esse mito para ensinar que o
amor é, na verdade, “o desejo
impossível de ser um quando há dois”.
II - Num de seus seminários, Lacan
retomou esse mito para ensinar que o
amor, na verdade, é “o desejo
impossível de ser um quando há dois”.
III - Num de seus seminários, Lacan, na
verdade, retomou esse mito para
ensinar que o amor é “o desejo
impossível de ser um quando há dois”.
Em qual(is) dos itens o sentido original se
mantém?
Em três ocasiões, a autora emprega a expressão
“Até que” (linhas 22, 58 e 68). Marque a opção
em que se explica o uso dessa expressão.
Atente para o que é dito sobre a frase inicial do
sexto parágrafo: “Mas não ficou simplesmente
nisso” (linha 39).
I - A partícula “mas” tem, no texto, a
propriedade de atuar sobre o receptor e
tentar levá-lo a aceitar o ponto de vista do
locutor.
II - O “mas” sugere que o locutor se antecipa
a uma possível conclusão apressada do
interlocutor sobre o que vinha sendo
informado.
III - O vocábulo “nisso” retoma um elemento
único do parágrafo anterior – “dia
seguinte” (linha 33).
Está correto o que é dito
Indique a opção que traz um comentário
INCORRETO sobre o trecho “E o pior para essa
mulher não era a descoberta do que acontecia.
Devia ser a descoberta horrorizada da filha que
tinha.” (linhas 73-75).
Observe o que se diz sobre o seguinte enunciado:
“Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para
se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.”
(linhas 27-29).
I - Em “comendo-o, dormindo-o”, observam-se duas extensões de sentido e o uso de
uma regência não convencional.
II - Em “dormindo-o”, a narradora toma como
transitivo direto um verbo intransitivo,
forçando o paralelismo sintático com
“comendo-o”.
III - O emprego de “comendo-o, dormindo-o”
intensifica a relação quase erótica da
personagem-narradora com os livros.
Está correto o que se diz
Atente às orações adjetivas transcritas a
seguir e ao que é dito a respeito delas: 1. “que o
tempo consumiu” (linha 65); 2. “que lhe adoçava a
fisionomia subalterna” (linha 74); 3. “que no seu
caso eram a caneta e a pena” (linhas 81-82).
I. A oração 1 delimita ou restringe o substantivo
“casta” (linha 65), isto é, ela diz que, no
conjunto das castas, aquela tem um
diferencial: é uma casta “que o tempo
consumiu”.
II. A oração 2 dá uma informação suplementar
para a identificação de “calvície” (linha 73).
Embora seja importante do ponto de vista
comunicativo, sua supressão não compromete
a compreensão da frase.
III. A oração 3 restringe o significado de “peixe”
(linha 81). Não pode ser retirada do período
para não comprometer seu entendimento.
Está correto o que se diz apenas em
Atente às orações adjetivas transcritas a seguir e ao que é dito a respeito delas: 1. “que o tempo consumiu” (linha 65); 2. “que lhe adoçava a fisionomia subalterna” (linha 74); 3. “que no seu caso eram a caneta e a pena” (linhas 81-82).
I. A oração 1 delimita ou restringe o substantivo “casta” (linha 65), isto é, ela diz que, no conjunto das castas, aquela tem um diferencial: é uma casta “que o tempo consumiu”.
II. A oração 2 dá uma informação suplementar para a identificação de “calvície” (linha 73). Embora seja importante do ponto de vista comunicativo, sua supressão não compromete a compreensão da frase.
III. A oração 3 restringe o significado de “peixe” (linha 81). Não pode ser retirada do período para não comprometer seu entendimento.
Está correto o que se diz apenas em
TEXTO II
O texto II desta prova foi extraído do segundo capítulo da novela A indesejada aposentadoria, do escritor maranhense Josué Montello (*1917 — †2006). Contemporâneo dos escritores que fizeram o romance de 30, Montello enveredou por outro caminho: explorou a narrativa urbana. Escreveu uma das obras-primas da literatura brasileira: Os tambores de São Luís (1975). A novela A indesejada aposentadoria, de 1972, conta a história de Guihermino Pereira, um funcionário público, já nas vésperas de se aposentar.
Josué Montello. A indesejada aposentadoria.
Capítulo II, p. 11-14. Texto adaptado.
Considere a seguinte passagem do texto: “em
busca de minas de ouro e de prata e de riqueza
fácil” (linhas 11-13) e o que se diz dela.
I. O segundo “e” do excerto não tem justificativa
gramatical, mas estilística.
II. Enquanto o primeiro “e” coordena a expressão
”de minas de ouro” com a expressão “de
(minas) de prata”, o segundo “e” coordena a
expressão “de minas de ouro e de (minas) de
prata” com a expressão “de riqueza fácil”.
III. As três locuções adjetivas — “de minas de
ouro”, “de (minas) de prata” e “de riqueza
fácil” — completam o sentido do substantivo
“busca”.
Está correto o que se diz apenas em
Considere a seguinte passagem do texto: “em busca de minas de ouro e de prata e de riqueza fácil” (linhas 11-13) e o que se diz dela.
I. O segundo “e” do excerto não tem justificativa gramatical, mas estilística.
II. Enquanto o primeiro “e” coordena a expressão ”de minas de ouro” com a expressão “de (minas) de prata”, o segundo “e” coordena a expressão “de minas de ouro e de (minas) de prata” com a expressão “de riqueza fácil”.
III. As três locuções adjetivas — “de minas de ouro”, “de (minas) de prata” e “de riqueza fácil” — completam o sentido do substantivo “busca”.
Está correto o que se diz apenas em
TEXTO I
O texto I desta prova é um excerto da parte 2, capítulo III, da obra Bandeirantes e pioneiros: paralelo entre duas culturas, de Vianna Moog — gaúcho de São Leopoldo (*1906 — †1988). Nesse capítulo, Moog faz um estudo comparativo entre a colonização dos EUA e a do Brasil, um paralelo entre as fundações da América inglesa e da América portuguesa.
Vianna Moog. Bandeirantes e pioneiros: Paralelo
entre duas culturas. Capítulo III: Conquista e
colonização. p. 103-104. Texto adaptado.
Reflita sobre o excerto transcrito: “A saia de
montaria, de bretanha, arfava ao vento, produzindo
uma irritação estranha aquele pano branco na alma
enlutada da população. Guida olhava a turba com
admiração, que ao povo parecia petulância e, por
vê-la açoitar o cavalo, diziam que ela acenava com o
chicote para ele...” (linhas 87-93).
I. O período transcrito poderia ter a seguinte
estrutura: A saia de montaria, de bretanha,
arfava ao vento, produzindo aquele pano
branco uma irritação estranha na alma
enlutada da população.
II. O verbo dizer, no plural, “diziam”, concorda
ideologicamente com “povo”, isto é, concorda
com a ideia de plural dessa palavra, não com a
sua forma.
III. A oração “por vê-la açoitar o cavalo” tem o
valor semântico de condição.
Está correto o que se diz somente em
Reflita sobre o excerto transcrito: “A saia de montaria, de bretanha, arfava ao vento, produzindo uma irritação estranha aquele pano branco na alma enlutada da população. Guida olhava a turba com admiração, que ao povo parecia petulância e, por vê-la açoitar o cavalo, diziam que ela acenava com o chicote para ele...” (linhas 87-93).
I. O período transcrito poderia ter a seguinte estrutura: A saia de montaria, de bretanha, arfava ao vento, produzindo aquele pano branco uma irritação estranha na alma enlutada da população.
II. O verbo dizer, no plural, “diziam”, concorda ideologicamente com “povo”, isto é, concorda com a ideia de plural dessa palavra, não com a sua forma.
III. A oração “por vê-la açoitar o cavalo” tem o valor semântico de condição.
Está correto o que se diz somente em
Texto 2
A obra D. Guidinha do Poço conta a história de D. Margarida Reginaldo de Sousa Barros — conhecida como Guida ou Guidinha —, herdeira do Capitão-Mor Reginaldo Venceslau. Depois da morte do pai, ela se casa com o Major Joaquim Damião de Barros, o Major Quim, dezesseis anos mais velho do que ela. Embora tivessem casa na vila, fixaram residência na fazenda Poço da Moita, herdade de Margarida. Depois de alguns anos de casados, Margarida se apaixona por Secundino, jovem praciano, sobrinho do marido. Quando o Major Quim descobre a traição, pede o divórcio, que Guida não aceita. O Major deixa-a na fazenda e vai morar na casa da Vila. A mulher, então, contrata um capanga de nome Naiú para matar o marido. O caboclo faz o serviço, mas, quando é preso, revela que fora D. Margarida a mandante do homicídio.
O capítulo que você lerá é o último da obra, quando se dá a prisão de D. Guidinha do Poço.
Manuel de Oliveira Paiva. Dona Guidinha do Poço.
p. 125-126. Texto adaptado.
Observe o que se diz sobre o período
seguinte: “Na última década do século passado,
entre os tipos populares da cidade de Fortaleza,
capital do Ceará, minha terra natal, andava uma
velha desgrenhada, farrapenta e suja, que a
molecada perseguia com chufas, a que ela
replicava com os piores doestos deste mundo.”
(linhas 1-7).
I. A preposição “entre”, em “entre os tipos
populares de Fortaleza”, poderia ser
substituída por “em meio a”.
II. Em “capital do Ceará, minha terra natal”, há
dois apostos. Podemos entender que os dois
explicitam “cidade de Fortaleza”, ou que o
segundo explicita “capital do Ceará”. No
segundo caso, teremos um aposto dentro de
outro aposto.
III. Dentro do contexto, poderíamos substituir o
artigo indefinido uma, em “uma velha
desgrenhada”, pelo artigo definido a.
Está correto o que se diz em
Observe o que se diz sobre o período seguinte: “Na última década do século passado, entre os tipos populares da cidade de Fortaleza, capital do Ceará, minha terra natal, andava uma velha desgrenhada, farrapenta e suja, que a molecada perseguia com chufas, a que ela replicava com os piores doestos deste mundo.” (linhas 1-7).
I. A preposição “entre”, em “entre os tipos populares de Fortaleza”, poderia ser substituída por “em meio a”.
II. Em “capital do Ceará, minha terra natal”, há dois apostos. Podemos entender que os dois explicitam “cidade de Fortaleza”, ou que o segundo explicita “capital do Ceará”. No segundo caso, teremos um aposto dentro de outro aposto.
III. Dentro do contexto, poderíamos substituir o artigo indefinido uma, em “uma velha desgrenhada”, pelo artigo definido a.
Está correto o que se diz em
Texto 1
O texto 1 desta prova é da autoria do intelectual cearense Gustavo Barroso, que nasceu em Fortaleza, no ano de 1888 e morreu no Rio de Janeiro, em 1959. Professor, jornalista, ensaísta, romancista, foi membro da Academia Brasileira de Letras. A obra À margem da história do Ceará, em dois volumes, foi seu último trabalho. É uma reunião de setenta e seis artigos e crônicas que falam exclusivamente sobre a história do Ceará entre 1608 e 1959. O texto transcrito abaixo foi extraído do segundo volume e, como vocês poderão ver, é um artigo sobre a obra do também cearense Manuel de Oliveira Paiva, Dona Guidinha do Poço. Servindo-se de uma pesquisa feita pelo historiador Ismael Pordeus, Gustavo Barroso fala do romance de Oliveira Paiva, mais especificamente, das relações entre essa obra literária e a verdade histórica que ela transfigura.
Gustavo Barroso. À margem da história do
Ceará. v. 2, 3 ed. p. 347-350. Texto adaptado.