Questõesde PUC - RS sobre Português

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Foram encontradas 147 questões
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PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o seguinte trecho do conto A parasita azul, de Machado de Assis.

“Há cerca de dezesseis anos, desembarcara no Rio de Janeiro, vindo da Europa, o Sr. Camilo Seabra, goiano de nascimento, que ali fora estudar medicina e voltava agora com o diploma na algibeira e umas saudades no coração. Voltava depois de uma ausência de oito anos, tendo visto e admirado as principais coisas que um homem pode ver e admirar por lá, quando não lhe falta gosto nem meios. (...) Quando veio a hora de desembarcar fê-lo com a mesma alegria com que o réu transpõe os umbrais do cárcere. O escaler afastou-se do navio em cujo mastro flutuava uma bandeira tricolor; Camilo murmurou consigo:
– Adeus, França!
Depois envolveu-se num magnífico silêncio e deixou-se levar para terra.
O espetáculo da cidade, que ele não via há muito tempo, sempre lhe prendeu um pouco a atenção. Não tinha porém dentro da alma o alvoroço de Ulisses ao ver a terra da sua pátria. Era antes pasmo e tédio.”

De acordo com o texto, NÃO é correto afirmar que Camilo

A
sente-se como alguém que deixa a liberdade para entrar numa prisão.
B
representa a elite brasileira que costumava enviar seus filhos para estudarem na Europa.
C
havia sentido muita saudade da liberdade da sua terra natal, embora houvesse apreciado estudar na França.
D
não sente entusiasmo ao desembarcar no Rio de Janeiro e, nesse sentido, é diferente de Ulisses, herói da Odisséia, de Homero, que fica feliz ao retornar a sua Ítaca.
E
vira, na Europa, aquilo que uma pessoa que possui recursos e gosto costuma admirar.
6208f038-b0
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o texto que segue, de Cecília Meireles.


“Grande é a diferença entre o turista e o viajante. O primeiro é uma criatura feliz, que parte por este mundo com a sua máquina fotográfica a tiracolo, o guia no bolso, um sucinto vocabulário entre os dentes (...) O viajante é criatura menos feliz, de movimentos mais vagarosos, todo enredado em afetos, querendo morar em cada coisa, descer à origem de tudo, amar loucamente cada aspecto do caminho, desde as pedras mais toscas às mais sublimadas almas do passado, do presente e até do futuro – um futuro que ele nem conhecerá.”


Sobre o turista e o viajante, é correto afirmar que

A
o turista pertence a classe social superior à do viajante, motivo por que é mais feliz.
B
o movimento do viajante e do turista é caracterizado pelo sentimento de intensa felicidade.
C
a diferença entre o viajante e o turista está no envolvimento pessoal que cada um experimenta ao visitar os lugares desconhecidos.
D
o viajante e o turista partem em busca de conhecimento acerca do passado, do presente e do futuro das cidades incluídas em seu roteiro.
E
o viajante e o turista preocupam-se em carregar uma máquina fotográfica, um guia e um sucinto vocabulário.
62044754-b0
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o seguinte excerto do poema “A viagem”, de Mario Quintana.

“A louca agitação das vésperas de partida!
Com a algazarra das crianças atrapalhando tudo
E a gente esquecendo o que devia trazer ,
Trazendo coisas que deviam ficar...
Mas é que as coisas também querem partir ,
As coisas também querem chegar
A qualquer parte! – desde que não seja
Este eterno mesmo lugar...
E em vão o Pai procura assumir o comando:
Mas acabou-se a autoridade...
Só existe no mundo esta grande novidade:
VIAJAR!”

Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao poema, EXCETO:

A
O objetivo, tanto das pessoas como das coisas, é poder sair dos espaços da vida cotidiana.
B
A autoridade paterna esvai-se porque viajar é a coisa mais importante para a família.
C
A expectativa da viagem faz o viajante levar objetos necessários e desnecessários.
D
A preparação para a viagem altera completamente a rotina de quem vai viajar
E
O esquecimento de objetos necessários impede desfrutar adequadamente a viagem programada.
194390f6-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto 3.

TEXTO 3


A conclusão que NÃO pode ser deduzida do texto é

A
Entre os bárbaros, a hostilidade é uma virtude cultivada desde a infância.
B
Para os bárbaros, ser capaz de provocar medo nos outros é um valor.
C
Os pais se preocupam com o futuro de seus filhos e desejam que eles se enquadrem na sociedade.
D
Por preferir os livros às guerras, Hamlet rompe com as tradições de seu meio social.
E
Os amiguinhos de Hamlet são menos condicionados pelos valores de sua comunidade.
19381cd9-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, considerar o que é solicitado e os itens numerados de 1 a 4.


Quanto ao emprego de pronomes no texto, afirma-se:

1. O “ela”, na linha 10, retoma “virtude” (linhas 08 e 09).

2. Quanto ao sentido, o “eu”, na linha 12, tem valor equivalente ao de “alguém”, na linha 20.

3. A palavra “algo”, na linha 17, poderia ser substituída pela expressão “um pouco”, sem prejuízo à coerência e à correção do texto.

4. O “os” da linha 27 retoma “desinteresses”, “altruísmo” e “generosidade” (linhas 24 e 25).


Estão corretas apenas as afirmativas

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto 2.

TEXTO 2


André Comte-Sponville. Pequeno tratado das
grandes virtudes. p. 55 a 57 (adaptado).
A
1 e 2.
B
2 e 3.
C
2 e 4.
D
3 e 4.
E
1, 3 e 4.
1947382f-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso), considerando as afirmativas sobre o texto 3 e relacionando-as, se for o caso, com as ideias presentes nos textos 1 e 2.

( ) No primeiro quadrinho, a palavra “hostilidade” está sendo usada com uma conotação positiva.
( ) O conceito de “ação generosa”, apresentado no texto 2 (linhas 11 a 20), é exemplificado nos planos das crianças, no segundo quadro do texto 3.
( ) No terceiro e no quarto quadrinhos, as falas de Hamlet indicam que ele já vivenciou a situação descrita.
( ) O “dom da antecipação”, explicitado no texto 1 (linhas 25 a 28), pode ser ilustrado pela manifestação das crianças, no quinto quadro do texto 3.

A sequência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


TEXTO 1

http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1.htm

01/09/2009 (adaptado).


TEXTO 2 


André Comte-Sponville. Pequeno tratado das
grandes virtudes. p. 55 a 57 (adaptado).

TEXTO 3


A
V – F – F – V
B
F – V – F – V
C
V – V – F – F
D
V – F – V – F
E
F – F – V – V
193decf9-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, considerar o que é solicitado e os itens numerados de 1 a 4.


A propósito do sentido de certos vocábulos no texto, afirma-se:


1. “impávidos” (linha 07) significa “destemidos” e poderia ser substituído por “valentes” sem prejuízo à coerência da frase.

2. “egoísmo” (linhas 12 e 13) e “altruísmo” (linha 24) são antônimos.

3. “virtude” (linha 01) inclui, em seu sentido amplo, os sentidos de “dignidade” (linha 15), “liberdade” (linhas 15 e 16), “qualidades” (linha 16) e “generosidade” (linha 25).

4. Na composição das palavras “desinteresse” (linha 24) e “insensibilidade” (linha 26), há elementos de valor semântico equivalente.


As afirmativas corretas são, apenas:

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto 2.

TEXTO 2


André Comte-Sponville. Pequeno tratado das
grandes virtudes. p. 55 a 57 (adaptado).
A
1 e 2.
B
2 e 3.
C
1, 2 e 3.
D
1, 2 e 4.
E
2, 3 e 4.
192fc06a-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Neste fragmento, o autor pretende esclarecer ao leitor que

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto 2.

TEXTO 2


André Comte-Sponville. Pequeno tratado das
grandes virtudes. p. 55 a 57 (adaptado).
A
coragem e covardia são sentimentos contraditórios, mas necessários à sobrevivência.
B
os brigões, os durões não podem ser considerados valentes, são apenas estouvados.
C
como virtude, a coragem não prescinde da vontade orientada por valores morais.
D
em sua essência, o homem é egoísta, pois só enfrenta o perigo movido por interesses pessoais.
E
o heroísmo consiste em nada temer quando se trata de vencer o perigo.
1921ee29-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Redação - Reescritura de texto

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, analise as possibilidades de reescrita do primeiro parágrafo do texto 1, apresentadas abaixo.

I. Com o passar do tempo, as pessoas que sentiram medo tiveram mais pressão evolutiva favorável, pois, assim como acontece com os animais, o medo promove a sobrevivência humana. O medo nos leva a evitar situações que representam perigos em nossas vidas: carros em alta velocidade, animais venenosos e doenças contagiosas.

II. O medo é um sentimento que sempre esteve ligado a pressão evolutiva favorável. O receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas, com o decorrer do tempo, promoveu a sobrevivência, tanto em seres humanos quanto em animais.

III. Tanto nos seres humanos quanto nos animais, o propósito do medo é o de promover a sobrevivência. Ao longo do tempo, as pessoas que sentiram medo evoluíram mais favoravelmente do que as que não o sentiram. Assim, quem tem medo de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas tem mais chances de sobreviver do que as pessoas que não têm.

IV. A pressão evolutiva favorável está ligada ao sentimento de medo, tanto nos homens quanto nos animais. Como o objetivo do medo é promover a sobrevivência é de se esperar que, o receio de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas leve a pessoa a se proteger e, consequentemente, a viver mais.

Os parágrafos corretos e coerentes são, apenas,

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto1.


TEXTO 1

 http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1.htm

01/09/2009 (adaptado).

A
I e II.
B
I e III.
C
I e IV.
D
II e III.
E
II e IV
191bd2c6-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A questão para a qual o texto NÃO apresenta resposta é

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto1.


TEXTO 1

 http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1.htm

01/09/2009 (adaptado).

A
Quais os fatores envolvidos no medo?
B
Quais os males provocados pelo medo?
C
Para que serve o medo?
D
Quando sentimos medo?
E
De que sentimos medo?
19335f19-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, considerar o que é solicitado e os itens numerados de 1 a 4.


Analisando o processo de composição do texto, verifica-se que o autor

1. apresenta de início uma definição provisória, que, na sequência, é contestada e reformulada.

2. parte de uma ideia geral, convidando o leitor a examinar seus possíveis desdobramentos em situações específicas.

3. vale-se de contrastes, explicando o que “é” a partir do que “não é”.

4. utiliza questionamentos para apresentar uma série de hipóteses a serem consideradas em sua definição.


Estão corretas apenas as afirmativas

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto 2.

TEXTO 2


André Comte-Sponville. Pequeno tratado das
grandes virtudes. p. 55 a 57 (adaptado).
A
1 e 2.
B
1 e 3.
C
2 e 4.
D
3 e 4.
E
2, 3 e 4.
19270c6a-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A oração que NÃO poderia ser inserida na sequência indicada, por trazer prejuízo à clareza e/ou à estrutura do período, é

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto1.


TEXTO 1

 http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1.htm

01/09/2009 (adaptado).

A
“e garantir a continuidade da espécie”, após a palavra “sobrevivência” (linha 05).
B
"para saciar a sede da família”, após a palavra “rio” (linha 12).
C
“quando saímos de casa”, após a palavra “carteiras” (linha 13).
D
“e quando nos deparamos com uma barata”, após a palavra “rato” (linha 24).
E
“rezar para todos os santos antes de”, após a expressão “impede de” (linha 30).
192b4690-af
PUC - RS 2010 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Coesão e coerência, Sintaxe

INSTRUÇÃO: Para responder a questão, relacione as palavras/expressões destacadas às funções apresentadas após, numerando os parênteses.

1. “Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência.” (linhas 03 a 05)

2. “Hoje, não precisamos mais lutar por nossas vidas na selva, ....” (linhas 08 e 09)

3. “...na época em que nos encontrávamos com um leão enquanto trazíamos água do rio.” (linhas 11 e 12)

4. “...e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes.” (linhas 19 e 20)

5. “A maioria de nós jamais esteve perto da peste bubônica...” (linhas 21 e 22)

6. “Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo.” (linhas 24 e 25)

7. “A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real.” (linhas 31 a 33)


( ) Liga o passado ao presente através da ideia de continuidade.

( ) Indica uma negação de um fato do passado.

( ) Vincula duas ações concomitantes.

( ) Menciona um item já pertencente a um grupo.

( ) Indica uma situação hipotética.


A sequência correta de cima para baixo é

INSTRUÇÃO: Responder a questão com base no texto1.


TEXTO 1

 http://pessoas.hsw.uol.com.br/medo1.htm

01/09/2009 (adaptado).

A
1 – 3 – 7 – 6 – 1
B
3 – 2 – 7 – 4 – 5
C
4 – 5 – 3 – 6 – 7
D
7 – 5 – 3 – 2 – 1
E
5 – 4 – 6 – 7 – 2
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PUC - RS 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com relação à biografia de Machado de Assis, é correto afirmar:

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, tenha como base o excerto da obra Quincas Borba, de Machado de Assis, e seu contexto. 

Rubião achou um rival no coração de Quincas Borba, – um cão, um bonito cão, meio tamanho, pelo cor de chumbo, malhado de preto. Quincas Borba levava-o para toda parte, dormiam no mesmo quarto. De manhã, era o cão que acordava o senhor, trepando ao leito, onde trocavam as primeiras saudações. Uma das extravagâncias do dono foi dar-lhe o seu próprio nome; mas, explicava-o por dois motivos, um doutrinário, outro particular.

– Desde que Humanitas, segundo a minha doutrina, é o princípio da vida e reside em toda a parte, existe também no cão, e este pode assim receber um nome de gente, seja cristão ou muçulmano...

– Bem, mas por que não lhe deu antes o nome de Bernardo, disse Rubião com o pensamento em um rival político da localidade.

– Esse agora é o motivo particular. Se eu morrer antes, como presumo, sobreviverei no nome do meu bom cachorro. Ris-te, não?

Rubião fez um gesto negativo.

– Pois devias rir, meu querido. Porque a imortalidade é o meu lote ou o meu dote, ou como melhor nome haja. Viverei perpetuamente no meu grande livro. Os que, porém, não souberem ler, chamarão Quincas Borba ao cachorro, e...

O cão, ouvindo o nome, correu à cama. Quincas Borba, comovido, olhou para Quincas Borba: – Meu pobre amigo! meu bom amigo! meu único amigo!

A
O autor limitou-se a publicar obras em prosa, como crônicas, novelas e romances.
B
O autor produziu obras que abrem o protagonismo a mulheres, como Helena, Iaiá Garcia e Lucíola.
C
O autor criou uma galeria de personagens famosos, entre eles Brás Cubas, conselheiro Aires e Bento Santiago.
D
Alguns críticos veem na primeira fase de Machado de Assis, com obras como Dom Casmurro, uma influência do romantismo.
E
Machado inova a forma da narrativa brasileira, especialmente por conta da construção de seu narrador, mas não promove grande densidade psicológica a seus personagens.
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PUC - RS 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com base no excerto, leia as seguintes afirmativas.

I. O narrador sugere um ciúme em Rubião frente ao novo amigo de Quincas.

II. O motivo particular de o cão receber o mesmo nome do dono é um desejo vaidoso de permanência do personagem.

III. Para o filósofo Quincas Borba, também o cão encarna o princípio de Humanitas.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:


INSTRUÇÃO: Para responder à questão, tenha como base o excerto da obra Quincas Borba, de Machado de Assis, e seu contexto. 

Rubião achou um rival no coração de Quincas Borba, – um cão, um bonito cão, meio tamanho, pelo cor de chumbo, malhado de preto. Quincas Borba levava-o para toda parte, dormiam no mesmo quarto. De manhã, era o cão que acordava o senhor, trepando ao leito, onde trocavam as primeiras saudações. Uma das extravagâncias do dono foi dar-lhe o seu próprio nome; mas, explicava-o por dois motivos, um doutrinário, outro particular.

– Desde que Humanitas, segundo a minha doutrina, é o princípio da vida e reside em toda a parte, existe também no cão, e este pode assim receber um nome de gente, seja cristão ou muçulmano...

– Bem, mas por que não lhe deu antes o nome de Bernardo, disse Rubião com o pensamento em um rival político da localidade.

– Esse agora é o motivo particular. Se eu morrer antes, como presumo, sobreviverei no nome do meu bom cachorro. Ris-te, não?

Rubião fez um gesto negativo.

– Pois devias rir, meu querido. Porque a imortalidade é o meu lote ou o meu dote, ou como melhor nome haja. Viverei perpetuamente no meu grande livro. Os que, porém, não souberem ler, chamarão Quincas Borba ao cachorro, e...

O cão, ouvindo o nome, correu à cama. Quincas Borba, comovido, olhou para Quincas Borba: – Meu pobre amigo! meu bom amigo! meu único amigo!

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
I e III, apenas.
E
I, II e III.
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PUC - RS 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Com base no excerto de “O burrinho pedrês” e no contexto da obra de Guimarães Rosa, leia as seguintes afirmativas:

I. Guimarães Rosa é autor conhecido pelo uso de neologismos, e o excerto apresenta exemplos desse recurso.

II. O espaço rural em “O burrinho pedrês” é uma exceção na ambientação das narrativas de Guimarães Rosa.

III. Grande sertão: veredas, Sagarana e Corpo de Baile são algumas das obras da biografia de Guimarães Rosa.

Está/Estão correta(s) apenas a(s) afirmativas:

Há alguns séculos, o olhar da literatura tem como foco central o homem em suas relações com o outro. Porém, muitas vezes, este outro não é humano, mas sim um animal. São muitos os exemplos na literatura universal de obras que conferem protagonismo aos bichos: das fábulas de Esopo à baleia Mobydick, da Revolução dos Bichos a Maus. A fera selvagem que amedronta o homem, o ser que sofre pela própria ação humana ou o companheiro de todas as horas são alguns dos exemplos de animais também presentes na literatura em língua portuguesa, sendo o tema de discussão nesta prova.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto de “O burrinho pedrês”, de João Guimarães Rosa.

Era um Burrinho Pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual. Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa, para espiar os cantos dos dentes. Era decrépito mesmo a distância: no algodão bruto do pelo – sementinhas escuras em rama rala e encardida; nos olhos remelentos, cor de bismuto, com pálpebras rosadas, quase sempre oclusas, em constante semissono; e na linha, fatigada e respeitável – uma horizontal perfeita, do começo da testa à raiz da cauda em pêndulo amplo, para cá, para lá, tangendo as moscas. Na mocidade, muitas coisas lhe haviam acontecido. Fora comprado, dado, trocado e revendido, vezes, por bons e maus preços. Em cima dele morrera um tropeiro do Indaiá, baleado pelas costas. Trouxera, um dia, do pasto – coisa muito rara para essa raça de cobras – uma jararacussu, pendurada do focinho, como linda tromba negra com diagonais amarelas, da qual não morreu porque a lua era boa e o benzedor acudiu pronto. Vinha-lhe de padrinho jogador de truque a última intitulação, de baralho, de manilha; mas, vida a fora, por anos e anos, outras tivera, sempre involuntariamente. (...) De que fosse bem tratado, discordar não havia, pois lhe faltavam carrapichos ou carrapatos, na crina - reta, curta e levantada, como uma escova de dentes.

A
I.
B
II.
C
III.
D
I e III.
E
II e III.
60def2d9-30
PUC - RS 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o poema de Fernando Pessoa.

Gato que brincas na rua

Como se fosse na cama,

Invejo a sorte que é tua

Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais

Que regem pedras e gentes,

Que tens instintos gerais

E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,

Todo o nada que és é teu.

Eu vejo-me e estou sem mim,

Conheço-me e não sou eu.

Com base no poema e em seu contexto, leia as seguintes afirmativas.

I. No poema, o eu lírico compara-se com o gato e deduz que o animal é feliz e livre porque não tem absoluta consciência de si mesmo.

II. É possível depreender no poema uma percepção da fragmentação do sujeito, característica da modernidade, explorada por Fernando Pessoa em sua obra como um todo.

III. Fernando Pessoa é conhecido por exercitar a heteronímia, especialmente ao criar Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Mário de Sá Carneiro.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
III, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
60e1bce2-30
PUC - RS 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto abaixo, retirado da obra As vítimas algozes, de Joaquim Manuel de Macedo.

Havia no terreiro cães a velar; mas o homem compra os cães como compra homens; a uns, pedaços de carne; aos outros, mais ou menos moedas de ouro. Simeão comprara os cães e um negro escravo da cozinha, e entrava todas as noites na casa de João de Sales. A casa de João de Sales estava pois de noite à mercê das intenções e de quaisquer projetos de Simeão; mas que casa há aí, onde haja escravos e sobretudo escravas, cuja segurança não esteja exposta às consequências do instinto animal e da boa ou má vontade do elemento escravo? Simeão era, pois, durante duas horas em cada noite mais do que o amante da mucama, o árbitro das vidas e da fortuna de João de Sales e de sua família. Ainda bem que Simeão, o escravo, ali ia somente como animal que o instinto arrasta em procura da sua igual; se fora ladrão ou assassino tinha tido abertas a janela da sala e a porta da cozinha.

Com base no excerto, assinale a única alternativa INCORRETA:

A
Apesar de Macedo ser um autor da escola romântica, o excerto apresenta algumas marcas do realismo: tipificação social, sentido de observação e de experiência.
B
Percebe-se que Simeão tem total consciência do seu poder sobre a casa de João de Sales.
C
No trecho, o narrador apresenta uma crítica negativa ao homem, capaz de subornar para atingir seus objetivos.
D
Ao comparar homem e cão, o narrador iguala o ser racional e o irracional, reduzindo-os a elementos facilmente corrompíveis.
E
A comparação entre animal e escravo permite-nos analisar o contexto social daquela época.
60e4817f-30
PUC - RS 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia a passagem a seguir, referente a uma marcante personagem da literatura brasileira, e preencha as lacunas do texto relacionado ao excerto.

Examinou o terreiro, viu Baleia coçando-se a esfregar as peladuras no pé de turco, levou a espingarda ao rosto. A cachorra espiou o dono desconfiada, enroscou-se no tronco e foi-se desviando, até ficar no outro lado da árvore, agachada e arisca, mostrando apenas as pupilas negras. Aborrecido com esta manobra, Fabiano saltou a janela, esgueirou-se ao longo da cerca do curral, deteve-se no mourão do canto e levou de novo a arma ao rosto. Como o animal estivesse de frente e não apresentasse bom alvo, adiantou-se mais alguns passos. Ao chegar às catingueiras, modificou a pontaria e puxou o gatilho. A carga alcançou os quartos traseiros e inutilizou uma perna de Baleia, que se pôs a latir desesperadamente. (...) Dirigiu-se ao copiar, mas temeu encontrar Fabiano e afastou-se para o chiqueiro das cabras. Demorou-se aí um instante, meio desorientada, saiu depois sem destino, aos pulos.

Na famosa cena da morte de Baleia, personagem do romance _________, de _________, é nítida a _________ da cadela numa cena extremamente _________.

A
O quinze – Raquel de Queirós – personificação – vívida
B
Vidas secas – Graciliano Ramos – humanização – realista
C
O quinze – Graciliano Ramos – alegorização – violenta
D
Vidas Secas – Graciliano Ramos – metaforização – sutil
E
O quinze – Raquel de Queirós – simbolização – hostil
60e9f9af-30
PUC - RS 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto do poema “Borboleta morta”, de Alberto de Oliveira, e preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso.

Abrindo as asas, – leve fantasia

Da primavera quando despertava,

Sonho dos campos, – ao nascer do dia

De trecho em trecho a borboleta voava.

(...)

Ia e vinha, volteava no ar, arfando,

Descia às flores e, num torvelinho

De pétalas e pólen doidejando,

Ruflava as asas como um passarinho.

E voava. Os vossos olhos, entretanto,

Viam-na, e quando junto da janela

Passava acaso, enchendo-se de espanto:

–“Lá vai!” – disseram, enlevados nela.

“Lá vai! tão grande! tão azul! tão linda!

Apanhemo-la” – Assim foi que a tivestes;

E a esforçar por ser livre, vendo-a ainda,

A sacudir as pequeninas vestes,

Mão bárbara e cruel, mão feminina

De atro estilete segurando na haste

Como que vibra, lâmina assassina,

O peito, sem piedade, lhe varaste” (...)

( ) O poeta utiliza-se de imagens que revelam a delicadeza do voo da borboleta.

( ) O uso de aliterações pode também ser encontrado no poema, recurso que auxilia na construção sonora do bater das asas da borboleta.

( ) O poeta humaniza, em diversos momentos, a borboleta.

( ) A fragilidade da borboleta é presa fácil à mão humana, e o inseto não oferece qualquer tipo de resistência.

( ) O poeta suaviza a morte da borboleta com a utilização de eufemismos, técnica comum no movimento simbolista.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

A
V – V – V – F – F
B
V – V – F – V – V
C
V – F – F – V – F
D
F – V – V – F – V
E
F – F – F – F – V