Questõesde UNICAMP sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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UNICAMP 2020, UNICAMP 2020, UNICAMP 2020, UNICAMP 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto 2 é um excerto de uma postagem nos Blogs de Ciência da UNICAMP. Qual das alternativas a seguir apresenta uma articulação pertinente entre os textos 1 e 2 desta prova?

Texto 2


(...) temos duas vertentes de negacionistas: os históricos, que negam o Holocausto, e os científicos, dentre os quais estão os climáticos (que negam o aquecimento global), os terraplanistas (que negam as evidências de um planeta aproximadamente esférico) e até os da AIDS (que negam, acreditem, ser o vírus HIV o causador da síndrome). Sem falar nos movimentos de design inteligente, antivacinas, e outros tantos que ganharam força com o advento da internet e das redes sociais.(...)


(Cesar Augusto Gomes, A COVID-19 e o negacionismo. Blogs de Ciência, 06/04/2020. Disponível em https://www.blogs.unicamp.br. Acessado em 05/11/2020.) 

A
O negacionismo é um fenômeno psicológico, social e político de construção e disseminação de crenças que surge com o advento da internet e das redes socais.
B
No negacionismo histórico, não existe o componente psicológico que o psicanalista Christian Dunker aponta no negacionismo científico observado durante a pandemia da COVID-19.
C
As vertentes do negacionismo podem ser entendidas como visões que prosperam quando os instrumentos de interpretação não dão conta da complexidade da realidade.
D
Movimentos como design inteligente e antivacinas são criados na internet com o objetivo de promover a transferência da autoridade da ciência para os políticos.
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UNICAMP 2020, UNICAMP 2020, UNICAMP 2020, UNICAMP 2020 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Com base no trecho da entrevista com o psicanalista Christian Dunker, assinale a alternativa correta.

Texto 1


P: Assistimos nesta pandemia a segmentos da sociedade que embarcaram num processo de relativizar a gravidade da doença. Como a psicanálise explica o negacionismo?

R: Poucas pessoas se dão conta de que a expressão negacionismo vem da psicanálise. Freud tem um texto clássico, chamado A negação, sobre a nossa atitude diante de realidades que são mais dolorosas ou complexas do que conseguimos aguentar. Essa é uma atitude muito básica, muito simples, é o começo de muitas outras formas de negação e foi descrita ali no início da psicanálise. (...) A chegada do novo coronavírus pegou o Brasil em meio a dois processos particulares: a divisão social discursiva e a pauperização da vida econômica e dos direitos trabalhistas. A retórica de campanha eleitoral, tornada depois método de governo, baseada na produção contínua de inimigos imaginários, foi impactada pela chegada de um inimigo real, biológico e natural. (...) A pandemia não é inimigo político, não é um inimigo intencional, é um fato que vem da natureza, vem desse lugar terceiro, algo que nos une. Mas num governo que adota esse método, não se pode admitir que exista esse terceiro, algo que nos une, porque esse terceiro destrói a retórica da produção contínua de inimigos. Nada mais óbvio que isso gerasse a resposta descrita por Freud como a negação. E por que o negacionismo é importante como método deste governo? Para criar os processos de transferência de autoridade simbólica das instituições para a autoridade pessoal de quem as desafia.


P: Em sua avaliação, qual é o impacto social desta conduta no enfrentamento da COVID-19?

R: O negacionismo representou um prejuízo dramático para o enfrentamento da COVID-19, custou a vida de milhares de brasileiros, nos colocou no segundo lugar do número de mortes no mundo (...). Nessa hora, para que todos fizessem o sacrifício das restrições, seria esperado que figuras de autoridade dissessem: vai ser muito difícil, mas faço em nome de alguém. Mas, nessa hora encontramos uma divisão na política sanitária, marcada por uma hesitação e pela negação do consenso científico. (...)


P: Embora a educação formal seja, em princípio, um elemento central para combater o negacionismo, há também pessoas adultas e de alta escolaridade que adotam alguns raciocínios simplificadores para o enfrentamento da COVID-19. O negacionismo se vincula a algum tipo de regressão intelectual?

R: Quando apresentei a ideia de negação, disse que ela ocorre por algo doloroso ou algo que supera a nossa capacidade de simbolização por ser excessivamente complexo. Vamos encontrar a ideia de anomia em Émile Durkheim, da impossibilidade de reconhecer uma sociedade que se torna mais complicada do que os nossos dispositivos de interpretação. O que ela desencadeia? A regressão, as formas de pensamento regressivas. Voltamos da instituição que representa a razão no seu sentido impessoal para as instituições que representam a razão no sentido pessoal: voltamos para a família. Como a ideia de que a Terra é plana, entre várias outras, se infiltra aí? Ao questionar verdades muito sólidas, muito consensuais, você mostraria que a ciência não está dando as respostas que gostaria para todas as perguntas que você tem. (...) Ao conseguir dividir a autoridade simbólica, se produzem efeitos de reempoderamento da autoridade política particular. (...)


(Adaptado de O negacionismo como arma de destruição durante a pandemia. Entrevista com o psicanalista Christian Dunker. Estado de Minas, 24/07/2020. Disponível em https://www.em.com.br. Acessado em 05/11/2020.)

A
Segundo o entrevistado, o negacionismo é um construto oriundo do campo da psicanálise, mais especificamente da obra de Freud, e pode ser compreendido como uma patologia que se desenvolve tanto por causas clínicas como sociais.
B
A pandemia poderia colocar em xeque uma política que se baseia na produção de inimigos; nesse contexto, a negação dos enunciados científicos passa a ser usada como meio para transferir autoridade das instituições para o indivíduo.
C
Para o psicanalista, o negacionismo se deve ao fato de as mensagens da ciência não serem compreensíveis para muita gente, o que torna mais fácil a assimilação massiva de enunciados simples, como “a Terra é plana”, ou de narrativas religiosas.
D
Política e ciência seguem métodos diferentes, por isso ações sanitárias efetivas não puderam ser concretizadas durante a pandemia no Brasil; isso foi agravado pela disseminação de discursos negacionistas que fizeram do vírus um inimigo político.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A partir da Constituição Federal de 1988, professores e lideranças indígenas vêm enfrentando o desafio de transformar a antiga escola colonizadora de 500 anos em uma escola promotora das culturas, das línguas, das tradições e dos direitos indígenas, em diálogo com outras culturas, conhecimentos e valores.

Nesse processo, não existe um modelo único. Enquanto para algumas comunidades indígenas a escola precisa estar mais direcionada para possibilitar adequadamente o acesso a alguns conhecimentos da sociedade nacional, como, por exemplo, a língua portuguesa, a matemática e a informática – estratégicos para atender às suas necessidades práticas na defesa de seus direitos –, outras preferem uma escola mais direcionada para a revitalização e valorização da cultura e identidade do povo.

(Adaptado de Gersem José dos Santos Luciano, Educação indígena no país e o direito de cidadania plena. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 7, n. 13, p. 346-347, jul./dez. 2013.)

Segundo o texto, as atuais escolas indígenas do país,

A
embora diferenciadas entre si, têm, todas elas, o mesmo objetivo principal: familiarizar seus alunos com os conhecimentos da sociedade não indígena.
B
mesmo ensinando língua portuguesa, matemática e informática, não priorizam esses conhecimentos, já que eles não contemplam as especificidades culturais indígenas.
C
apesar de diferirem uma das outras no que se refere às ênfases dadas em seus currículos, procuram renegar o modelo de educação escolar indígena anterior.
D
ainda que com muito esforço, vêm seguindo um modelo curricular único e abrangente para contemplar os interesses de suas comunidades.
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Grilagem de terras A expressão “grilagem de terras” surgiu de uma prática antiga para dar uma aparência envelhecida a papéis. Os documentos forjados, que indicavam falsamente a posse das terras, eram colocados em uma caixa com grilos. Em pouco tempo, a ação dos insetos dava ao papel uma aparência envelhecida. A grilagem de terras pode ser entendida como toda ação ilegal que objetiva a transferência de terras públicas para o patrimônio de terceiros. Atualmente, a prática conta com as falhas nos sistemas brasileiros de controle de terras. Uma dessas falhas é a falta de um sistema único de registro de imóveis. Com o cruzamento de diferentes registros, a fraude ganha a aparência legal. (Adaptado de

https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/relatorio-terrenos_desigual dade-brasil.pdf.)

Segundo o texto,

A
é possível “envelhecer” artificialmente documentos falsos por meio da ação de diferentes tipos de insetos colocados em uma caixa com eles.
B
o termo “grilagem” se refere a ações legítimas que visam à apropriação privada de terras públicas com o objetivo de bem explorá-las e torná-las produtivas.
C
recorrendo a diferentes tipos de registros, os grileiros atuais tentam dar uma aparência legal ao crime que cometem.
D
a prática de grilagem é hoje inibida, em muito, devido à maior eficiência dos sistemas de fiscalização e controle de terras no Brasil.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto



(Disponível em https://centrodemidias.am.gov.br/storage/lessons_content/ 19F6LIP027P2.pdf.)

Da leitura das duas tirinhas acima, é possível afirmar que um dos problemas que enfrentamos no mundo contemporâneo é a reprodução de ideias

A
questionadoras e atualizadas.
B
preconcebidas e ultrapassadas.
C
criativas e desatualizadas.
D
pré-fabricadas e avançadas.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O trecho a seguir foi retirado de uma reportagem sobre atendimento de saúde aos povos indígenas do Xingu, prestado por uma universidade paulista. Leia-o.

Um dos principais papéis da equipe da universidade é levar atenção médica aos índios, procurando interferir minimamente na sua cultura. Eles desenvolveram seus próprios sistemas tradicionais de saúde, constituídos por diferentes atores e práticas, como a pajelança, plantas medicinais, rezas e cantos de cura. Isso está ligado ao modo como compreendem o mundo e, consequentemente, o processo de adoecimento. Por essas razões, o desafio consiste em desenvolver a escuta, para entender o outro e o que é diferente da nossa cultura.

(Disponível em https://www.unifesp.br/reitoria/dci/edicao-atual-entreteses/item/ 1913-ha-50- anos-cuidando-da-saude-dos-povos-indigenas.)

Segundo o texto,

A
a equipe da universidade desenvolveu seus próprios sistemas de saúde, constituídos por diferentes atores e práticas.
B
o adoecimento é consequência do modo como os índios, tradicionalmente, compreendem o mundo.
C
chamar a atenção dos índios para as práticas médicas é um dos principais papéis da universidade.
D
o modo como os povos indígenas percebem as doenças depende do modo como entendem o mundo.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto a seguir é um poema de Denilson Baniwa, publicado na página eletrônica da Rádio Yandê em 18 de abril de 2018. Leia-o.

Pai Nosso que estás nos céus
Neste dia 19 de abril
Nos livre das professoras e professores que pintam seus
alunos com canetinhas hidrocor
Nos livre das escolas que colocam cocares de papel nas
crianças
Pai Nosso, que estás nos céus
Não deixe as professoras ensinarem para as crianças que
o Dia do Índio é uma homenagem aos povos originários
Mantenha longe de Nós aqueles que repetem as palavras:
Índio, Oca, Tribo, Selvagem, Pureza e Exótico
Afaste de Nós os bu-bu-bu feito com a mão na boca
Senhor, perdoe aqueles que por desconhecimento nos
fazem uma imagem estereotipada
Mas livre-os do desconhecimento e do preconceito que os
fazem acreditar que ainda somos os indígenas de 1500
Amém!

(Adaptado de https://www.facebook.com/radioyande/posts/1490699877706315/.)

A partir do que se diz nessa “oração”, pode-se concluir que, ao celebrarem o “Dia do Índio”, escolas brasileiras

A
terminam, muitas vezes, projetando imagens falsas a respeito dos povos indígenas.
B
ajudam os seus alunos a compreenderem como vivem os povos indígenas atualmente.
C
aumentam, mesmo que de forma inadequada, nosso entendimento sobre os povos indígenas.
D
contribuem para dar visibilidade às lutas políticas dos povos indígenas do país.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Neste texto, Ailton Krenak apresenta dois entendimentos acerca do modo como a natureza é vista. Esses dois modos de ver a natureza são

O trecho a seguir se refere à questão. Ele foi retirado de um texto de Ailton Krenak publicado em 1992. 


Alguns anos atrás, quando vi o quanto a ciência dos brancos estava desenvolvida, com seus aviões, máquinas, computadores, mísseis, fiquei um pouco assustado. Comecei a duvidar que a tradição do meu povo, que a memória ancestral do meu povo, pudesse sobreviver num mundo dominado pela tecnologia. E pensei que nossa cultura, os nossos valores, fossem muito frágeis para subsistir num mundo prático onde os homens organizam seu poder e submetem a natureza, derrubam as montanhas. Onde um homem olha uma montanha e calcula quantos milhões de toneladas de cassiterita, de bauxita, de ouro ela pode ter. Enquanto meu avô, meus primos olham aquela montanha e veem o humor da montanha e veem se ela está triste, feliz ou ameaçadora e fazem cerimônia para ela.


(Adaptado de Ailton Krenak, “Antes o mundo não existia”, em Adauto Novaes (org.), Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 202-203.) 

A
díspares.
B
equivalentes.
C
convergentes.
D
similares
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O autor duvidou da sobrevivência das tradições do seu povo porque 


O trecho a seguir se refere à questão. Ele foi retirado de um texto de Ailton Krenak publicado em 1992. 


Alguns anos atrás, quando vi o quanto a ciência dos brancos estava desenvolvida, com seus aviões, máquinas, computadores, mísseis, fiquei um pouco assustado. Comecei a duvidar que a tradição do meu povo, que a memória ancestral do meu povo, pudesse sobreviver num mundo dominado pela tecnologia. E pensei que nossa cultura, os nossos valores, fossem muito frágeis para subsistir num mundo prático onde os homens organizam seu poder e submetem a natureza, derrubam as montanhas. Onde um homem olha uma montanha e calcula quantos milhões de toneladas de cassiterita, de bauxita, de ouro ela pode ter. Enquanto meu avô, meus primos olham aquela montanha e veem o humor da montanha e veem se ela está triste, feliz ou ameaçadora e fazem cerimônia para ela.


(Adaptado de Ailton Krenak, “Antes o mundo não existia”, em Adauto Novaes (org.), Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 202-203.) 

A
as culturas dos povos indígenas são frágeis e não consideram relações de poder.
B
a memória ancestral indígena não se compara com a capacidade dos computadores.
C
os indígenas não sabem calcular a quantidade de minério e de ouro de uma montanha.
D
achou que a sua cultura iria sucumbir à ciência e às tecnologias não indígenas.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela humanidade.”

Essa frase, de autoria de Chico Mendes, resume a história do maior símbolo brasileiro da luta pacífica pela preservação do meio ambiente, assassinado em 1988, a mando de um fazendeiro. Ele foi o organizador da União dos Povos da Floresta – aliança entre indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores e populações ribeirinhas que se encontravam ameaçados pelo desmatamento da região amazônica. O legado de Chico Mendes ainda é considerado atual e necessário.

(Adaptado de https://exame.abril.com.br/brasil/a-resistencia-dos-seringueiros-conheca-ahistoria-de-chico-mendes/.)

De acordo com o texto,

A
o objetivo de Chico Mendes não era apenas proteger a Floresta Amazônica, mas lutar a favor de causas humanitárias mais abrangentes.
B
nas ações organizadas por Chico Mendes para impedir o desmatamento, ele admitia o emprego de violência em determinadas situações.
C
a causa defendida por Chico Mendes foi muito relevante na época em que ele estava vivo, mas hoje já está, em grande medida, superada.
D
a organização União dos Povos da Floresta congregava povos indígenas, setores da população ribeirinha e proprietários de seringais.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado em novembro de 2018, o Brasil está de volta ao Mapa da Fome, de onde havíamos saído em 2014.

Esse relatório aponta que a exclusão é a principal causa da fome. Entre os brasileiros mais pobres, em especial mulheres e crianças indígenas ou afrodescendentes das áreas rurais, houve uma mudança no ciclo de produção e acesso à comida. “Enquanto muitos aumentaram o consumo de alimentos saudáveis, como leite e carne, outros precisaram optar por produtos baratos, com alto teor de carboidrato e gordura”, diz o estudo. O resultado é que também cresceu a obesidade no país.

(Adaptado de https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/29/internacional/1553860893_4908 10.html.)


Segundo o relatório mencionado no texto,


A
desde 2014, o Brasil não consta mais do Mapa da Fome das Nações Unidas.
B
problemas associados ao sobrepeso da população brasileira não são preocupantes.
C
os pobres no Brasil têm sido obrigados a recorrer a uma alimentação menos saudável.
D
parcelas da população indígena que vivem em centros urbanos estão imunes à fome.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Turismo em Terras Indígenas

Mais do que a possibilidade de visitar belezas naturais intocadas, o turista em uma terra indígena tem a oportunidade de entrar em contato com línguas, narrativas, conhecimentos e comidas da comunidade, algo antes restrito a populações originárias e a uma pequena parcela de não indígenas. Esse intercâmbio gera ainda outros desdobramentos, como afirma o Coordenador-Geral de Etnodesenvolvimento da Funai, Juan Scalia. “O turismo de base comunitária em terras indígenas fortalece a autonomia dos povos, propiciando uma alternativa de geração de renda com mínimos impactos ambientais e com uma distribuição mais justa dos lucros da atividade. Valorizar os diversos atrativos ecológicos e culturais, por outro lado, também contribui para a proteção dos territórios e fortalecimento das tradições”, afirmou.

(Disponível em http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/5224-etnoturismo-ealternativa-sustentavel-de-renda-para-comunidades-indigenas-do-rio-negro.)

Segundo o texto, o turismo em terras indígenas

A
constitui a principal fonte de renda da comunidade em questão
B
é útil para a divulgação respeitosa das especificidades culturais da comunidade.
C
favorece alianças entre as comunidades e as agências de turismo envolvidas.
D
provoca, inevitavelmente, impactos ambientais sérios e indesejáveis.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração, gravidade variável, causada por um vírus transmitido por picada de mosquitos infectados, podendo levar à morte. Seus sintomas iniciais são febre com calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores musculares, vômitos e fraqueza. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela. Atenção! Os macacos não são uma ameaça aos seres humanos, pois não transmitem a febre amarela! Eles também podem ser vítimas dessa doença. Se você identificar macacos mortos onde vive ou está, informe imediatamente as autoridades sanitárias porque isso pode indicar que o vírus da febre amarela está circulando nessa região.

(Adaptado de http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela-sintomas-transmissao-eprevencao.)

De acordo com o texto

A
a febre amarela é uma doença grave que resulta na morte das pessoas infectadas.
B
matar macacos não contribui para a erradicação da febre amarela
C
a única maneira de evitar a febre amarela é eliminando os mosquitos infectados.
D
alguns dos sintomas da febre amarela são: febre, dores no corpo e diarreia.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O conselho a seguir foi retirado de um livro elaborado por professores indígenas do Acre. Leia-o.

PARA O COMPADRE QUE BEBE MUITO

Compadre, Tem gente que bebe muito, que bebe para cair mesmo; tem outros que bebem para se divertir no momento certo. Para você que bebe demais: isso não é bom! A bebida pode te matar, às vezes rápido, às vezes aos poucos. Você pode perder os amigos, a família, o respeito e a moral. Tudo isso a bebida faz. O que estou te pedindo é que você reflita se quer viver bem ou se quer viver mal. E se você é alcoólatra, compadre, se a bebida é mais forte do que você, então só tem um jeito mesmo: você tem que parar de beber de uma vez. Porque tem uns que sabem controlar a bebida, tem outros que podem aprender a controlar a bebida e tem alguns que não vão conseguir fazer isso nunca! É assim que a bebida alcoólica funciona.

(Adaptado de OPIAC – Organização dos Professores Indígenas do Acre, Discutindo problemas, pensando soluções: português para as escolas da floresta II. Rio Branco: Comissão Pró-índio do Acre, 2006, p. 120-121.)

De acordo com o texto,

A
as pessoas não devem ingerir bebidas alcoólicas em hipótese alguma.
B
ingerir bebidas alcoólicas em excesso afeta o convívio social e familiar.
C
alcoólatras devem ir diminuindo a ingestão de bebida alcoólica aos poucos.
D
os danos decorrentes do excesso de bebida alcoólica são sérios, mas nunca fatais.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A Unesco instituiu 2019 como o Ano Internacional das Línguas Indígenas. Considere os números do infográfico abaixo, referentes à diversidade linguística na América Latina, para responder à questão.


(Adaptado de https://twitter.com/survivalesp/status/1098598721300938752.)

Segundo esse infográfico,

A
metade das línguas indígenas da América Latina está muito vulnerável e corre o risco de desaparecer.
B
o Brasil, a Colômbia e o Peru são os países que têm o maior número de línguas indígenas.
C
o número de línguas indígenas no Brasil é o dobro do número de línguas indígenas no México.
D
a quantidade de línguas indígenas existentes na Nicarágua, em Honduras e no Chile é equivalente.
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O que segue é um trecho de uma reportagem publicada em 2017. Leia-o.

O milho convencional é mais vantajoso do que o milho transgênico. Esse foi o resultado da análise dos custos de produção do milho convencional e do transgênico elaborada pela Copercampos-SC. O estudo evidencia que a produtividade do milho transgênico não é superior e que seu plantio eleva os custos de produção. A planilha de cálculo da Copercampos-SC indica que, para o milho convencional, o gasto com insumos (adubos, agrotóxicos e sementes) é de R$ 1.199,52 por hectare, contra R$1.392,76 para o transgênico. Os dados da pesquisa também mostram que não há redução no uso de agrotóxicos. No geral, o produtor convencional gasta R$ 1.928,65 para plantar um hectare de milho, enquanto o produtor que adotou variedades transgênicas gasta R$ 2.156,13 para a mesma área.

(Adaptado de http://www.milhao.net/milho-convencional-x-milho-transgenico/.)



A pesquisa sobre os custos de produção, realizada por uma cooperativa de Santa Catarina, mostrou que

A
o milho transgênico tem custo de produção mais elevado, mas compensa por sua maior produtividade.
B
o milho convencional tem custo de produção menos elevado, mas apresenta menor produtividade.
C
o plantio de milho transgênico reduz a quantidade de agrotóxicos e, portanto, os custos do uso desse tipo de insumo são menores.
D
o plantio de milho transgênico não reduz o consumo de agrotóxicos, apresentando custos maiores no total.
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UNICAMP 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em 1961, o poeta António Gedeão publica o livro Máquina de Fogo. Um dos poemas é “Lágrima de Preta”. Musicado por José Niza, foi gravado por Adriano Correia de Oliveira, em 1970, e incluído no seu álbum “Cantaremos”. A canção foi censurada pelo governo português.

Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.


Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.


Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é
costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

(António Gedeão, Máquina de fogo. Coimbra: Tipografia da Atlântida,1961, p. 187.)

Os versos anteriores articulam as linguagens literária e científica com questões de ordem ética e política. Considerando o contexto de produção e recepção de “Lágrima de Preta” (anos 1960 e 1970, em Portugal), o propósito artístico desse poema é

A
inadequado quanto à análise social, ao refutar que haja racismo e preconceito na sociedade, e incorreto no aspecto científico, ao descrever as propriedades químicas de uma lágrima.
B
inadequado quanto à análise social, ao refutar a existência de racismo e preconceito na sociedade, mas correto no aspecto científico, ao descrever as propriedades químicas de uma lágrima.
C
pertinente quanto à análise social, ao registrar o racismo e a preconceito na sociedade, e correto no aspecto científico, ao descrever as propriedades químicas de uma lágrima.
D
pertinente quanto à análise social, ao registrar o preconceito e o racismo na sociedade, mas incorreto no aspecto científico, ao descrever as propriedades químicas de uma lágrima.